A sessão “do pior ao melhor” foi criada há alguns anos com o objetivo de ranquear os álbuns de determinadas bandas. Esta análise é feita listando os trabalhos do menos expressivo até o mais significativo. Os critérios usados neste quadro são diversos, como aceitação crítica dos registros, importância para a época, nível técnico em comparação a outros discos da banda e, obviamente, o fator diversão, entre outros.
Note que não estamos impondo certezas ou leis, esta é apenas uma análise feita por um criador de conteúdo do site para estabelecer a ordem em que os álbuns são posicionados neste ranking, baseando-se nas informações acima descritas. Se o seu álbum favorito estiver em uma posição abaixo do que você esperava ou se aquele disco que você não gosta estiver bem posicionado, lembre-se que a música é uma forma de arte subjetiva e pessoal, e não uma ciência exata.
Neste episódio, teremos um dos principais pioneiros do Thrash Metal: Metallica!
UMA BREVE APRESENTAÇÃO:
Dissertar sobre a história do Metallica é dissertar sobre a carreira da maior banda de Metal da atualidade. E antes que comece o chororô, sim, o Metallica é a maior de todas em se tratando de números. Você pode até ter as suas críticas e opiniões contrártias com relação a musicalidade dos últimos trabalhos de estúdio, mas nenhum outro nome do estilo consegue chamar mais atenção ou engajar mais pessoas que o quarteto formado por Lars Ulrich, James Hetfield, Kirk Hammet e Robert Trujillo.
A história do Metallica, o início
A história começou lá no longínquo ano de 1981, com Lars e James fundando a banda. Algum tempo depois, quando já tinham certo prestígio na cena underground local, decidiram demitir o guitarrista Dave Mustaine para convocar Kirk Hammet do Exodus, e foi então que as coisas começaram realmente a fluir. “Kill ‘Em All” foi lançado em 25 de julho de 1983 tornando-se o marco zero do Thrash Metal e o grupo seguiu por esta estrada mais visceral nos anos posteriores. O Metallica apresentou ao mundo obras espetaculares à partir de então, discos do calibre de “Ride The Lightning”, em 1984, e “Master Of Puppets”, em 1986, deram muito prestígio a banda e os elevaram a patamares jamais pensados.
A trágica morte de Cliff Burton
No mesmo ano em que “Master Of Puppets” foi lançado, o icônico baixista Cliff Burton faleceu em um trágico acidente com o ônibus de turnê na Suécia, mas logo recrutaram Jason Newsted, do Flotsam & Jetsam, e gravaram outro grande álbum: “… And Justice For All”, de 1988. Com o sucesso iminente, o quarteto resolveu alçar voos mais altos e, em 1991, com a produção de Bob Rock, conceberam “Metallica” (conhecido popularmente como “Black Album”). Este é nada menos do que o disco de Metal mais vendido da história. Com diversos hits radiofônicos e um sucesso estrondoso, o Metallica definitivamente se tornou uma banda mainstream e começou a desagradar alguns fãs mais antigos.
A mudança da sonoridade
A mudança defintiva na musicalidade ocorreria nos discos seguintes, “Load”, de 1996, e “Re-Load”, de 1997. Estes foram os trabalhos que realmente irritaram e afastaram de vez os headbangers mais antigos, talvez nem tanto pela qualidade musical, mas pela postura de enfrentamento ao próprio Heavy Metal e pelas declarações nonsense dos integrantes. Por outro lado, é preciso registrar que trouxeram ainda mais fãs de outros estilos nesta época.
Se há algo que não podemos jamais dizer, é que o Metallica não sabe usar o marketing a seu favor. Alguns anos depois, em 2003, em meio a diversos problemas de convivência e desavenças internas, a banda passava por sua maior turbulência e quase chegou ao fim. O baixista Jason Newsted havia se demitido e escolheram Robert Trujillo para substituí-lo. O disco gravado foi o famigerado “St. Anger” e este agradou pouquíssima gente. Um hiato de 5 anos aconteceu e, como num passe de mágica, em 2008, “Death Magnetic” resgatou a veia Thrash e surpreendeu muitos incrédulos. Já em 2016, foi a vez de “Hardwired… To Self Destruct” dar as caras e, é preciso assumir, foi o disco mais honesto que a banda gravou desde “Black Album”.
A maior banda de Metal de todos os tempos
O Metallica é uma potência da música pesada, se tornou gigante devido a sua competência e possui uma base de fãs extremamente fiel. Entendem a indústria fonográfica como poucos e executam suas estratégias com perfeição, merecem todo o prestígio alcançado e, para os detratores, tenho um aviso/reflexão:
Ninguém chega no topo do mundo do Rock/Metal por acaso. S você acha que está ruim com eles ainda na ativa, tenha certeza que ficará muito pior quando eles não estiverem mais em ação. Atualmente, a banda trabalha em seu próximo disco de estúdio, com previsão de lançamento para 2022.
Senhoras e senhores, com vocês: Metallica – Do pior ao melhor!
10. St. Anger (2003)
Me desculpem os poucos fãs que gostam deste álbum, mas ele é difinitivamente vergonhoso. Musicalmente é uma concha de retalhos, a produção é horrorosa. As músicas são pouco ou nada cativantes e ainda tem aquele som de bateria enfadonho que só o Lars gostou. Você até consegue encontrar algumas idéias boas aqui e ali, mas a execução final foi muito abaixo do esperado. Enquanto os timbres de guitarra não combinam com a sonoridade. Alem disso, a ausência de solos incomoda, as performances individuais são abaixo da média, enfim, o pior da discografia com sobras. Se você não for muito exigente consegue salvar “Frantic” e a faixa título. Mas, se for exigente e estiver acostumado com o Metallica em grande fase, a audição soa como tortura pura e simples. Próximoooooo…
9. Re-Load (1997)
Este é um disco interessante para analisar, pois tem algumas boas músicas, mas se perde quando entramos naquele monte de sobras de “Load”. Venhamos e convenhamos, se “Load” já não é uma obra extremamente cativante e está longe dos melhores momentos do Metallica, o que dirá as sobras de “Load”. Ao mesmo tempo em que temos músicas legais como “Fuel”, “The Memory Remains” e até mesmo “The Unforgiven II”, há também coisas bem fraquinhas e esquecíveis como “Bad Seed”, “Fixxxer”, “Slither” e “Prince Charming”. Sejamos francos, você não pagaria ingresso pra assistir essas músicas ao vivo.
8. Load (1996)
“Load”, ao contrário do que esbravejam muitos haters, não é um disco ruim de fato. No entanto, ele é apenas diferente do Metallica convencional que todos se acostumaram. Se tivesse sido lançado como um projeto paralelo não teria causado tanto espanto, mas a banda entendeu que tinha que arriscar tudo naquele momento.
Costumo dizer que o pior em “Load” nem está nas músicas em si, mas na atitude da banda na época de seu lançamento. Não foi legal ficar renegando o passado, tampouco foi legal ficar repetindo que o Metal estava morto. Tampouco, Load era a “evolução e salvação do Metal”, também não foi maneiro aquelas sessões de fotos feitas com o único intuito de chocar e nada mais. Há momentos bem legais no disco, músicas como “King Nothing”, “Ain’t My Bitch”, “2×4”, “Until It Sleeps”, “Hero Of The Day” e “The House Jack Built” são alguns deles. Há também coisas absolutamente descartáveis, mas estamos falando de um disco longuíssimo com 14 faixas. São quase 1 hora e 20 minutos de duração, é óbvio que o rendimento cai e a audição fica maçante.
7. Death Magnetic (2008)
Este é um disco que eu gosto bastante. Ele tem excelentes músicas e traz de volta aquela pegada Thrash que parecia ter sido perdida completamente. Um ponto muito alto em “Death Magnetic” é a performance de Kirk Hammet, que se no álbum anterior praticamente não apareceu, neste o guitarrista nos presenteou com uma avalanche inacreditável de riffs e solos muito bons. Poderia ter sido um disco melhor? Poderia! Mas nem de longe é o fiasco que foi “St Anger” ou a montanha russa de altos e baixos que são os dois “Loads”.
“Death Magnetic” recebeu algumas críticas do público headbanger pois segundo alguns “especialistas” soa artificial, na minha humilde opinião, é apenas um álbum que tenta reproduzir o que de melhor a banda já hava feito. Há músicas mais porradas como as ótimas “That Was Just Your Life” e “My Apocalypse”, músicas mais trabalhadas como “All Nightmare long”, tem também aquele som tipicamente Metallica com uma contrução semelhante a de “One”, “Welcome Home” e “Fade To Black”, que é “The Day That Never Comes”. Tem a balada (“Unforgiven III”), tem a mais comercial (“Cyanide”), enfim, tem pra todos os gostos nesse disco.
6. Hardwired… To Self Destruct (2016)
Ué, mas se “Death Magnetic” é tão bom, por que “Hardwired” está melhor posicionado nesse ranking? Simples pequeno gafanhoto, “Hardwired” não busca inspiração no passado, olha para frente, é honesto, tem o Metallica sendo Metallica e ainda sim é um ótimo trabalho. Tem alguns exageros (como o tempo de duração e o número de faixas), mas também tem muitas músicas legais e que merecem sinceros elogios. “Atlas, Rise!” é um musicão, “Hardwired” e “Spit Out The Bone” são duas porradas das boas, “Moth Into The Flame” é um single de respeito e ainda daria pra destacar mais algumas como “ManUnkind” e “Halo On Fire”.
O erro imperdoável foi não ter colocar “Lords Of Summer” no tracklist e ter usado apenas como bonus. Um outro ponto bem legal desse álbum foi a idéia de fazer videoclipes de todas as faixas usando diretores diferentes, com visões diferentes e maneiras diferentes de abordagem. Tornou o lançamento algo muito bacana e espero que sigam nesse caminho para o próximo trabalho.
5. …And Justice For All (1988)
Chegamos ao primeiro clássico propriamente dito e vocês devem estar me perguntando se eu estou completamente louco em ter colocado “…And Justice For All” atrás do “Black Album”. Calma, conta até dez e segura a tua raiva porque eu vou explicar. Musicalmente, “…And Justice” é impecável, mas temos que pesar o fato da produção ter ignorado a presença do baixo de Jason Newsted. Apesar deste disco ter o Metallica fazendo o tipo de som que todos apreciam, “Black Album” foi o disco que levou a banda ao estrelato, é o disco de Metal mais vendido de todos os tempos, tem no mínimo 6 clássicos absolutos do Metal e isso não tem como ser esquecido na hora de montar um ranking como este.
Obviamente, “Blackened”, “The Frayed Ends Of Sanity”, “Harvester Of Sorrow”, “One”, “Dyers Eve” e a canção título são pérolas do Thrash e ninguém discute isso, mas o álbum em si ficou com a quinta colocação pois os quatro próximos tem motivos de sobra pra ocuparem os postos mais altos do pódio.
4. Metallica (Black Album) (1991)
Já adiantei um pouco as explicações sobre o posicionamento de “Black Album”, mas vamos a alguns dados importantes. Vendeu mais de 16 milhões de cópias somente nos EUA, mais de 40 milhões no mundo todo, ganhou o Grammy, alcançou o primeiro lugar das paradas de países como EUA, Reino Unido, Alemanha, Suiça, Noruega, Canadá, Austrália e possui clássicos como “Enter Sandman”, “Sad But True”, “The Unforgiven”, “Nothing Else Matters” e “Wherever I May Roam”. Foi o disco que elevou o Metallica ao mainstream, foi o disco de Metal mais vendido da história e ajudou a popularizar o gênero na grande mídia. Mas mesmo assim, tem gente que trata o disco como se fosse um fiasco… vai entender! Só ficou em quarto colocado por que os três primeiros são obras de arte acima do bem e do mal.
3. Ride The Lightning (1984)
O segundo registro de estúdio foi o álbum que criou a sonoridade característica da banda. Se na estréia eles surpreenderam ao apresentar um estilo de Metal novo ao mundo, em “Ride The Lightning” a banda lapidou este estilo e criou uma identidade própria fortíssima. A produção melhorou, a técnica melhorou, o entrosamento ajudou e absolutamente tudo neste álbum é positivo e irrepreensível. “Fight Fire With Fire” e “Creeping Death” são porradas de tirar o fôlego, “Fade To Black” é belíssima, “Ride The Lightning” e “Trapped Under Ice” apresentam uma rifferama de primeiríssima linha e “For Whom The Bell Tolls” comandada pelo baixo inigualável de Cliff Burton causa arrepios até hoje. Álbum maravilhoso do início ao fim. Medalha de bronze.
2. Kill ‘Em All (1983)
Nada menos que o marco zero do Thrash Metal. Só por este motivo já merecia a prata, mas se pararmos para pensar no impacto que este disco causou em 1983, é algo quase inimaginável. Para você entender, ninguém tocava tão rápido quanto o Metallica nesta época. É só revisitar os discos antes deste ano e vai perceber que o que tinhamos de mais veloz sendo produzido eram algumas músicas do Motorhead, canções avulsas como “Fast As A Shark” do Accept e discos como “Heavy Metal Maniac” do Exciter, mas nada comparado a “Whiplash”, “Hit The Lights”, “Metal Militia” ou “Motorbreath”. O Metallica não apenas debutou na cena com “Kill ‘Em All”, o Metallica chegou metendo o pé na porta. O Metal jamais seria o mesmo depois desse álbum.
1. Master Of Puppets (1986)
Se “Kill ‘Em All” apresentou um estilo e “Ride The Lightning” lapidou este estilo, “Master Of Puppets” o aperfeiçoou e o apresentou de uma forma atrativa para que o Thrash pudesse ser popularizado e vendido ao grande público. Nos anos 80 tudo girava em torno das grandes gravadoras e se elas não achassem que tal sonoridade poderia ser lucrativa, as coisas simplesmente não andavam.
“Master Of Puppets” foi o registro que convenceu definitivamente os executivos engravatados que o Thrash era a bola da vez. É o trabalho mais importante não apenas do Metallica, mas talvez do próprio gênero em si, foi ele que garantiu a continuidade de tudo o que estava sendo feito por outras bandas e fez com que o Thrash deixasse de ser algo local para se tornar mundial. Clássicos? Temos aos montes! “Battery”, “Damage Inc”, “Welcome Home (Sanitarium)”, “The Thing That Should Not Be”, “Lepper Messiah” e o hino “Master Of Puppets”. Obrigatório em qualquer coleção que se preze.
Nota do Redator: os EP’s, ao vivos, compilações e discos de cover não estão na lista, pois só consideramos full lenghts na construção deste tipo de ranking.
Se você gostou deste tipo de quadro, comente e nos diga quais as bandas que você gostaria de ver mencionadas aqui.
Antigamente eu ouvia muito Metallica, hoje em dia prefiro Megadeth por ter um som mais trabalhado e solos marcantes!!!! é tudo questão de gosto e amadurecimento em termos de: prestar atenção na parte instrumental!!!! valeu!!!!
É isso meu amigo, no final tudo é uma questão de gosto, valeu pelo comentário!
Legal a matéria. Muito esclarecedora. Só pelo show dia 05 de maio de 22, em Porto Alegre. Showwww
Aos meus amigos fãs do Metallica, eu digo que a melhor coisa que eles fizeram foi o Megadeth (kkk). Melhor álbum do Metallica para mim, nascido em 1979 e que começou a ouvir a banda em 1991 (Black Álbum), tocando em todas as rádios da época, é o And Justice… Enfim, gosto né. Abraço a todos e ótimas audições.