Tocar Heavy Metal em alto nível de performance é uma tarefa das mais difíceis. Principalmente, quando entendemos que os músicos não são máquinas e, assim como todos nós, envelhecem.
Performar bem tocando estilos como Death Metal, Thrash Metal ou Prog Metal, é um desafio real para qualquer artista na estrada por muitos anos. No caso do Dream Theater, banda reconhecida por sua técnica apurada e trechos instrumentais longos e complexos, é necessário que seus integrantes tomem cuidados diferenciados.
Em uma nova conversa com Samus Paulicelli do canal 66Samus no YouTube, o baterista do Dream Theater, Mike Portnoy, falou sobre este outro lado não muito abordado da sua carreira. Ao ser questionado sobre como ele lida com as dores físicas causadas por uma longa trajetória de shows altamente desgastantes, ele disse:
“Essa é uma boa pergunta. Para mim, isso vem se acumulando ao longo dos anos. Quer dizer, vou fazer 58 anos e, definitivamente, pago um preço por tocar um show de três horas de música tão exigente, o Dream Theater toca por três horas. Então é muita coisa que o corpo precisa aguentar.
Comecei a sentir algumas dores físicas por volta dos meus trinta anos. Se você olhar o DVD ‘Live At Budokan’ do Dream Thetaer, eu tinha um suporte no meu cotovelo direito naquela época. Eu estava realmente começando a ter problemas de tendinite naquela época, e isso foi há mais de 20 anos atrás. Então eu estava na casa dos trinta quando comecei a desenvolver isso. E eu tive que começar a receber massagens regularmente. Eu ia ao local do show antes, sempre que possível, ou quando eu ia para casa eu tinha um massagista regular que eu via, ou um terapeuta. Então isso realmente ajudou, e o trabalho quiroprático também ajuda. Porque eu tive momentos em que isso me fodeu no palco. Eu fiz um show em 94 ou 95 na turnê do álbum ‘Awake’, nós estávamos tocando em Toronto e de repente minhas costas ficaram doloridas e pronto. Eu não conseguia mais me mover. Então, entre as músicas, nós tínhamos que perguntar se havia um quiroprático na casa e, literalmente, parávamos o show por 15 minutos para um quiroprático vir me colocar de volta no lugar.
Então, sim, isso começa a cobrar seu preço. E como eu disse, tenho 58 anos, e tento me aquecer o melhor que posso antes de um show. Normalmente, cerca de meia hora antes do show, tenho um kit de almofadas de prática no camarim. E não tenho nenhuma rotina específica, não sou um tipo de músico rudimentar, mas apenas faço aquecimentos simples apenas para fazer o sangue fluir e aquecer um pouco os músculos, tento não subir no palco com frio, se possível.”