“Digital Dystopia” é o debut da banda de Speed/Heavy Metal australiana, Espionage.
Ao contrário do que muitos acreditam atualmente, Metal não tem regras e tampouco fórmulas exatas. Uma mistura de Heavy tradicional, Speed e Power Metal com solos super técnicos e virtuosos, geralmente, não me deixaria empolgado, porém a banda australiana Espionage, da cidade de Melbourne, me provou mais uma vez que não existem fórmulas prontas para satisfazerem ou não a subjetividade do gosto pessoal. Fundada em 2014, Espionage lançou seu primeiro full lenght, “Digital Dystopia”, em 2018. Em 2016, foi lançado o EP “Wings Of Thunder”
Em primeiro lugar, a faixa introdutória instrumental “Prelude To Power” já abre o “Digital Dystopia” acelerado e em alta temperatura.
“Enter The Arena” representa de forma fiel a sonoridade do Espionage. Heavy Metal tradicional com vocais comuns em Power Metal, solos destruidores de Denis Sudzuka e seus convidados: Mark Furtner, Tim Brown, Brendan Farrugia e Emir Hot.
“At Lightspeed We Strike”
Os guitarristas misturam muita técnica com melodia durante aproximadamente três minutos de intercalados solos. “At Lightspeed We Strike” segue a mesma linha de sua antecessora, porém pisando mais o terreno do Power Metal.
Por outro lado, “Nightmares Approaches” já é um Heavy com a personalidade de bandas do NWOTHM (New Wave Of Traditional Heavy Metal) como Enforcer, Ambush, Air Raid e Stallion.
A faixa título
A canção homônima “Digital Dystopia” introduz com um teclado que se assemelha a New-Age music, mas logo acelera num Heavy Power de tirar o fôlego. A poderosa técnica vocal de Andrew “Frosty” Morris é impressionante, pois ele, que também é o baixista, alcança notas altíssimas e precisamente afinadas.
“Haunting Horror” é recheada de riffs pesados e vocais melódicos, contudo, essa canção se assemelha aos melhores momentos do Ancient Empire.
A saber, são citadas várias influências em sua página no Facebook, tanto de bandas consagradas, como de novatas.
“Light Begins To Fade”
“Light Begins To Fade” é outra bela canção de Heavy/Power, mantendo a mescla de vocais melódicos com solos técnicos e recheados de feeling.
Entretanto, “Hellfire” equilibra na mesma canção Speed, Power e Heavy sem pender exageradamente para nenhuma dessas vertentes. “Lost In Space” começa com um riff bem pesado e lembra alguns trabalhos da carreira solo do saudoso Ronnie James Dio.
“Final Breath” é uma Heavy Hard que faz lembrar o projeto Cacophony, o qual reunia os guitarristas Marty Friedman (Megadeth) e Jason Becker, que atualmente vive em estado vegetativo vítima de E.L.A (Esclerose Lateral Amiotrófica).
”Wartorn Atrocities”
Em resumo, o álbum se encerra com a canção que mais me agradou,”Wartorn Atrocities”, que conta com convidados especiais: Andy Hudson, guitarrista e vocal da banda de Thrash Metal australiana Harlott e Chris Themelco, guitarrista da banda de Death Metal melódico, também australiana, Eye Of The Enemy. “Wartorn Atrocities” mistura um pouco de todos esses estilos e é a canção mais completa do “Digital Dystopia”.
A temática das letras do Espionage é bem variada: ficção científica, humanidade, guerras, apocalipse, Metal, violência, futurismo e terror. Notavelmente os músicos integrantes se dedicam muitos ao estudo de seus respectivos instrumentos. A produção do álbum é impecável. Tudo bem equalizado, nítido e remasterizado na medida certa.
Esse é só o primeiro full-lenght do Espionage. Vale muito a pena conferir e esperar por outros registros que venham na mesma qualidade que esse.
Nota: no primeiro semestre desse ano, a banda anunciou o encerramento de suas atividades. Esperamos que tenha sido algo passageiro que vá se resolver e eles possam logo voltar.
Nota: 8,9
Integrantes:
- Andrew “Frosty” Morris (vocal, baixo)
- Denis Sudzuka (guitarra, vocal)
- James Shelverton (bateria)
- Matt Carroll (guitarra)
Faixas:
- 1.Prelude To Power
- 2.Enter The Arena
- 3.At Lightspeed We Strike
- 4.Nightmare Approaches
- 5.Digital Dystopia
- 6.Haunting Horror
- 7.Light Begins To Fade
- 8.Hellfire
- 9.Lost In Space
- 10.Final Breath
- 11.Wartorn Atrocities
Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz
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