“Sick Existence” é o segundo álbum completo do Warsickness.
Passaram-se quatro anos desde o lançamento do debut “Stay Drunk In Hell” e o Warsickness enfim lançou o seu segundo full-lenght, “Sick Existence”, com produção independente. A banda, a qual foi formada em 2008 na cidade de Itapevi/SP, toca um Thrash Metal old school com pegada moderna e influências notáveis em nomes como Demolition Hammer, Warbringer, Testament, Exodus, Vio-Lence, Death Angel, Dark Angel, Attomica, Sepultura e em algumas letras, em Tankard.
Antes de mais nada, a faixa de abertura, “666 Liters”, mostra a diferença entre o segundo álbum em relação ao debut. O retorno à banda do baterista Fernando Henrique, o qual havia gravado o EP, “Reign Of Chaos, Pain And Torture” de 2012, transformou o som em algo ainda superior ao que o Warsickness havia apresentado no “Stay Drunk In Hell”.
Novo Thrash Metal
Em primeiro lugar, um dedilhado de guitarra introduz, seguido por arranjo de bateria que beira o inacreditável. Uma canção que equilibra a velha e a nova escola do Thrash Metal em seus quase cinco minutos de duração. O primeiro single do álbum, “Baptism By Beer”, parece uma continuação conceitual da faixa da abertura, mantendo o mesmo andamento super acelerado e agressivo com um refrão diferenciado, o qual lembra uma marcha de guerra com uma narração “a la Araya” do vocalista Diogo Moreschi.
O riff cortante de “Reborn From Bullet” incendeia definitivamente o álbum, demonstrando uma banda madura que soube o que queria transmitir em seu registro e o fez com total êxito. “Called To Pay” começa mais lenta e com narração, dando a falsa impressão que seria dada uma trégua a pancadaria nervosa das faixas anteriores, porém, após um minuto, a locomotiva chega atropelando novamente tudo o que encontra pela frente.
“Sick Existence”
Em seguida, a faixa que intitula o álbum, “Sick Existence”, mantém todos os ingredientes da receita do bolo, os quais produziram uma massa de violência sonora que agride os ouvidos mais sensíveis. Dessa forma, o quebra-quebra persiste até o último segundo.
Logo após, o lindo instrumental “999” dá uma pausa à audição com viajantes solos do guitarrista Guilherme Alan. Em suma, como eu já afirmei em várias oportunidades, canções instrumentais sempre proporcionam momentos singulares no Metal.
“Gruesome Origin”
Um single solitário gravado em 2016, “Gruesome Origin”, o qual a sonoridade se assemelha mais a apresentada no primeiro full-lenght, encerra o álbum. Além disso, dois bônus ainda foram inclusos no disco, a canção homônima e “Alcoholic Brain”, ambas as versões do EP “Reign Of Chaos, Pain And Torture”. As duas faixas também foram regravadas e estiveram presentes no debut da banda.
Enfim, Dois mil e dezenove foi mais um ano glorioso para o Thrash Metal nacional. Contudo, Forkill, Woslom, Voodoopriest e Warsickness contribuíram para tal, além de outras bandas menos conhecidas no underground que também fizeram a sua parte, como Shotdown e Legacy Of Kain. Assim que quem afirma que o Thrash Metal nacional se resume aos anos 80 está completamente equivocado no que diz.
Certamente, indico o álbum “Sick Existence” para todos os fãs de Thrash Metal que não pararam no tempo.
Nota 8,7
Integrantes:
- Diogo Moreschi (vocal)
- Carlos Ferreira (baixo)
- Guilherme Alan ( guitarra)
- Fernando Henrique “FH” (bateria)
Músicos participantes:
- Carlos Deloss (guitarra em “Gruesome Origin”)
- Alan Magno (baixo em “Gruesome Origin”)
- Carlão (guitarra em “Gruesome Origin”)
Faixas:
- 666 Liters
- Baptism by Beer
- Reborn From Bullet
- Called to Pay
- Sick Existence
- 999
- Gruesome Origin
- Warsickness
- Alcoholic Brain
Redigido por: Cristiano “Big Head” Ruiz