Espanha é o tema do “Metal Sem Fronteiras” desse episódio.
É fato que alguns países tornaram-se referências quando o assunto é Heavy Metal.
Em determinados casos, algumas bandas conseguem chamar a atenção, não apenas por sua música de qualidade, mas por seu país de origem, cuja tradição é a de revelar grandes nomes dos mais variados gêneros.
De tal forma que, Alemanha, Suécia, Dinamarca, Reino Unido, Finlândia, Noruega, fazem parte da lista de países denominados “berços”, quando estes revelam novos nomes.
A Notoriedade Do Idioma Inglês
Porém, na maioria das vezes os grupos que despontam e ganham notoriedade usam o inglês (idioma) como linguagem principal, caso queiram explorar outras fronteiras e atingir o maior número possível de ouvintes e admiradores de sua arte.
Mas, isso é uma regra?
Não, Definitivamente não é! No entanto, está claro que são poucos os grupos que conseguiram um lugar mais alto do pódio cantando em sua língua mãe, principalmente se o estilo escolhido for o Heavy Metal.
Por inúmeros motivos, as bandas se abstêm de seu idioma e passam a usar o inglês como conexão direta com seus fãs e claro, entretanto, visando o sucesso.
Só que, exceção é algo que se aplica a tudo e a todos, na música não poderia ser diferente e “regras” foram quebradas.
Nadando contra a maré e conseguindo se firmar em sua proposta e principalmente, sendo fiéis à sua sonoridade e aos seus fãs, alguns desses grupos foram ou ainda são grandes nomes dentro de seu país de origem.
Por outro lado, em alguns casos, a banda consegue ser grande também em outros países.
A Globalização Do Metal (Espanha)
Algumas delas carregam consigo status de “grande”, lotando arenas, vendendo milhares de discos e principalmente, sendo muito bem reconhecidos por seus fãs devotos.
A saber, para falar um pouco sobre estas bandas e suas trajetórias, atravessamos a fronteira e chegamos ao Reino da Espanha, país localizado na Península Ibérica na Europa, famosa por suas touradas, por sua cultura celta, e também por ser o país onde nasceu o mais popular instrumento musical tradicional, a guitarra.
Aliás, neste artigo, falaremos um pouco sobre os representantes do “Metal Espanhol”, feito por bandas que hastearam a bandeira do Heavy Metal, cantando em sua língua mãe.
Vem comigo!
LEIZE:
Oriundos de Zestoa, Espanha, e contando com nove discos oficiais de estúdio, o grupo que prima por um Heavy Metal, flertando também com o Hard Rock, deu os primeiros passos com “Devorando Las Calles”, álbum oficial de estreia editado em 1988.
À época de seu lançamento, o disco trazia em seu line up, Félix Lasa (vocais, guitarras), Patxi Carrasco (guitarras, backing vocals), Toño Rodríguez (baixo, backing vocals) e Pedro Rodríguez (bateria).
Posteriormente ao encerramento das atividades em 1997, o grupo retomou as atividades em 2006, onde seguem em atividade até os dias atuais.
Seu mais recente registro “Leize” foi lançado em 2021.
SÁTIRA:
Formado em 1985, em Pamplona, Espanha, o Sátira é mais um daqueles casos de bandas com pouco tempo de vida, mas que poderiam ter feito grande sucesso caso tivesse seguido adiante..
Trazendo em sua formação, Javier San Martín (vocais, guitarras), Eduardo Zamora (guitarras), Juanan (teclados), Josetxo Martínez (baixo) e Miguel Jaso (bateria), o quinteto lançou em 1991 o excelente “El Mundo de Los Suenos”, álbum de estreia e sem dúvidas um dos melhores trabalhos do metal madrilenho.
Com uma sonoridade calcada no Heavy Metal, o quinteto também flertou com o Hard Rock em algumas canções, transformando o disco numa obra musical de qualidade ímpar.
Após o sucesso do álbum de estreia, o grupo lançou dois anos depois, em 1993 seu segundo petardo intitulado “Tiempos Duros”, trazendo algumas mudanças “leves” de sonoridade, embora não se distanciando tanto assim da fórmula usada no debut.
Infelizmente, o Sátira encerraria sua carreira um ano após o lançamento de “Tiempos Duros” e desde então nada mais fora editado.
BANZAI:
Formado em 1981, em Madrid, Espanha, o Banzai é mais um daqueles casos de bandas com uma discografia pequena, porém com anos de estrada.
O grupo estreou, em 1983, com o disco homônimo, trazendo em seu line up Chino (vocais), Salvador Domínguez (guitarras), Tibu (baixo) e Snoopy (teclados).
Com sua sonoridade calcada no Heavy Metal e no Hard Rock, a banda lançou apenas três discos oficiais sendo “Alive n’ Screamin”, seu último disco de inéditas, editado no longínquo ano de 1988.
Após o lançamento de “Duro Y Potente” (1984), segundo disco o quarteto encerraria as atividades no ano seguinte, porém se reuniram dois anos depois, em 1987 para um único show e gravaram “Alive ‘n’ Screaming” em 1988.
Enfim, o disco é uma versão de “Duro Y Potente” de 1984, apresentando letras em inglês.
Em 2010, o grupo retomou as atividades e, em 2011, tocaram em Madrid para um público estimado em aproximadamente 22 mil pessoas.
O show aconteceu no dia 04 de julho do referido ano.
Apesar de nunca ter decretado o fim das atividades e permanecer como uma banda “ativa”, nenhum trabalho fora lançado após o retorno às atividades.
Contudo, em março de 2012, a gravadora Leyenda Records lançou o DVD “En Vivo y Potente”, único registro ao vivo do grupo.
Apesar de aparecer como um dos integrantes, estampar fotos promocionais, gravando inclusive dois discos, o vocalista e tecladista Danny Peyronel afirma que nunca foi um membro efetivo do Banzai.
Em 2019, a banda anunciou o falecimento de José Antonio Manzano, responsável pelos vocais nos discos “Duro y Potente”, “Alive n’ Screamin” e “En Vivo y Potente”.
ÑU:
Formado em Madrid, Espanha, em 1974, o septeto de Folk/Progressive Rock formado atualmente por José Carlos Molina (vocais, flauta, teclados), Vesko Kountchev (violão), Manolo Arias (guitarras), Luiz Calzadas (guitarras), Juan Miguel Rodriguez (baixo acústico), César Sánchez (baixo) e Oscar Pérez (bateria), figura na lista da velha guarda do Heavy Metal espanhol.
Ao longos de seus quase 50 anos de vida, o grupo contabiliza além de singles, compilações, live albums e split, quinze álbuns oficiais de estúdio.
Para entender melhor a história do septeto, é preciso voltar no tempo, precisamente em 1971 quando nasceu o Fresa, grupo formado por José Carlos Molina (vocal) no final de 1973 e Juan Almarza (baixo) e Pedro Cruz (bateria).
Três anos depois, em 1974, o grupo decide mudar de nome passando a se chamar Ñu (Gnu), nome proposto pelo baterista.
Segundo o músico, a ideia era batizar a banda com o nome de um animal violento.
Após vencerem, em fevereiro de 1975, o festival de música moderna, o grupo passou por mudanças de formação e o primeiro disco “Cuentos de ayer y de hoy” chegaria às lojas em outubro de 1978.
Enfim, seu disco mais recente, “Yo Estoy Vivo”, foi lançado oficialmente no dia 21 de abril de 2023 de forma independente.
Em sua sonoridade, há influências claras de Jethro Tull, embora classificar sua música seja difícil, pois em sua história, flertaram com vários estios, tendo o Rock predominante.
MEDINA AZAHARA:
Na estrada desde 1979, o quinteto de Córdoba, Espanha é mais uma banda a hastear a bandeira do metal espanhol, e o faz muito bem.
Conhecidos como a banda proeminente do Rock Andaluz, nome dado aos grupos cuja sonoridades mesclam Heavy Metal com progressivo, o grupo traz em suas composições letras inspiradas nas tradições regionais das regiões espanholas como o flamenco, o zapateado, entre outros.
Em sua longa caminhada musical, o quinteto formado atualmente por Manuel Martínez (vocais), Paco Ventura (guitarras), Juanjo Cobacho (baixo), Manuel Ibáñez (teclados) e Fernando Prats (bateria), contabiliza vinte discos oficiais de estúdio, além de singles, Ep’s, live álbums, split, VHS, compilações e DVD’s
Seu mais recente álbum, “Llegó el día”, foi lançado oficialmente em novembro de 2021.
PANZER:
Formado em 1981 em Madrid, Espanha, o quinteto Panzer é mais um grupo a figurar na lista de bandas relevantes da espanha.
Em seus mais de quarenta anos de existência, o grupo conta com quatro discos oficiais, além de singles, compilações, split e live album.
Os primeiros passos aconteceram em julho de 1982, quando lançaram o excelente debut“Al pie del cañón” trazendo: Carlos Pina (vocais), Juan Leal (guitarras, backing vocals), Fernando Díaz-Valdés (baixo), José Segura (teclados) e Rafael Ramos (bateria).
Em 1988, a banda decide encerrar as atividades, porém um retorno aconteceu em 2006, se estendendo até 2014, quando mais uma vez decretam o fim.
Um novo retorno aconteceu em 2020,. porém nenhum material inédito fora lançado até o momento.
Mas, em 2018, o grupo anunciou o falecimento do guitarrista Juan Leal.
Redigido por : Geovani “Alérgico a Neocid” Vieira
Espanha (Parte 2 ) – METAL SEM FRONTEIRAS
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