A história do Rock e Metal é repleta de acontecimentos trágicos envolvendo músicos jovens e promissores. Acidentes, overdoses, problemas com alcoolismo, mortes acidentais bizarras e suicídios, são algumas das muitas causas que levaram rockstars mais cedo do que deveriam para o caixão.
No caso do saudoso baterista clássico do Helloween, o alemão Ingo Schwichtenberg, podemos dizer que tivemos um pouco de tudo isso. Em uma banda que começava a despontar para o sucesso, mas que teve alguns problemas internos no percurso, o jovem músico se viu em um ambiente hostil onde não soube lidar com todas as intempéries da famigerada indústria da música.
Esquizofrenia
Somando aos problemas de carreira e de convivência entre os integrantes do Helloween, Ingo possuía esquizofrenia hereditária. O diagnóstico médico, infelizmente, veio tardiamente e o baterista começou a ter crises de identidade, alucionações e alterações repentinas em seu humor. Como não sabia o que estava acontecendo, buscou refúgio no álcool e nas drogas, o que acabou agravando a doença ao ponto da sua permanência na banda se tornar impossível.
Após diversos episódios pitorescos, o incidente que ocasionou o seu afastamento da banda aconteceu em 1993, na turnê do álbum “Chamaleon”, antes de um show na Espanha, onde Ingo teve uma crise aguda, se lançou ao chão aos prantos e o show precisou ser cancelado. Depois disso, seria apenas questão de tempo até que o pior acontecesse.
Desilusão
Sem poder tocar com sua banda, Schwichtenberg procurou se reaproximar de seus irmãos, mas a doença evoluia de forma rápida, principalmente, por que ele não aceitava o diagnóstico e estava cada vez mais se afundando no álcool e psicotrópicos. Com o falecimento de seu pai em 1994, Ingo acabou não aguentando a pressão e, pouco tempo depois, no dia 8 de março de 1995, se jogou nos trilhos do metrô, na estação de Friedrichsberg, em Hamburgo.
O álbum “The Time Of The Oath”, do Helloween, foi lançado em 1995 em sua memória. Mas a homenagem mais bonita veio do ex-companheiro de banda, Kai Hansen, que compôs uma música belíssima para Ingo no clássico “Land Of The Free”, também de 1995. A canção se chama “Afterlife” e, nela, Hansen diz coisas como:
“Now you’re gone, without a word/ You didn’t say goodbye/ I miss you here, where are you now, an angel in the sky?/ Your visit here has been too short/ You left to be set free/ But I believe we’ll meet again and together we will stay…”
(traduzindo: “Agora você se foi sem uma palavra/ Você não pôde dizer adeus/ Sinto sua falta aqui, onde está você agora, será um anjo no céu?/ Sua passagem por aqui foi muito breve/ Você se foi para se libertar/ Mas eu acredito que nos encontraremos de novo e juntos permaneceremos…”).
Sem palavras….
Saudade
Ingo faleceu aos 30 anos e deixou como legado um talento ímpar e uma forma de tocar que influenciou uma geração de bateristas. Principalmente, por conta de sua atuação nos majestosos “Keeper Of The Seven Keys”, partes 1 & 2.
No ano passado, o Helloween prestou homenagem ao saudoso baterista:
RIP
Ingo morreu aos 29 anos, não 30 anos!
Descansa em paz ingo eu vou-te encontrar e falaremos muito com repleta felicidade
Foi uma geração que marcou me creio em Deus
Gosto muito de ti amigo
Triste isso…sem palavras!!!! Valeu Ingo!!!!