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Lançamento: Napalm Death – “Throes Of Joy In The Jaws Of Defeatism” (2020)

Gravadora: Century Media Records

   

Um dos melhores lançamentos do ano e um dos mais extremos também, diga se de passagem. Já começando com a capa repleta de simbolismos ao trazer uma ilustração que nos mostra uma brutal amostra da realidade com o qual somos obrigados a viver todos os dias, e por vezes acaba até mesmo sendo comum e trivial. A indiferença com o próximo, a violencia diária e tantos outros tópicos estão presentes nas letras também. “Throes Of Joy In The Jaws Of Defeatism” é o décimo sexto álbum do Napalm Death e foi lançado no dia 18 de setembro via Century Media. Em terras nacionais, pela Voice Music, Rock Brigade e Xaninho Discos.

“Fuck The Factoid” na minha visão foi a melhor escolha pra abrir os trabalhos. Uma verdadeira ogiva nuclear Grindcore, com um clima e pegada punk, o destaque fica pro batera Danny Herrera, que arranca a 200 por hora! Sem tempo pra respirar ou se recuperar, “Backlash Just Because”, uma das primeiras músicas divulgadas, traz uma introdução com o baixo de Shane Embury rasgando nossos tímpanos com um timbre tão pesado que parece uma furadeira conduzindo o som, isso acontece até seu Riff final que encerra esse destaque.

“That Curse Of Being In Thrall” é um hardcore dos infernos, com vocais monstruosos de Mark ” Barney ” Greenway. “The Contagion” segue uma linha mais cadenciada, porém violenta e, da pra imaginar a galera no moshpit, pois essa faixa tem um andamento insano e propício para isso. “Joie De Ne Pas Vivre (The Joy of Not Living)”, ou A Alegria de Não Viver, não tem nenhuma guitarra e vai causar estranheza em muitos incautos, essa faixa mostra um lado industrial com forte influência dos suíços The Young Gods e também dos conterrâneos do Godflesh (banda formada pelo guitarrista Justin Broadrick, que tocou no primeiro álbum do Napalm, o seminal “Scum”). Com apenas 02:28 a banda traz uma música cáustica, claustrofóbica e densa, com Barney fazendo vozes praticamente Black Metal. “Invigorating Clutch” tem um andamento hipnótico e um Riff mais arrastado, um dos melhores Riffs do disco. Em várias resenhas esse som foi bastante criticado, mas na modesta opinião deste resenhista, achei um dos melhores momentos do álbum.

   

“Zero Gravitas Chamber” traz o Death/Grind novamente, esse som é um arregaço, poderia estar perfeitamente no clássico “Utopia Banished” que não iria fazer feio de jeito algum. “Fluxing of the Muscle’ é outra que traz um som mais tradicional. Veloz e esmagadora, com viradas absurdas de bateria, nessa música senti falta do Guitarrista Mitch Harris (presente em todos os álbuns do Napalm a partir do “Harmony Corruption”, o guitarrista deixou o grupo em razão de problemas pessoais e gravou uns trechos de guitarra, porém sem escrever nenhuma composição, vale lembrar que ele lançou esse mês o debut álbum de sua nova banda chamada Brave The Cold). O cara estaria com suas bases insanas de guitarra e seus backin vocals fazendo a frente por aqui, certamente.

A próxima música também foi single, “Amoral” começa com uma guitarra mais limpa, com muita influência de “Killing Joke”, essa música grudou no meu cérebro, aqui temos uma idéia de todo o espectro musical dos veteranos de Birmingham, com vozes do Baixista Shane Embury e Barney, mais um dos grandes momentos desse registro. “Throes of Joy in the Jaws of Defeatism” é uma pedrada, curta grossa e direta, lembrando a fase mais recente da banda, aonde deixaram os experimentalismos de álbuns como “Diatribes” (1996) e “Inside The Torn Apart” (1997) e “Words from the Exit Wound” (1998) e retornaram no ano 2000 com o desgraçado “Enemy of Music Business”, uma aula de Grindcore por sinaL. “Acting in Gouged Faith” traz o trio Barney/Herrera e Embury destruindo tudo novo (novidade…). Vale lembrar que a sonoridade do disco está matadora, a cargo de Russ Russell, que deu sua contribuição nas composições também sendo co-autor de duas músicas (“Joie de ne Pas Vivre” e “A Bellyful of Salt and Spleen”).

Por sinal, é esta última, “A Bellyful of Salt and Spleen”, que encerra o track list oficial, como uma marcha militar e com Barney recitando a letra em meio a uns barulhos caóticos, achei esse enceramento muito legal, como se estivesse fechando um ciclo. Posso afirmar que este seja um dos melhores discos do Napalm Death, não se “mixaram” e gravaram em Trio (Shane Embury gravou o baixo e guitarra) e mostraram que tem muita lenha pra queimar ainda.

Dou quase nota máxima para o Napalm Death que poderia tranquilamente seguir gravando discos de Grindcore e encher os bolsos, ao invés disso mostram maturidade e uma musicalidade diversa, extrema e sem deixar de se posicionar politicamente em nenhum momento. Agora, se o amigo leitor prefere ficar ouvindo o “Scum” e o “F.E.T.O”, fique á vontade e deixe passar em branco um dos discos do ano.

Nota: 9.5

   

Integrantes:

Shane Embury (baixo)

Mitch Harris (guitarra)

Mark “Barney” Greenway (vocal)

   

Danny Herrera (bateria)

Faixas:

1. Fuck the Factoid

2. Backlash Just Because

   

3. That Curse of Being in Thrall

4. Contagion

5. Joie de ne pas vivre

6. Invigorating Clutch

7. Zero Gravitas Chamber

   

8. Fluxing of the Muscle

9. Amoral

10. Throes of Joy in the Jaws of Defeatism

11. Acting in Gouged Faith

12. A Bellyful of Salt and Spleen

   

Redigido por Jonatan Gorehead

   

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