É de conhecimento público que a entrada de Blaze Bayley no Iron Maiden, na década de 90, causou insatisfação de muitos fãs. Principalmente, se pensarmos nos fãs de Bruce Dickinson.
Podemos discutir se Steve Harris tomou uma decisão acertada ao trazer para a banda uma voz tão diferente daquela eternizada por Bruce. Mas é um fato que Blaze provou ter o seu valor. Digamos que o fator tempo acabou agindo a favor do vocalista.
Apesar de “Virtual XI” seguir sendo um disco bastante criticado por uma parcela generosa dos fãs, seu antecessor, “The X-Factor”, conseguiu ganhar muito prestígio no decorrer dos anos. Isso sem mencionar que Blaze é um cara extremamente batalhador e, após sua saída do Iron Maiden, não perdeu tempo com polêmicas ou choradeiras. Tratou de investir seu tempo numa carreira solo bastante digna e lança seus álbuns até hoje, já são 11 pra conta até o momento.
O fato é que o problema não estava realmente nos álbuns de estúdio, mas nas apresentações ao vivo, quando o vocalista precisa reproduzir as partes de Bruce Dickinson. Foi aí que o calo de Blaze apertou e ele passou a ser muito criticado.
Em uma recente entrevista concedida ao podcast “Scars And Guitars”, o baixista Steve Harris foi questionado se, na época, a banda não pensou em diminuir meio tom ou até mesmo um tom para adequar as músicas antigas a voz de Blaze. Harris respondeu o seguinte:
“Hum, não, realmente, não. Talvez em algumas coisas, em retrospecto, poderíamos ter feito isso. Mas não, nós realmente não pensamos sobre isso. Na verdade, não foi um problema. Pelo menos até que saímos e tocamos ao vivo e percebemos que havia algumas coisas acontecendo… O estranho é que Blaze estava realmente confiante quando estávamos ensaiando. E então algumas vezes acontecia algo em algumas músicas, então saímos ao vivo e, talvez, houvesse um problema ou dois aqui e ali, mas em geral, ele lidou com isso muito bem. Mas é o que é. Eu suponho que em retrospecto você pode fazer todos os tipos de coisas, mas Blaze ajudou a manter a banda viva por aquele período. Então nós devemos muito a ele.”