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Lançamento: Autopsy – Morbidity Triumphant (2022)

Peaceville Records

   

Assim como o som, eu preciso ser direto e cirúrgico nesta resenha. Após 7 anos sem nenhum lançamento de álbuns, o quarteto de Oakland surpreendeu a todos com “Morbidity Triumphant”, que viu a luz do dia 30 de setembro via Peaceville Records. O petardo contém 11 faixas com o mais puro suco da grosseria do Death Metal que a banda já produziu.

Velhos, antigos, imundos e extremamente brutais, o Autopsy mostrou ao mundo que eles ainda não morreram e devem ser enterrados. Revisitando o clássico “Servered Survival” de 89, Morbidity Triumphant é um ode ao estilo pútrido, sujo e inigualável de uma das entidades mais absolutas do Death Metal. Mantendo os 3 membros originais da época de ouro, Chris Reifert, Eric Cutler e Danny Coralles, a banda apenas conta com Greg Wilkinson para gravar os baixos das composições grotescas. O disco já começa por chamar atenção em sua artwork, assinada por Wes Benscoter (Broken Hope, Bloodbath, Cattle Decapitation), apresentando uma figura cadavérica vestida em um manto carmesim de faces arrancadas de humanos, e essa será sua companheira por essa audição sanguinolenta. A primeira faixa do disco, “Stab The Brain”, é uma explosão brutal de violência com passagens velozes e com predominância em uma cadencia assustadora. As guitarras de Eric e Danny são cortantes e combinam de forma exímia com o baixo denso de Greg. A finalização da música é brusca e faz com que você anseie pela continuação do disco. É então que “Final Frost” aparece, apresentando uma introdução mais cadenciada e lenta, anunciando que esse clima irá mudar logo. Após 1 minuto e 12 segundos, a brutalidade irrompe e os vocais explodem junto a uma bateria direta e característica do Death Metal old school. Para os amantes, é como estar revivendo o disco clássico de 1989. “The Voracious One” apresenta um riff mais trabalhado e não tão direto, mas isso não deixa de dar para música sua importância e qualidade no produto final.

AUTOPSY / Divulgação / Facebook

Em “Born In Blood”, seguimos a velha e boa fórmula de introdução cadenciada seguida de uma destruição degenerada e brutal. O trabalho em power chords aqui é pesado e as vocalizações chegam a se assemelhar com gritos perversos que ecoam por todas as direções. Na sequencia, “Flesh Strewn Temple” tem a “doçura” exata da união do cadenciado com o veloz. Dessa vez, a bateria literalmente conduz todo direcionamento da faixa, com o uso dos pratos de condução, Chris une todos os instrumentos em uma sinfonia catastrófica e paralisante. Simplesmente, excepcional ouvir a qualidade com que Eric e Danny conseguem inserir em cada música solos potentes e virtuosos, condensando de forma magistral as nuances que cada instrumento traz para a composição. E se caso não tivesse o corte de estúdio entre as faixas 5 e 6 do disco, facilmente, você acharia que estava ouvindo a mesma obra, afinal, “Tapestry of Scars” possui as mesmas qualidades de sua predecessora, apresentando um baixo mais trabalhado e destacado, porém pecando um pouco em algumas passagens que acabam deixando a composição um pouco repetitiva demais. Em compensação, em “Knife Slice, Axe Chop” os americanos atingem a jugular do ouvinte com a velocidade e os riffs brutais de uma faixa com cerca de 2 minutos e 50 segundos de duração. Os vocais insanos acompanham essa brutalidade que é interrompida por uma marcha funesta e fúnebre liderada pelo baixo de Greg, que logo volta a brutalizar a nossa audição com velocidade e peso. A oitava composição, “Skin By Skin”, foi a escolhida para ser lançada como single previamente e mostra uma canção quase que totalmente cadenciada e com o pé completamente afundado no terreno do Doom.

Soturna e obscura, a música apenas tem mudanças quando chegamos ao refrão, ou seja, são 4 minutos de pura decadência e depravação.

A tríade final do disco se inicia com a faixa mais rápida e explosiva do disco, a curta “Maggots In The Mirror”, que com apenas 1 minuto e 42 segundos, consegue ser assustadoramente cativante e viciante. Apesar de voltar a formula clássica do Autopsy, as duas últimas composições do disco tem a sua peculiaridade. Em “Slaughterer of Souls”, ouvimos o vocal acompanhando a base arrastada e densa de uma introdução que será revertida em riffs violentos e apocalípticos, com solos virtuosos e competentes, linhas de baixo contínuas e uma bateria que parece ter sido tirada de algum disco de 1980. Uma composição simples, que não foge ao que já conhecemos da banda, mas que envolve o ouvinte. Por fim, “Your Eyes Will Turn to Dust” finaliza o disco com uma aula de Death Metal para a nova geração. Sim, aqui nós conseguimos ouvir todas as nuances já comentadas em uma só composição. Desde a introdução cadenciada, com um vocal animalesco sendo regurgitado por cima de riffs, passando por uma aceleração dos mesmos, com bases vividas e surpreendentemente viciantes, e por fim, acelerando ao máximo de velocidade. Criando assim uma síntese de todo um trabalho aqui apresentado, simplesmente uma obra!

   
AUTOPSY / 2022 / Divulgação / Facebook

Assim como de se esperar, Autopsy não desaponta no quesito brutalidade, sujeira e depravação. O quarteto fez sua parte em revisitar o clássico “Severed Survival” e trazer para nós esse “revival’“da obra em pleno 2022. Mas que fique lembrado, por mais inspiração que esse disco tenha do primeiro lançamento, isso não significa que ele seja idêntico a ele. “Morbidity Triumphant” é um álbum singular e inspirado, que mostra ao mundo que o Death Metal é gigante.

Nota: 8,2

Integrantes:

  • Chris Reifert (vocais, bateria)
  •    
  • Eric Cutler (vocais, guitarra)
  • Danny Coralles (guitarra)
  • Greg Wilkinson (baixo)

Faixas:

   
  1. Stab the Brain
  2. Final Frost
  3. The Voracious One
  4. Born in Blood
  5. Flesh Strewn Temple
  6.    
  7. Tapestry of Scars
  8. Knife Slice, Axe Chop
  9. Skin by Skin
  10. Maggots in the Mirror
  11. Slaughterer of Souls
  12.    
  13. Your Eyes Will Turn to Dust

Redigido por Yurian “Dollynho” Paiva

   
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