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Live Review: Ghost no Brasil – São Paulo se rende aos “fantasmas suecos”

No último dia 20 de setembro (uma quarta feira), o Espaço Unimed (antigo Espaço das Américas), abriu suas portas para receber o Ghost. A banda é capitaneada por Papa Emeritus IV, pseudônimo usado pelo vocalista e líder Tobias Forge, uma das mentes brilhantes da música contemporânea na atualidade.

   

A banda retornou ao Brasil seis anos após sua última passagem divulgando “Impera”, quinto álbum de estúdio através da “Re-Imperatour South America”.

Apenas uma data é pouco para o Ghost!

Inicialmente, fariam apenas uma apresentação na capital paulista. Porém com o sucesso avassalador do disco, que atingiu o topo das paradas mundo afora, figurando inclusive na 2ᵃ posição da US Billboard 200, os ingressos para esta apresentação foram vendidos em tempo recorde fazendo com que os produtores buscassem uma data extra, haja visto que muitos fãs não conseguiram comprar ingressos para aquela que seria a única apresentação da banda.

Reprodução/Instagram @thebandghost

Abrindo um parêntese: comprar os ingressos através dos sites de vendas foi sem dúvidas uma verdadeira penitência. Certamente, uma missão quase impossível para alguns fãs, onde prontamente me incluo.

Enfim, uma nova data foi anunciada para mais uma apresentação e até onde foram divulgados, mais uma vez os ingressos foram vendidos. Com isso, os fãs que não conseguiram comprar para as duas apresentações precisam torcer para que a banda retorne ao nosso país o quanto antes. E se depender do público que esteve no primeiro show (o qual estive), é certo que eles não demorem.

   

Sem banda de abertura…

Para as duas apresentações em São Paulo, a abertura ficou por conta da Crypta, quarteto paulistano capitaneado pela vocalista Fernanda Lira, ex-integrante da banda de Thrash Metal, Nervosa.

Por conta de problemas logísticos, a abertura para o dia 20 (quarta feira) não aconteceu. Isso deu-se apenas duas horas antes do show. Segundo rumores, problemas com o equipamento da banda principal no México, onde eles haviam se apresentado anteriormente fora a causa do cancelamento.

Para sanar o problema da banda de abertura, e enquanto o Ghost se preparava para adentrar ao palco foram executadas através dos alto falantes músicas de Jan Johansen (Klara stjärnor) e Gregorio Allegri (Miserere mei, Deus), canções que casaram perfeitamente com o clima e que já mexeram com a ansiedade dos fãs que lotavam o local.

Photo: Ryan Chang

Vamos ao que interessa!

Exatamente às 21h15 as cortinas se abrem ao som da instrumental “Imperium”, faixa de abertura do supracitado “Impera”, seguida de “Kaisarion” e “Rats”, esta do álbum “Prequelle”, cantadas em uníssono pelos fãs presentes que davam as boas-vindas a Tobias Forge e sua trupe.

A próxima trinca tem início com “From The Pinnacle To The Pit” extraída do álbum “Meliora” e aqui finalmente Tobias manda seus cumprimentos ao público presente, ao mesmo tempo em que anuncia a excepcional “Spillways” seguida de “Cirice”, mais uma do álbum “Meliora”.

   

Para dar uma acalmada no ambiente e no calor absurdo que a esta altura já estava insuportável, a banda emenda mais uma trinca iniciada com “Cirice”, seguida de “Absolution”, ambas do supracitado “Meliora”, encerrando com “Ritual”, faixa extraída de “Opus Eponymous”, álbum de estreia lançado lá em 2010.

Abram alas para a excepcional “Call Me Little Sunshine”, mais um “hit” extraído do magistral “Impera”, e como era de se esperar o público simplesmente mergulhou em suas melodias pesadas e sombrias, cantando cada nota em alto e bom som.

Apresentação impecável

Estávamos na metade do show e muito mais ainda estava por vir. “Con Clavi Con Dio”, do álbum de estreia, trouxe um clima mais Garage Rock/Occult Rock para o local que ia ao delírio a cada música executada. Os riffs iniciais da brilhante “Watchers In The Sky” incendiaram o local e mais uma vez o público estava lá cantando o refrão bem alto. Impressionante como esta música funciona ao vivo.

O álbum “Infestissumam”, segundo do Ghost, não poderia ficar de fora. Dele, veio a execução de “Year Zero”, responsável pelo refrão que os fãs bradaram os singelos dizeres:

“Belial, Behemoth, Beelzebub, Asmodeus, Satanas, Lucifer..”

Em mais um momento Occult Rock/Psychedelic Rock com uma mistura impagável de Pop/Dance, presenciamos mais uma aula dessa mistura entre temas absolutamente sombrios ao lado de músicas alegres e dançantes.

   
Reprodução

Em mais uma hora de “calmaria”, a introdução de “Spöksonat” foi o aperitivo para a belíssima “He Is”. Preciso dizer que esta é uma das músicas mais belas da banda (do excelente “Meliora”). Não preciso dizer que foi mais uma bem recebida pelos presentes.

Nihil entre nós

É provável que em um show do Ghost, os fãs aguardem ansiosamente pela entrada do Papa Nihil com seu breve e estupendo solo de saxofone. Enquanto a banda destilava seus hits, era notório a curiosidade dos fãs que se perguntavam quando “Miasma” seria executada. Pois, o momento chegou e quando a banda anunciou a mesma, o público simplesmente enlouqueceu.

Bem executada e muito bem construída, “Miasma” é sem dúvida umas das músicas mais belas quando o assunto é instrumental, haja visto que a banda traz em seu line up músicos extremamente competentes em seus respectivos instrumentos, e se alguém duvida disso basta ouvir atentamente esta canção.

Reprodução/Facebook

Evidentemente há um momento absurdo de ansiedade para a entrada do Papa Nihil, e quando isto acontece o lugar simplesmente vem abaixo. É impressionante o que um personagem consegue fazer em apenas uma música a qual participa.

Sem dúvidas, o momento grandioso do show.

   

Final apoteótico

Mas como estamos falando de uma banda que coleciona hits, é hora da grudenta e essencial, “Mary On a Cross”, cantada até por quem estava fora do local e provavelmente pelos habitantes de Marte.

E se o calor já estava num nível “lúcifer” em nossa escala, vale dizer que aqui ele simplesmente ultrapassou esse nível, já que a pista simplesmente pegou fogo. Em sua reta final a banda anuncia a sombria “Mummy Dust”, canção que transita entre o Occult Rock/Garage Rock/Space Rock e afins.

Talvez trocá-la por “Hunter’s Moon”, “Griftwood” ou “Tweenties” fosse mais interessante. Não que a música seja ruim, porém o impacto de ser a penúltima da tracklist oficial teria que vir de uma música mais “pesada”.

Reprodução/Instagram

O primeiro ato fecha sob os acordes de “Respite On The Spitalfields”, uma canção com cara de Def Leppard e nessa hora foi possível ver alguns casais dançando coladinhos. Por ser uma música com ar de quase-balada, é possível dizer que ela caiu bem como a última peça da primeira parte de um show absurdamente perfeito.

3x Ghost!

Para o bis, a banda fez uma brincadeira com o público perguntando se UMA música seria suficiente para o encerramento do show.

   

Obviamente a resposta foi um sonoro “Não”, ao que o carismático e brincalhão Tobias repete a pergunta, desta vez perguntando se DUAS, músicas eram suficientes. Após mais uma negativa, ele então diz que a banda executará TRÊS. Agora sim, para a alegria e satisfação dos presentes que desejavam que aquele show seguisse madrugada adentro.

A trinca final tem início com “Kiss The Go-Goat” (totalmente Occult Rock), seguida da incendiária e dançante “Danse Macabre”, lembrando o que fazem os compatriotas do The Night Flight Orchestra, encerrando em alto estilo com “Square Hammer”. Preciso dizer do sorriso estampado em cada um dos fãs presentes? Acredito que não.

Reprodução/YouTube

Mais que um show perfeito recheado de Hits e uma produção de palco impecável (no estilo vitrais de igreja), o Ghost é o tipo de banda que consegue agradar e levar para seus espetáculos um público variado e divertido.

Um verdadeiro espetáculo

Olhando atentamente era possível ver pais, filhos e até avós apreciando o show. A maioria deles, trajados com camisetas da banda. Diferente de alguns nomes que usam o microfone para longas falas, Tobias Forge foi sucinto e breve em suas palavras.

Dono de uma educação ímpar (o rapaz é um lorde), ele não deixou de agradecer ao público presente com quem brincou durante alguns intervalos entre uma música e outra, bem como fez o mesmo com sua banda arrancando risos do público.

   

Antes que alguém fale a respeito de originalidade: é importante salientar que o espetáculo que eles apresentam, de fato não é algo que possa ser chamado de original, haja visto que artistas como Alice Cooper, King Diamond, Kiss e até mesmo os brasileiros dos Secos e Molhados já o fizeram a muito tempo atrás, porém quando tudo isso é bem-feito, não há problema alguma na repetição de fórmulas.

O que Tobias Forge faz grandiosamente com seu personagem, é exatamente igual, porém, com um ar moderno conquistando um público como dito anteriormente, de todas as idades, trazendo-os para um espetáculo onde a música se encontra com arte e encenação.

Durante a apresentação, o músico faz suas trocas de personagens. A primeira delas acontece justamente na canção “Call Me Little Sunshine”, onde suas vestimentas são exatamente as usadas no videoclipe.

Considerações finais

Ainda falando da grandiosidade como músico, Tobias Forge lamentou o ocorrido com a banda de abertura, se desculpando e pedindo uma salva de palmas para os presentes que prontamente o atenderam.

Reprodução

Por fim, é preciso dizer que sob o comando do Papa Emeritus IV (Forge), o Ghost é uma banda de line up perfeito, com seus Nameless Ghouls (nome usado pelos demais músicos) mostrando um sincronismo musical perfeito. O mesmo pode ser dito para os trabalhos excepcionais de backing vocals. Numa palavra: Geniais.

   

Numa noite onde inúmeras freiras de todas as idades e até mesmo Jesus Cristo deu às caras no local, São Paulo deu às boas-vindas aos “fantasmas suecos” que prometeram voltar em breve e desta vez executarem a música “Tweenties”.

Os fãs certamente já pensam em um novo álbum de inéditas e uma turnê mundial onde o Brasil tem a obrigação de estar na lista. Eu sou um destes fãs e certamente estarei lá. Desta vez, na pista premium.

Tracklist:

  • Imperium
  • Kaisarion
  •    
  • Rats
  • From the Pinnacle to the Pit
  • Spillways
  • Cirice
  • Absolution
  •    
  • Ritual
  • Call Me Little Sunshine
  • Con Clavi Con Dio
  • Watcher in the Sky
  • Year Zero
  •    
  • Spöksonat
  • He Is
  • Miasma
  • Mary on a Cross
  • Mummy Dust
  •    
  • Respite on the Spitalfields
  • Encore:
  • Kiss the Go-Goat
  • Dance Macabre
  • Square Hammer
  •    

Redigido por Geovani Vieira

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