Nuclear Blast
Death Angel sempre foi uma banda diferente das demais em diversos aspectos. Apesar de aparecerem para o mundo na famosa região da Bay Area de São Francisco, todos os integrantes possuem descendência filipina e são primos em primeiro grau, com exceção do vocalista Mark Osegueda que é primo em segundo grau. O grupo foi uma daquelas bandas prodígio do Metal e quando o mega clássico “The Ultra Violence” (1987) foi lançado, os integrantes tinham em média 15 anos de idade.
O disco foi uma referência para os demais nomes da época e o Death Angel foi a primeira banda de Thrash Metal a assinar contrato com uma grande gravadora (Geffen), porém mesmo com todo esse diferencial, talento e competência, a formação se dissolveu após “Act III” (1990), o terceiro registro de estúdio.
Mais de uma década se passou até que o quinteto subiu ao palco novamente em 2003, no evento beneficente destinado as vítimas de câncer e pró Chuck Billy e Chuck Schuldiner. O resultado foi tão favorável que a banda resolveu retornar e depois disso, vieram
os discos “The Art Of Dying” (2004), “Killing Season” (2008) e “Relentless Retribution” (2010). Longe de serem ruins, os álbuns possuíam uma sonoridade um tanto diferente e pela inclusão de diversos elementos novos e ritmos variados, acabaram desagradando grande parte dos antigos fãs.
A redenção veio com “The Dream Calls For Blood” (2013), uma espécie de volta as raízes do Thrash Metal. O trabalho caiu nas graças dos fãs e a aceitação foi imediata, gerando muita ansiedade e expectativa com relação ao novo disco, que chega as lojas três anos mais tarde, trazendo um Death Angel em grande forma e surpreendendo mais uma vez o púbico.
“The Evil Divide”, o novo petardo de um dos grandes pioneiros do gênero, foi lançado no dia 27 de maio de 2016 e conta com 10 novas composições, onde o que ouvimos é um Thrash mais moderno, porém contendo grande parte das características mais marcantes do grupo.
Não esperam nada parecido com os três primeiros álbuns da banda, os tempos são outros, a proposta é diferente e o que o grupo foca no momento, é conceber faixas mais curtas e sem muitas passagens instrumentais diversificadas. Estas considerações não desmerecem em nada “The Evil Divide”, que se ouvido com a devida atenção, certamente irá agradar por sua agressividade, criatividade e canções extremamente grudentas.
Desde os primeiros momentos, o disco é um verdadeiro festival de riffs poderosos, refrões que ficam fixados no subconsciente e um dos fatores que mais chama a atenção, é a evolução vocal de Mark Osegueda, com linhas variantes entre a agressividade pura e as melodias que em faixas como “Lost” e “It Can’t Be This”, chegam a lembrar o estilo de Joey Belladona (Anthrax).
O paralelo com o Anthrax não para por aí, já que o Death Angel usa de uma proposta similar a de “For All Kings” (recente lançamento do Anthrax) na construção e principalmente, na disposição das canções no registro, intercalando bem as músicas rápidas e repletas de elementos que lembram os bons momentos do passado, com outras mais modernas e melódicas, mostrando que o grupo não parou no tempo, porém não deixa de lado as suas raízes.
A diferença entre o trabalho que ambas as bandas executaram é que o Death Angel concebeu um disco muito mais acelerado, ríspido e direto que o Anthrax e as partes melódicas, aparecem em menor número.
A maior ressalva positiva em “The Evil Divide” é a de ser um álbum homogêneo, que flui com naturalidade e a cada audição fica melhor. Faixas como “The Moth”, “Cause For Alarm”, “Father Of Lies”, “Hell To Pay” e a sequência final com “The Electric Cell” e “Let The Pieces Fall”, garantem ao trabalho uma posição entre os melhores de 2016 no estilo.
Com relação ao disco sendo posicionado diretamente na discografia do grupo, me arrisco a dizer que ele supera o anterior “The Dream Calls For Blood”, assumindo a posição de melhor lançamento do Death Angel desde seu retorno.
Recomendo e aviso que é um terrível erro formar uma opinião após uma única escutada, este é um disco que necessita de mais audições para que toda a sua musicalidade possa ser absorvida como se deve.
Integrantes:
- Rob Cavestany (guitarra)
- Mark Osegueda (vocal)
- Ted Aguilar (guitarra)
- Damien Sisson (baixo)
- Will Carroll (bateria)
Faixas:
- 1.”The Moth”
- 2.”Cause for Alarm” (participação de Jason Suecof)
- 3.”Lost”
- 4.”Father of Lies”
- 5.”Hell to Pay”
- 6.”It Can’t Be This”
- 7.”Hatred United / United Hate” (participação de Andreas Kisser)
- 8.”Breakaway”
- 9.”The Electric Cell”
- 10.”Let the Pieces Fall”
Redigido por: Fabio Reis