Sejamos justos, é muito difícil substituir um membro muito importante de uma banda. São poucos os casos que realmente deram certo e, no caso do Dream Theater, por mais que Mike Mangini tenha feito um ótimo trabalho, o baterista Mike Portnoy tem uma identificação tão grande com o grupo que, no íntimo, todos os fãs sabiam que em determinado momento ele retornaria para casa.
Em uma nova entrevista concedida ao Loaded Radio, o vocalista James LaBrie falou sobre este assunto. Questionado sobre como foi trabalhar com Portnoy novamente após 13 anos, o cantor disse o seguinte:
“Foi fantástico. Foi engraçado porque no primeiro ou segundo dia, há toda aquela familiaridade de como é trabalhar com alguém. E se você está trabalhando no contexto do Dream Theater ou está trabalhando com outros músicos com quem já trabalhou antes, há aquele reconhecimento de como eles abordam composições ou montam músicas. E todo mundo tem uma assinatura, todo mundo tem aquela certa identidade, abordagem e ritual que eles usam, são suas ferramentas. E então, sim, tê-lo de volta, foi tipo, ‘ah, sim, eu me lembro de tudo isso’. E, sim, o envolvimento dele foi fantástico, e definitivamente ajudou a orientar e criar o som do álbum e das músicas, influenciou no que elas são.
Então o envolvimento dele foi extremamente completo e pesado. E essa é a única maneira que poderia ser. Você tem que estar lá 100%; caso contrário, não seria quem e o que somos. Sim, foi fantástico tê-lo de volta. E não só foi familiar, mas foi muito fácil e pareceu muito natural. E foi tipo, ‘ok, vamos continuar de onde paramos’, o que era até difícil de acreditar 13, 14 anos atrás. Parecia muito, muito instintivo e natural que caíssemos no que fazemos de melhor, entrar no estúdio e criar algo novo.”
Sobre como ocorreu o retorno de Mike Portnoy, LaBrie contou:
“Bem, eu acho que havia várias coisas existenciais que estavam acontecendo, tanto quanto você podia ver Mike Portnoy fazendo o álbum solo de John Petrucci, você podia vê-lo fazendo a turnê solo de Petrucci, você podia vê-lo fazendo o último álbum do Liquid Tension Experiment. Então havia todas essas coisas que estavam lentamente, mas seguramente, abrindo a porta para pensarmos, ‘isso é uma possibilidade?’ ou ‘Isso é algo que devemos considerar?’
É inevitável que a banda deva considerar a reunião da formação clássica. E as coisas simplesmente começam a se tornar um pouco mais óbvias conforme o tempo passa e as coisas se desenrolam naturalmente nessa direção. E eu acho que depois da última turnê mundial, depois que completamos essa turnê e ficamos em casa por alguns meses, já havia coisas em que estávamos pensando. E esse tipo de coisa, sem entrarmos realmente nisso, mas era apenas algo que estava nos empurrando dessa forma por meio de conversas uns com os outros.
Quando eu digo uns com os outros, sendo eu mesmo, John Petrucci, Jordan Rudess e John Myung, apenas sentíamos esse magnetismo, tipo, ‘gente, acho que essa é a nossa hora. Acho que faz sentido trazermos Mike Portnoy de volta e fazermos algo juntos. Vamos aproveitar esse momento. A vida é curta. Realmente é. E vamos aproveitar enquanto ainda estamos nos sentindo bem, enquanto ainda amamos o que estamos fazendo e não é só por uma questão de dinheiro. É porque queremos ver isso acontecendo de novo e queremos tirar o melhor proveito disso’. E acho que esse álbum é uma verdadeira prova disso. Então, sim, fez sentido.”
Sobre como foi a recepção do ex-baterista do Dream Theater, Mike Mangini, quando soube que Portnoy estava retornando, o vocalista elogiou a postura de Mangini:
“Bem, ele foi muito profissional sobre isso. Foi muito admirável da parte dele ter sido… Ele aceitou com estilo e classe. Quer dizer, obviamente, acho que teria sido perturbador, deve ter sido perturbador, mas ele aceitou pelo que vale e até disse coisas como, ‘faz sentido, rapazes. Eu vejo que isso deveria estar acontecendo e que isso talvez inevitavelmente acontecesse. Simplesmente faz sentido para a banda e para a quantidade de história que todos vocês têm juntos. Parece natural’. Então, sim, ele foi um cara de classe. Muita classe. Sim, ele foi.”