Geezer Butler fala sobre sua luta contra a depressão: “Eu não podia falar sobre isso com ninguém”

A depressão é um dos maiores males do último século, inegavelmente.

É fato que, por mais que ocorram avanços na medicina e estudos sobre a mente humana, ainda existe um estigma e uma percepção deturpada sobre problemas mentais e distúrbios psicológicos, dentro do Rock e Metal, vemos isso sendo discutido e elucidado por décadas, e permanece sendo tão atual quanto há 50 anos atrás.

Em entrevista ao “Bullseye With Jesse Thorn” da NPR, o lendário baixista do Black Sabbath , Geezer Butler, falou sobre suas batalhas passadas contra a depressão.

Geezer discorreu sobre o tema depressão de forma aberta:

“Bem, eu não estava deprimido o tempo todo. Apenas uma crise ocasional aparecia em mim. No começo, quando estava ficando muito ruim … Naquela época, ninguém nunca disse qualquer coisa sobre depressão ou algo assim, e as pessoas ficaram com medo de mencionar que você poderia estar deprimido porque automaticamente pensou que seria levado para um hospital psiquiátrico e trancado para sempre.” 

“Então você não poderia falar sobre isso com as pessoas caso isso acontecesse. Um dia, tive uma crise muito forte de depressão e fui ao médico e ele disse: ‘Oh, vá até o bar e tome algumas cervejas’. Ou leve o cachorro para passear ou algo assim. Você vai ficar bem. E foi tipo, ‘Não, eu não vou ficar bem. Não funciona assim. E isso continuou acontecendo.”

“E não foi até, eu acho, na década de 1990. Eu morava em St. Louis na época e tive um pequeno colapso nervoso. E eu fui a esse médico, o médico de sempre, e expliquei tudo para ele e ele me disse que eu estava clinicamente deprimido e ele me colocou no Prozac. E depois de seis semanas, finalmente saí da depressão. E eu pensei: ‘Ah, sim. É assim que devo me sentir. E desde então, estou bem.”

Geezer então fala sobre a dificuldade de falar sobre o assunto com as pessoas ao redor:

“E quando eu ficava deprimido, as pessoas costumavam pensar que eu era mal-humorado e miserável. E eles diziam, ‘Bem, qual é o problema com você? O que aconteceu com você?’ E nada de ruim aconteceu.”

“Então eles diziam: ‘Você tem todo o dinheiro que quiser, você tem sua casa, você tem seus carros e tudo mais. O que há de errado com você? Anime-se.’ E eles não conseguiam entender que não é nada disso. Você pode ter tudo o que você pode querer no mundo, mas quando você entra naqueles dias sombrios e deprimentes, nada importa. Tudo o que você pensa é, tipo, ‘Então eu vou acabar com isso ou o quê.’ E felizmente eu costumava sair disso.”

Questionado se sentia alguma vergonha pela maneira como se sentia e se comportava quando estava deprimido, Geezer disse o seguinte:

“Não é realmente uma vergonha. Só gostaria que as pessoas tivessem [entendido] que eu não estava infeliz na época. Porque se você é uma estrela do rock ou o que quer que seja, se você está em uma banda, você deveria ser essa pessoa feliz e você está acordado o tempo todo e tudo está disponível para você e você pode fazer isso, você pode fazer aquilo. E você não deveria ficar deprimido se você é uma estrela do rock e todo esse tipo de coisa. Foi difícil aceitar isso e admitir que era assim. E era apenas uma coisa ocasional. Eu estava não deprimido todo o tempo ou qualquer coisa assim. É que quando eu entrava naqueles buracos negros, simplesmente, não conseguia sair. E não foi até que foi diagnosticado que eu finalmente encontrei uma maneira de sair disso.”

Geezer está promovendo sua autobiografia, “Into The Void: From Birth To Black Sabbath – And Beyond” , que foi lançada em 6 de junho na América do Norte pelo selo Dey Street Books da HarperCollins e em 8 de junho no Reino Unido.

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