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Indicação Prog; Time Machine – “Evil: Liber Primus” (2001)

Lucretia Records International

   

Formado em 1992 em Milão, Itália, Time Machine foi um nome importante para o Progressive Metal na década de 90 e também uma banda com um curto período de vida. Liderado por Lorenzo Dehó (baixo, teclados), o grupo lançou quatro ótimos trabalhos, além de sete EP’s, entre os anos de 1993 até 2004, período em que a banda esteve em atividade.

Após os excelentes “Act II: Galileo” , álbum oficial de estreia lançado em 1993 e “Eternity Ends”, segundo trabalho editado em 1998, chega às lojas em em janeiro de 2001, “Evil: Liber Primus”, terceiro e excelente registro de sua carreira, e particularmente falando um dos melhores trabalhos do quinteto, bem como um dos grandes discos editados no referido ano.

Contendo 10 faixas inéditas divididas em pouco mais de 40 minutos de duração, o sucessor de “Eternity Ends” chega três anos depois trazendo consigo a missão de manter a banda em evidência, e repetir o sucesso do álbum anterior, já que o mesmo fez relativo sucesso em vários países, incluindo o Brasil, onde o referido trabalho foi muito bem recebido.

Reprodução / Facebook / Time Machine’s Stage

Como é natural em todas as bandas, Time Machine também passou por várias mudanças de formação, mas foi com o estreante Pino Tozzi (vocais), Gianluca Ferro (guitarras), Joe Taccone (guitarras), Claudio Riotti (bateria) e Lorenzo Dehó (baixo, teclados), o cara que comanda a equipe e também o grande responsável pelas letras geniais, que a banda gravou esta maravilha, que é em minha humilde opinião um dos melhores discos de Progressive Metal da década de 90, mas que por incrível que pareça. o grupo não obteve o reconhecimento que merecia, embora em seu histórico de lançamentos, o termo “disco ruim” passa bem longe.

   

Bem recebido ou não, a verdade é que “Evil: Liber Primus” é um disco para ser apreciado da primeira à última faixa, com direito a repeteco ao final de sua última estrofe.

Apresentações feitas, é hora de conferir faixa a faixa este que é item obrigatório aos amantes de Progressive Power Metal, feito com qualidade por uma banda composta por excelentes músicos, mas que mantém-se em silêncio desde 2004.

Após “Gerona”, breve introdução ligando a ponte que nos leva a “Where’s My Heaven”, mergulhamos na canção que literalmente abre o disco. Apresentando belas orquestrações em seu início que se unem as melodias fincadas no Progressive Power Metal, já é possível perceber que musicalmente a banda não deixou a peteca cair. Ou seja, temos em mãos um disco espetacular e muito bem produzido. A união do Prog com o Power fica evidente em toda sua estrutura musical que vai dos solos excepcionais de guitarra, aos vocais precisos do estreante Pino Tozzi (timbre belíssimo), numa música que conquista de imediato, mostrando que o encontro de estilos quando bem arquitetados gera resultados mais que satisfatórios. Numa música onde tudo soa absurdamente belo, é preciso destacar os trabalhos geniais dos backing vocals, responsáveis por entoa rum coro espetacular em latim, além das citadas orquestrações.

Lorenzo Dehó / Reprodução / Facebook

…Tenebrarum / Rex sigillum in oculos impii ponit / Qui obscuritatem /Vitat eum vaniis blanditiis / Temporis proximae / Vitae et angelici/Gregis donans…

Em resumo: Excelente faixa de abertura.

Do Power Prog para o Heavy/Prog, “Army Of The Dead” dá sequência ao genial trabalho musical em mais uma canção onde os atrativos estão presentes em cada nota executada. Citando a sonoridade apresentada nesta faixa em especial, podemos dizer que a banda faz o meio termo entre Kamelot, principalmente pelas vocalizações, lembrando em dado momento o excelente Roy Khan, e os alemães do Vandem Plas na parte instrumental.

Resumindo: Excelente e grandiosa composição.

  • Destaques mais uma vez para os coros cantados em latim, onde a banda simplesmente acerta o alvo em uma das melhores faixas do disco.
  •    

…Aliger daemon / Fulgores humanae gloriae / Et ardentium / Cupiditatum largitu…

Em mais um tiro certeiro, “Kiss Of Life” esbanja bom gosto em uma canção onde o equilíbrio entre o Progressive e o Power estão presentes incorporando uma sonoridade mais pesada cujos riffs flertam também com o Hard e com o Heavy Metal propriamente dito em uma faixa onde predomina as mudanças de andamentos e construção rítmicas cheias de variações.

Apesar das referidas mudanças de andamento, engana-se quem pensa que temos aqui uma faixa maçante e/ou cheia de virtuoses desnecessárias. Felizmente isso não acontece por aqui, já que a banda resolve de fato fazer música ao invés de firulas ou a busca da oitava nota músical. Se a missão era abrir o disco com uma trinca de alto nível musical então é preciso dizer que o objetivo foi alcançado com sucesso.

*Destaques para os trabalhos grandiosos de bateria, comandados por Claudio Riotti, e para as linhas de contrabaixo e teclados, aqui soando como piano.

No geral, discos de Progressive Metal são cheios de firulas e compostos por músicas repletas de variações. Certo? E quando a banda resolve incorporar uma música instrumental? A verdade é que “Ecclesias Spiritualis” não decepciona e ao contrário do que se pode pensar, suas melodias são simples sem soar exageradas, destacando em particular as linhas de contra baixo que casam perfeitamente com os teclados, formando assim uma música tão normal quanto as outras onde aparecem os vocais. O exemplo do quão simples ela é, está no fato do ouvinte não perceber que a mesma ultrapassa a faixa dos quatro minutos de duração.

   

Aos familiarizados com os trabalhos da banda americana Queensrÿche, certamente, notará as similaridade entre “Neghentropia” e “Empty Room”, esta última, faixa presente no glorioso “Operation Mindcrime” do quinteto americano.

Desde os timbres de guitarras da dupla Gianluca & Taccone até as linhas de vozes de Pino Tozzi, o que se ouve são referências claras e similares até mesmo em sua duração, já que ambas servem como prelúdio para as canções seguintes de seus respectivos trabalhos. Como prelúdio, “Neghentropia” faz ligações com a épica “Evil Lies”, faixa que nos remete aos já citados Queesnrÿche e também Fates Warning do álbum “Parallels”, embora as vocalizações de Tozzi apresentem timbres semelhantes aos de James Labrie (Dream Theater) e não de Ray Alder (Fates Warning).

Sobre a canção: Mais um momento grandioso do disco, que mais uma vez celebra o encontro entre o Heavy com o Prog Metal, cujo resultado não poderia ser outro senão, perfeito.

Destaques para os coros (em latim) perfeitos, soando como a cereja do bolo.

…Lux eterna / Humanae glorie / Tenebrarum rex / Aliger daemon /Aliger daemon…

Em sua reta final, “Angel Of Death” traz em suas melodias e principalmente em seus vocais, a sonoridade de grupos como Shadow Gallery, Magnitude 9, Poverty’s No Crime, Dream Theater, etc. Mais uma vez o encontro de estilos resultam em uma canção espetacular, bem como uma das melhores apresentada em todo o disco.

   

Com seu início lembrando “Eternity Ends”, faixa presente no álbum de mesmo nome, lançado anteriormente, “Hailing Souls” mantém o nível técnico e musical do disco, numa canção onde as semelhanças com Seventh Wonder, Conception, Kamelot, Fates Warning e Dream Theater, etc, são evidentes. Novamente a união entre o Heavy e o Prog proporcionam belas harmonias, numa canção onde os teclados soam mais evidentes emanando belas orquestrações, as linhas de contra baixo soam mais pesadas, as guitarras despejam riffs nervosos seguido de um solo espetacular e a bateria com sua pegada mais pesada encontra os vocais excepcionais de Tozzi, fechando em alto estilo um disco que consegue ser grandioso desde sua introdução inicial até a introdução que fecha o álbum.

“Silent Bells”, introdução relâmpago que não chega aos trinta segundos de duração, fecha o álbum em definitivo. Como dito no início do texto, Time Machine é uma banda que lançou discos excepcionais, mas não conseguiu atingir um patamar de grande banda (uma pena). Talvez as famosas trocas de integrantes, que incluem seis vocalistas, tenham atrapalhado o progresso musical do quinteto. Embora todos eles tenham timbres peculiares e contribuíram de forma positiva para os bons resultados dos discos, a verdade é que a banda entrou naquela praia dos canadenses do Annihilator, onde cada disco lançado apresentava um novo vocalista. Talvez esta inconstância de músicos soe cansativo para alguns fãs que em dado momento resolve abandonar a banda.

Time Machine / Official Logo

O exemplo mais claro está justamente neste disco onde Pino Tozzi fez sua estreia como novo frontman e particularmente acho que foi uma excelente escolha pra banda, porém sua estadia não demorou muito, visto que deixava o posto em seguida.

Em 2004, o quinteto lançou “Reviviscence: Liber Secundus”, disco que marcou a estreia do novo vocalista Marco Sivo (Valas, Betoken, ex Perpetual Fire, ex Derdian, ex, Furor Galico, etc), e este permanece até o presente momento como o último trabalho lançado, embora a banda nunca tenha decretado oficialmente o fim das atividades.

No Brasil,, o grupo obteve uma certa notoriedade, já que uma de suas músicas figurou no CD da extinta revista Planet Metal. A música escolhida foi “Eternity Ends”, extraída do álbum homónimo, trazendo inclusive a participação especial de André Matos (ex Angra, Shaman, André Matos) em uma das faixas.

   

Vale ressaltar que os temas abordados em seus discos, bem como as composições e principalmente suas letras, fizeram com que a banda fosse chamada de “White Metal”, o que não condiz de fato. Talvez o fato dos temas relacionados a religião serem abordados em suas letras, criou-se uma imagem equivocada sobre a sonoridade do Time Machine que sempre foi e continua sendo um grupo de Progressive/Power Metal.

Em resumo: Vale a pena conhecer o trabalhos honroso desses italianos e torcer para que o silêncio que já dura 18 anos seja finalmente quebrado através de um novo CD de inéditas. Aguardemos! Sobre o disco em questão: Altamente recomendado e indicado aos fãs de grupos como Vision Divine (fase Michelle Luppi) Labÿrinth, Hollow Haze, Cydonia, Secret Sphere, Kamelot (fase Roy Khan), Vandem Plas, Vanishing Point, Athena (fase Fabio Lione), Poverty’s No Crime, Seventh Wonder, entre outros.

Faixas de destaques: Todas

Integrantes:

  • Pino Tozzi (vocal)
  • Lorenzo Dehó (baixo, teclados)
  •    
  • Gianluca Ferro (guitarras)
  • Joe Taccone (guitarras)
  • Claudio Riotti (bateria)

Faixas:

   
  • 1.Gerona
  • 2.Where’s My Heaven ?
  • 3.Army Of The Dead
  • 4.Eyes Of Fire
  • 5.Ecclesia Spiritualis
  •    
  • 6.Neghentropia
  • 7.Evil Lies
  • 8.Angel Of Death
  • 9.Hailing Souls
  • 10.Silent Bells
  •    

Redigido por: Geovani “Vince Neil” Vieira

   

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