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Guns ‘N’ Roses: para Duff, artistas precisam lançar álbuns completos, “nunca vou desistir disso, é apenas a maneira como aprendi”

É interessante notar que apesar de todas as mudanças na indústria musical, incluindo a forma como as pessoas consomem música hoje em dia, alguns músicos seguem tendo uma visão romântica que os diferencia dos demais.

   

É um fato que os dias de hoje nos trouxeram muita comodidade e praticidade para ouvir música. Com a popularização dos serviços de streaming, estamos à um clique de distância dos nossos artistas favoritos. Isso deveria ser muito bom, mas essa facilidade também mudou a forma dos fãs enxergarem a arte, principalmente, os mais jovens.

Temos uma geração com dificuldade em se concentrar em algo por mais de alguns minutos. Ou seja, o tempo de um disco completo pode ser muito para um jovem. Já ouviram falar na economia da atenção? Pois é…

Kevin Winter/Getty Images

Como o Guns ‘N’ Roses se posiciona neste mercado?

O Guns ‘N’ Roses, exceto em seu período inicial que vai até a chegada dos dois “Use Your Illusion”, nunca foi uma banda de muitos lançamentos. Desde 1993, quando o grupo apresentou seu disco de covers, “The Spaghetti Incident?”, foram quase 15 anos de espera por “Chinese Democracy”, que só chegou em 2008.

E desde então, o Guns parece ter se enquadrado na atual formatação do mercado que tende a não consumir discos completos, mas singles esporádicos. Mesmo com o retorno do guitarrista Slash e do baixista Duff McKagan em 2016, a banda ainda não lançou nenhum full lenght.

   

Esta é uma tendência de mercado, mas, francamente, nós do Mundo Metal ainda preferimos a forma tradicional com álbuns completos. E parece que o baixista do Guns ‘N’ Roses é um dos nossos. Veja o que ele disse em uma nova entrevista concedida a Pełna Kulturka da Polônia, quando questionado sobre como irá promover seu terceiro álbum solo, “Lightbringer”:

“Bem, vou lançar uma nova música, acho que no dia em que começarmos a turnê em Dublin, em 30 de setembro, será um single com um lado B. É como eu ainda penso um single, ele precisa de um lado B. Ainda penso assim, embora seja digital e tudo mais agora, mas você apenas disponibiliza mais material. Então, tenho algumas músicas saindo em algumas semanas. E eu tenho um outro disco que já está completamente arranjado em termos de músicas. Temos esse disco. E não sei quando vou lança-lo porque há mais coisas do Guns ‘N’ Roses para serem lançadas mais rápido do que vocês pensam. Então, não quero lançar um disco enquanto o Guns está fazendo algo assim. Tento escalonar todas essas coisas. Então, quando esse disco vai sair, o próximo disco, eu não sei. Eu poderia lançar três discos de uma vez, mas seria demais.”

Image: Kevin Mazur / Getty Images

Duff deixa claro que o Guns ‘N’ Roses possui material pronto para ser lançado. Mas obviamente não sabemos qual será o formato escolhido para que o material chegue aos fãs. Ultimamente, o grupo tem apostado em singles, mas o baixista diz que não abre mão de álbuns completos.

Quando perguntado se para ele é importante lançar uma obra na íntegra, ele disse:

“Sim, é. Para mim é, e eu nunca vou desistir disso, é apenas a maneira como aprendi, álbuns que você ouvia do lado A ao B, da música um, depois virava, ouvia do começo ao fim. E esses discos se tornavam essas trilhas sonoras da sua vida. E você olhava para o vinil, olhava para a embalagem e onde o disco foi gravado e todas essas coisas. E é muito legal para mim ver o vinil realmente voltando de uma forma real. E minha filha está olhando para os álbuns agora, tipo, ‘uau, olha isso’.

Não é só uma coisinha na tela do seu iPhone, como a capa do disco sendo essa coisinha pequena. Nós fazemos a arte, e é tudo importante para mim. Eu ainda gosto de contar uma história com um álbum. E ‘Lighthouse’ não foi diferente. Começa com a música ‘Lighthouse’ e te leva nessa jornada. Termina em ‘I Just Don’t Know’, que é ponderar o que vem a seguir. Então eu gostei. Há esperança no meio da música, com uma música de verdade chamada ‘Hope’ (esperança). Há picos e vales nas letras, liricamente. Então é importante para mim.

Eu sempre vou lançar álbuns, não importa o que os outros pensem. E as pessoas parecem gostar de vinil. Eu me dou bem com vinil, porque eu me importo. E eu faço o vinil soar bem em prensagens de teste, masterizar o vinil e fazer todas essas coisas é importante para mim.”

   

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