Tocar Thrash Metal em um nível físico tão alto como fazem Exodus ou Slayer, literalmente, não é tarefa para qualquer um. Neste estilo de Metal, dependendo de como for a execução e a entrega dos músicos, podemos facilmente comparar a um atleta de alto nível competindo.
E foi sobre isso que o líder, guitarrista e principal compositor do Exodus, Gary Holt, falou em uma nova entrevista a Shawn Ratches do Laughingmonkeymusic.
Gary disse que possui várias lesões nos braços relacionadas as suas performances. Ele começou dizendo o seguinte:
“Você chega aos 60 anos, está lidando com artrite e seus dedos doem. E eu tive que fazer terapia personalizada para meus cotovelos. Eu tive ‘cotovelo de tenista’ crônico em ambos os braços. Eu tomei tantas injeções de cortisona que não consigo contar e eu basicamente fritei e desfiei meus tendões até não conseguir nem tocar.”
Quando questionado sobre quando isso ocorreu, Gary explicou:
“Bem, foi durante meus anos com o Slayer, antes do fim da banda. Comecei a sentir uma dor no cotovelo direito e, logo depois, o cotovelo esquerdo decidiu que queria se juntar à festa. Eu tomei uma injeção de cortisona. Isso foi ótimo por seis meses. E então, avançando alguns anos disso, a cada seis meses, enfiando uma agulha em cada cotovelo para poder continuar, e então, finalmente, ficou tão ruim quando terminei a gravação do último álbum do Exodus, ‘Persona Non Grata’, que depois de gravar a música ‘The Beatings Will Continue’, foi quando eu meio que estraguei o cotovelo direito de vez.
E então eu tocava e meus cotovelos travavam, como se quase ficassem presos. E eu fui e fiz ressonâncias magnéticas. E eu tenho um amigo que é cirurgião do time do San Francisco Giants, ele olhou para minhas ressonâncias magnéticas e disse que pareço alguém que foi arremessador de bolas rápidas a 99 milhas por hora por toda a vida, era como se eles (os tendões) estivessem se destruindo por dentro. E inicialmente parecia que eu precisava de uma cirurgia Tommy John que envolve a substituição do ligamento rompido por um tendão de outra parte do corpo, onde eles substituem as coisas cadavéricas ali.
Mas então ele os enviou para o cara que é especialista em cotovelos, e ele disse: ‘Não, ele pode evitar a cirurgia, mas ele nunca mais vai tomar injeções de cortisona e vai apenas fazer fisioterapia’. Então eu trabalhei muito com pesos de meio quilo e essas coisas. E eu voltei. Ocasionalmente, fico um pouco sensível, mas você coloca uma bolsa de gelo nele. Não coloco mais uma agulha nele… Eu continuo me alongando. Você tem que fazer toda essa merda para esticar essa fáscia que atravessa tudo. E meus dedos, minhas juntas esquerdas às vezes doem muito. Estou ficando velho. Temos sofrido lesões por movimentos repetitivos a vida toda, basicamente.”
Gary Holt mencionou James Hetfield, guitarrista e vocalista do Metallica, como um exemplo de músico que é um mestre em determinada técnica, no caso, os downpickings, mas ao vivo “trapaceiam” para não se lesionar. Ele explicou:
“Até mesmo guitarristas que são considerados os mestres do downpicking, como James Hetfield, ‘trapaceiam’ nessas partes. Todos nós trapaceamos. Temos 60 anos de idade. Eu também digo que James é o indiscutível GOAT (o melhor de todos os tempos), e até ele trapaceia ao vivo.
James ainda é o melhor de todos os tempos, mas você assiste àquela parte do meio de downpick em ‘Welcome Home (Sanitarium)’, que é simplesmente brutal, e eles adicionam alguns pedaços ali, e esses pedaços dão a você toda a pausa que você precisa para continuar. É uma trapaça. Não significa que ele não seja o melhor.”