Dissonance Productions
“Voyage Of The Eagle” é o sétimo disco da carreira da banda de Heavy Metal britânica, Elixir, o primeiro após seu segundo retorno, que aconteceu em 2019. A sonoridade não se distanciou nem um pouco de suas raízes fincadas no NWOBHM, movimento do qual Elixir fez parte.
O riff marcante de “Drink To The Devil” inaugura o primeiro lançamento oficial da terceira era da existência do Elixir. Uma canção simples, porém mesclada de elementos 70’s e 80’s, que a tornam ainda mais especial. Só a bonita voz de Paul Taylor, já faz valer a pena essa nova retomada nas atividades da banda. As guitarras de Phil Denton e Norman Gordon produzem linhas precisas e solos abundantes de sangue fervente e feeling. Heavy Metal com espírito de Rock’N’Roll.

Tudo o que foi dito da primeira canção, pode ser repetido sobre “Press Ganged”, com o acréscimo da bateria destacada de Nigel Dobbs, acompanhada pela precisão do baixista Luke Fabian, o qual dá ainda mais peso aos riffs de guitarra. Após a pequena e bela, “Horizons”, entra o riff sabbático de “The Siren’s Song” que mistura Stoner, Doom e Heavy Metal num clima sombrio. Uma voz feminina participa cantando alguns trechos, ela é Katie Alys Barton, cantora convidada para essa canção. Suas guitarras são sensacionais, assim como suas linhas de baixo e os vocais impecáveis.
Embalada pela dinâmica acentuada da faixa anterior, “Sail On” enaltece o nível do álbum mantendo a receita Stoner/Doom/Heavy. A veia setentista fica ainda mais explícita, lembrando Grand Funk Railroad em alguns trechos. Maravilhosa canção que faz viajar a mente. “Onward Through The Storm”, que é introduzida pela bateria de Dobbs, volta a acelerar o ritmo do full-lenght. Uma canção Hard’N’Heavy com todos os ingredientes que dela se espera, elevando o ânimo e a vibração. O riffs mais lindo do disco é o da música “Mutiny”, assim como suas guitarras dobradas e seus solos que esbanjam emoção e alma vendida ao Rock’N’Roll. Minha favorita do álbum.

“Almost There” tem uma pegada puramente Hard Rock 70’s. O estilo do solo de guitarra da introdução lembra bastante Ritchie Blackmore (ex-Deep Purple, Rainbow). A balada “Whisper On The Breeze” proporciona um agradável momento na audição. As guitarras soando acústicas dão a sustentação harmônica para a melódica interpretação vocal de Taylor. Uma balada bem feita engrandece qualquer obra fonográfica. O disco se encerra com uma canção mais acelerada. “Evermore” tem o espírito do NWOBHM, daquele tipo de Heavy Metal que raramente me desagrada. Simples, direto, sem frescuras ou invencionices, mantendo as tradições pertencentes ao gênero. Vale ressaltar a personalidade do som do Elixir, pois não se parece em nada com as grandes bandas de Heavy Metal da época de seu surgimento, sendo considerado por muitos como o último a ter deixado o NWOBHM.
Heavy Metal tradicional, a exemplo de outros anos, teve um ano muito proveitoso em 2020. Muita coisa foi lançada. Tomara que o Elixir tenha voltado em definitivo, dessa vez. Aprovado e indicado para os apreciadores do gênero.
Nota: 8,7
Integrantes:
- Nigel Dobbs (bateria)
- Phil Denton (guitarra)
- Norman Gordon (guitarra)
- Paul Taylor (vocal)
- Luke Fabian (baixo)
Faixas:
- 1.Drink To The Devil
- 2.Press Ganged
- 3.Horizons
- 4.The Siren’s Song
- 5.Sail On
- 6.Onward Through The Storm
- 7.Mutiny
- 8.Almost There
- 9.Whisper On The Breeze
- 10.Evermore
Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz