Gene Simmons, vocalista e baixista do Kiss, refletiu sobre as mudanças no direcionamento musical da banda ao longo de trajetória da banda e, como isso afetou a popularidade do Kiss e causou um choque com os fãs.
Durante uma entrevista recente concedida ao podcast ao The Magnificent Others comandado por Billy Corgan, Gene alertou sobre como algumas escolhas podem ser prejudiciais, citando como exemplo um período conturbado que começou em 1979 e acabou por levá-los a abandonar a maquiagem e o figurino característicos que eram sua “marca registrada” em 1983, recebendo fortes críticas de sua base de fãs.
“Mas, problemas no paraíso… a Disco de 79 está a todo vapor: Stones, Rod Stewart, todo mundo está fazendo [cantando disco beat], e é enorme. Vou para o Studio 54 e todas as estrelas estão lá, e todas essas coisas. E lançamos ‘I Was Made for Lovin’ You’, e é enorme imediatamente.
E os fãs mais dedicados estão chateados, exceto pelo fato de que as vendas de ingressos… toneladas, rendendo mais dinheiro. E os brinquedos, os fãs mais jovens vieram porque, de repente, a mãe gostou da música, e as crianças gostaram. Então, estávamos vendendo.”
Mas isso não foi o único fator que abalou na relação do Kiss com os fãs, outros fatores também influenciaram nisso, conforme admitiu Gene Simmons:
“E nosso filme ‘Kiss Meets the Phantom’ saiu. Estávamos falando sobre desenhos animados e parques temáticos e todas essas coisas, ficando cada vez maiores. Mas claramente, no início dos anos 80, a discoteca estava indo para as sombras, e havia o punk surgindo, e eu realmente gostava dos Pistols e do Clash e tudo isso. Mas eles já existem. Você não pode simplesmente dizer: ‘Quer saber? Talvez possamos dar um empurrãozinho para chegar lá.’
O grunge surgiu. Nós até brincamos com ‘Carnival of Souls’ com uma espécie de [um ‘álbum grunge’]. A maquiagem está fora, ‘Vamos tirar a maquiagem e ver no que dá’. Então, assim que você começa a se curvar para pegar o sabonete, não demora muito para você se tornar a cadela de alguém. Você se perde, e é difícil fazer uma longa jornada.”
Não parou por aí… Você pode se lembrar de lançamentos extremamente questionáveis como o pop “Unmasked”, e o conceitual artístico e exagerado em 1981, “(Music From) The Elder”. Soma-se a isso as saídas Peter Criss e Ace Frehley, além de da separação com o empresário original Bill Aucoin.
A banda retornou às raízes em 1983 em álbuns como “Creatures of the Night”, “Lick It Up” e “Animalize”.