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Resenha: Paragon – Controlled Demolition (2019)

“Controlled Demolition” é o novo álbum da banda alemã de Power Metal, Paragon.

   

Sem rodeios, como a bala .50 que fura o colete mais resistente já feito pelo homem, o Power Metal do Paragon vem se mostrando sem igual.

Sem frescura, bruto, cortante, e repleto de riffs clássicos da vanguarda alemã.

Andreas Babuskchin e sua trupe embarcaram em seu carro de guerra teutônico, aceleraram e resolveram não parar de disparar rajadas certeiras em nossos pobres ouvidos.

“Controlled Demolition” viu a luz do dia 3 anos após o ótimo “Hell Beyond Hell”.

   

A adição de um terceiro guitarrista foi um belo truque para o novo disco, Günter Kruse (ex-Black Hawk) chegou na banda trazendo mais do que sua presença, trouxe também a inspiração que faltava para sons mais pesados, bases mais trabalhadas e além de tudo deu um toque de profundidade para as músicas.

“Controlled Demolition”

Vejamos pela introdução instrumental, “Controlled Demolition”, que tem um ambiente mais obscuro e denso, lembrando os primeiros registros da discografia, onde os sons eram mais sombrios.

Mas claro, aqui temos a masterização de Piet Sielck (Iron Savior, ex-Savage Circus), talvez o melhor produtor da Alemanha.


“Reborn”

A segunda salva de tiros é feita por “Reborn”. Como um StG44 cuspindo balas, a faixa esbanja energia iniciando com um ótimo e empolgante riff, acompanhado de uma bateria onde Sören espanca a caixa e os pratos com tamanha força que você se sente atordoado.

O que em muitas produções do estilo é abafado, dessa vez temos uma aparição cristalina excepcional, as cordas graves de Jan Bünning, apesar de estarem na maior parte do tempo trabalhando soltas, dão um peso gigantesco a música.

   

Grave, cortante, rápida e muito empolgante, “Reborn” nos lembra bem do porque temos que respeitar a Alemanha quando se falamos de Power Metal!

Reprodução / Facebook

“Abattoir”

Continuando na mesma linha, mas não tendo a mesma precisão e cadência que a faixa anterior, “Abattoir” é letal como uma MG42.

Sua fórmula, já conhecida pelos fãs da banda em discos como “Revenge” de 2005, foi trazida a tona. Riffs marcantes, uma bateria de colocar medo de tão clássica que chega a ser. Os refrãos são magníficos, os coros entoados Babuskchin e seus backin vocals são simplesmente irrepreensíveis.

O solo não fica atrás, e se apresenta forte e técnico, como todo fã gosta. Seguindo, temos a saudosista “Mean Machine”, que a princípio parece ser inofensiva, como uma Luger P08, mas que faz estrago ao entrar em sua cabeça.

Como o calibre dessa pistola (9mm), a música é simples, sem aquele peso brutal já apresentado pela banda anteriormente.

   

Mas é aí que se encontra a beleza dessa música. Simples, com contrução clássica e que mostra um pouco da história da vanguarda alemã que outrora fez tanto sucesso com sua fórmula única.

“Deathlines”

Imagine-se na primeira fila de soldados em uma guerra, a única coisa que passa na sua mente é a aflição e a melancolia antes de um confronto que você sabe que será sanguinário e tenebroso.

Sua vida provavelmente não será poupada e a primeira bala pode ser a derradeira. Toda sua história, esperanças, crenças e planos passam em sua mente.

Nos seus olhos escorrem lágrimas de dor e sofrimento. “Deathlines” traz a cadência e este clima aterrorizante ao disco.

Remetendo a grandes discos como “Force of Destruction” e “Forgotten Prophecies”, o ritmo imprimido pelo baixo metálico de Bünning, e a voz magnífica de Babuskchin fazem essa música bater fundo dentro do coração de qualquer pessoa.

   

“Musangwe (B.K.F.)”

A reviravolta no ritmo da música na hora do solo é magnífica e mostra o quanto esse senhores tem força para trabalhar dentro do Metal.

Abusando de velocidade e técnica “Musangwe (B.K.F.)”, como uma submetralhadora “MP.28” ou também conhecida como “SIG Bergmann”, que cuspia rajadas de balas em tropas não alemãs, os riffs abusam de velocidade e força. As linhas de cordas do trio, funcionam tão bem, que é impossível não querer ouvir essa faixa mais de uma vez.

“Mosin-Nagant”

Assim como um rifle “Mosin-Nagant” tinha um poder devastador nas mãos de soldados atiradores, “Timeless Souls” se tornou uma faixa bem construída e técnica nas mãos de músicos extremamente habilidosos e competentes.

Gosto de ressaltar sempre o peso monstruoso que o baixo de Bünning da a música. Simplesmente fantástico! Em continuação a essa rajada de brutalidade, “Blackbell” surge certeira e letal como a famosa Mauser “Kar98”.

One shoot, One Kill

Apesar de parecer um pouco limitada, esse fuzil era conhecido por ser um terror nos campos de batalha, a celebre frase dos jogos de hoje (One shoot, One Kill) pode ser aplicada a essa belezinha alemã.

   

Da mesma forma, cada toque dentro da faixa é certeiro, direto e matador.

Talvez, a ouvidos menos atentos, essa faixa se torne somente mais um som comum da banda, mas a fórmula usada aqui, já utilizada em discos como “The Dark Legacy”, é competente.

Os fãs da “onda germânica do Metal” se sentiram satisfeitos ao ouvir que a velha escola não morreu.

“The Enemy Within”

Em meio a esse tiroteio de fuzis e submetralhadoras, um equipamento capaz de parar um tanque é ouvido ao longe.

Portanto, “The Enemy Within” é uma letal Madsen antitanque (Sodom que se cuide!).

   

Além disso, é rápida e com peso de ser uma das faixas mais robustas do disco, essa belezinha fará suas pernas tremerem de te(n)são.

Babuskchin

Pois, abro um parêntese aqui para dizer o quanto me sinto orgulhoso de ouvir essa faixa e ver que os melhores discos da banda (“The Law of The Blade” e “Revenge”) influenciaram a composição não só desta faixa, mas sim de todo esse disco.

Contudo, até mesmo os vocais de Babuskchin parecem não ter sofrido alterações com o tempo, ouvir essa faixa é como ser transportado a anos atrás, quando esses discos acabaram de ser gravados e lançados.

Reprodução / Facebook

Na sequência, vem a mais “comercial” do registro, que foi o single disponibilizado previamente ao lançamento.

“Black Widow” tem o poder de fogo de uma metralhadora “DP-28”, pois apesar de ter seus pequenos defeitos, os riffs se tornam assassinos de curto alcance e, mesmo sendo difícil de assimilar logo de primeira audição (visto a qualidade do que já ouvimos do cd), a música é muito bem montada e gostosa de se ouvir.

   

Por fim, temos a vanguarda sendo representada por um tiro certeiro, como um rifle de precisão “Vintovka Dragunov”, “… Of Fire And Blood” é direta.

Direta nos corações dos verdadeiros amantes do Metal alemão.

O refrão dessa música fala por si mesma:

“We are the core/ Brothers together/ We are the law/ Forever and ever/ Blood and Gore – we will fight/ Eyes of fire – burning bright/ Fear no pain – eternal night/ Blood and Gore – Rule the fight…”.

Estou simplesmente impressionado com o poder de fogo deste trabalho, mesmo após anos e algumas mudanças drásticas de formação, Paragon continuou impecável e mostrando que dá para inovar, mantendo a mesma boa e velha fórmula já consagrada.

Digamos que se acontecesse uma guerra hoje, e apenas as bandas pudessem se enfrentar, sentiria pena de quem fosse contra a Alemanha e seu arsenal.

   

Nota: 9,0

Faixas:

  1. Controlled Demolition
  2. Reborn
  3. Abbatoir
  4. Mean Machine
  5.    
  6. Deathlines
  7. Musangwe (B.K.F.)
  8. Timeless Souls
  9. Blackbell
  10. The Enemy Within
  11.    
  12. Black Widow
  13. … Of Blood and Gore

Integrantes:

  • Andreas Babuskchin (vocal)
  • Jan Bünning (baixo, vocal)
  •    
  • Sören Teckenburg (bateria)
  • Martin Christian (guitarra, vocal)
  • Jan Bertram (guitarra, vocal)
  • Günter Kruse (guitarra)
   

Redigido Yurian ‘Dollynho’ Paiva

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