Gary Holt, guitarrista do Exodus, que contribuiu para mais um excelente lançamento da banda (“Persona Non Grata”), participou do podcast alemão “Pommesgabel”, na qual comentou sobre os acontecimentos violentos dos últimos tempos e a inspiração ao compor uma das faixas do novo disco e que foi o primeiro single pertencente a esse novo trabalho, “The Beatings Will Continue (Until Morale Improves)”.
Ao podcast alemão, Gary disse:
“Quando eu estava assistindo a todos os tumultos e outras coisas, e os policiais batendo nas pessoas com varas – muitos manifestantes pacíficos sendo espancados. E isso me fez pensar. É um slogan; Eu já vi isso antes – as surras continuarão até que a moral melhore. E isso me fez pensar naquele slogan quando eu estava assistindo aquilo ao fundo. O que eles esperam alcançar? Se você derrotar pessoas suficientes, elas vão submeter-se e se tornarão complacentes e submissas. Não é assim que a humanidade trabalha – nós lutamos. E parecia tão contraproducente para mim. Então, a música foi escrita de forma irônica com base no que eu senti que eles esperavam alcançar. Mas não funcionou. Nunca funciona. Você não pode levar as pessoas à submissão – não mais.”
Gary comentou sobre o caso George Floyd:
“O tumulto foi devido ao movimento Black Lives Matter, porque eles protestavam por serem mortos à toa. E é uma merda horrível que eles tenham que passar. Eu sou um daqueles caras que sou um grande defensor da aplicação da lei, mas também entendo que ser um policial não dá o direito de arrastar um cara para fora de um carro e matá-lo por uma parada de trânsito. Se você está matando um cara, isso deve ser feito para proteger sua própria vida ou o bem-estar da população em geral, não porque o cara não quisesse sair de sua carro. Você não deveria colocar o joelho no pescoço dele e matá-lo, porra. Então foi desse ângulo que eu tirei isso – foi baseado nos protestos.”
Gary continuou o comentário e acrescentou sobre haver policiais bons em todo o mundo:
“Há muitos policiais bons neste mundo e muitos nos Estados Unidos, nem todos são maus. E, de repente, as pessoas querem despojar os departamentos de polícia. Para quem você vai ligar quando alguém estiver roubando seu carro? Precisamos de alguns policiais às vezes. Mas nossa polícia precisa fazer um trabalho melhor – alguns deles – de como lidam com as situações com o uso da força. Após o caso envolvendo George Floyd, tudo aflorou de forma gritante a ponto das instituições de segurança quase entrarem em colapso. Óbvio que isso não é tão simples de acontecer. Porém, o policial que exerce bem a sua função é o que mais sofre com todas essas questões, e é o bom policial que da a cara a tapa quando se concede uma entrevista para atender e informar a população. Da mesma forma também existem os protestos pacíficos que fogem dos malfeitores, arruaceiros e detratores. E estes também sofrem. Afinal, a sociedade sempre foi e sempre será instruída a apontar o dedo de forma generalizada, sem analisar caso a caso.”