A sessão “do pior ao melhor” foi criada há alguns anos atrás com o objetivo de ranquear os álbuns de determinadas bandas. Esta análise é feita listando os trabalhos do menos expressivo ao mais significativo. Os critérios usados neste quadro são diversos, como aceitação crítica dos registros, importância para a época, nível técnico em comparação a outros discos da banda e, obviamente, o fator diversão, entre outros. Note que não estamos impondo certezas ou leis, esta é apenas uma análise feita por um criador de conteúdo do site para estabelecer a ordem em que os álbuns são posicionados neste ranking baseando-se nas informações acima descritas. Se o seu álbum favorito estiver em uma posição abaixo do que você esperava ou se aquele disco que você acha uma porcaria estiver bem posicionado, lembre-se que a música é uma forma de arte subjetiva e pessoal, e não uma ciência exata.
Neste segundo episódio após o retorno do quadro, teremos os suecos do Hammerfall!
Uma breve apresentação
A historia do Hammerfall começou em 1993 quando o guitarrista Oscar Dronjak e o multi-instrumentista Jesper Strömblad (do In Flames) encerraram às atividades de um grupo chamado Cerimonial Oath e resolveram montar uma nova banda. Os nomes escolhidos para completar o line-up inicial foram o vocalista Niklas Sundin e o guitarrista Mikael Stanne (ambos do Dark Tranquility). Como a maior parte desses integrantes estavam muito ocupados com suas bandas oficiais, trataram o Hammerfall como um mero projeto paralelo. Foi assim até meados de 1996, quando a banda se classificou para as semifinais do festival Rockslaget e o vocalista Niklas Sundin não pode participar do show. Para substituí-lo, Joacim Cans foi chamado e o Hammerfall foi ovacionado naquela noite. Não demorou muito até que o selo alemão Nuclear Blast oferecesse um contrato aos suecos e a banda foi totalmente reformulada. Em 27 de junho de 1997, com Joacim Cans à frente dos vocais, Glenn Ljungström e Oscar Dronjak nas guitarras, Fredrik Larsson no baixo e Jesper Strömblad na bateria, o Hammerfall debutou com “Glory To The Brave” e causou alvoroço em todo o mundo.
O álbum de estréia era praticamente um revival da sonoridade que caracterizou boa parte das bandas oitentistas tradicionais. Como no decorrer de toda a década de 90 esse gênero foi totalmente escanteado, o Hammerfall surgiu mexendo com o sentimento de nostalgia da velha guarda e causando interesse em uma nova geração de fãs que praticamente não tinha visto surgir nenhum grande nome dentro do Heavy Metal mais purista. Obviamente, o Hammerfall se destacou, se tornou uma banda ascendente, lançou diversos trabalhos relevantes e construiu uma fiel base de fãs. Houve um período em que foram acusados de lançar discos um tanto burocráticos e se repetirem excessivamente, neste momento tentaram dar uma guinada na carreira mudando um pouco a temática de suas letras, mas recuaram em seguida e logo voltaram a lançar grandes trabalhos capazes de empolgar os fãs novamente. Senhoras e senhores, com vocês: Hammerfal – Do pior ao melhor!
11. (r)Evolution (2014)
Após as críticas recebidas no trabalho anterior, o famigerado “Infected”, o Hammerfall prometeu voltar às suas raízes e em 27 de agosto de 2014, lançaram “(r)Evolution”. Muita gente caiu nesta pegadinha do malandro, mas a única coisa que esse disco trazia de volta às raízes era a arte de capa novamente criada por Andreas Marshall e as letras falando novamente de cavaleiros templários, cruzadas e etc. Ah, é claro, também trazia o mascote Hector de novo na capa. No restante e, principalmente, no que diz respeito a musicalidade, fizeram o mesmo arroz com feijão que vinham apresentando nos últimos trabalhos. Destaques para “Hector’s Hymn” e a canção título, mas no geral, nada muito empolgante.
10. Infected (2011)
Este é o ponto da discórdia na discografia dos suecos. Após serem acusados de se repetir demais nos trabalhos anteriores, os músicos resolveram dar uma mudada em alguns conceitos para ver se amenizavam as críticas. Retiraram o mascote Hector da capa, mudaram o teor das letras e ao invés de falar sobre temas medievais, históricos ou fantásticos, foram buscar inspiração em letras que abordavam assuntos como apocalipse zumbi, mortos que se levantam, vírus mortais, possessões demoníacas, UFC e outras coisas aleatórias. Musicalmente, não alteraram basicamente nada, mas essa mudança de perspectiva foi massacrada pelos fãs e pela mídia. Quem via as críticas pensava que o Hammerfall tinha gravado um álbum de grunge ou New Metal, mas não, ali estavam todas as principais características que eles sempre usaram. Apesar de não ser um dos melhores da discografia, não mereceu nem metade das críticas que recebeu.
9. No Sacrifice, No Victory (2009)
Verdade seja dita, os fãs de Heavy Metal em geral são muito chatos. Se uma banda muda demais as suas características, logo recebe uma enxurrada de reclamações, mas quando os músicos decidem se manter fieis às suas raízes, também são massacrados por que nunca trazem nada de novo. Se decidam crianças! “No Sacrifice, No Victory” foi lançado no ápice das críticas totalmente questionáveis sobre repetição e é um baita de um álbum bacana. Tem várias canções muito marcantes e acabou ficando estigmatizado por causa da chatice de certos “fãs”. Músicas como “Any Means Necessary”, “Hallowed Be My Name”, “Punish And Slave” e “Legion” falam por si só e não agradam apenas aqueles que nunca gostaram realmente do Hammerfall. Álbum injustiçado, assim como o próximo da lista.
8. Chapter V: Unbend, Unbound, Unbroken (2005)
“Chapter V” foi lançado logo após o fantástico período de ápice da banda e, claro, as comparações foram inevitáveis. Mesmo trazendo intactas todas as principais características dos quatro discos iniciais, mesmo apresentando músicas excepcionais como “Bloodbound” (tocada até hoje nos shows), “The Templar Flame”, “Fury Of The Wild” e a épica “Secrets”, teve chorão que reclamou. Ótimo álbum, só “pecou” em não ser tão perfeito quanto os quatro primeiros.
7. Built To Last (2016)
Após a volta às raízes de mentirinha realizada em “(r)Evolution”, o Hammerfall realmente estava devendo um disco relevante e capaz de causar impacto nos fãs novamente. E eles mandaram muito bem em “Built To Last”. Este sim, um trabalho que remete ao início avassalador e possui faixas tão boas que compará-las com algumas das composições clássicas não é exagero algum. “Hammer High”, “The Sacred Vow”, “Bring It”, “Dethrone And Defy” e a canção título, trazem uma banda totalmente renovada e inspirada como há muito tempo não víamos.
6. Threshold (2006)
Muita gente deixou passar batido este grande trabalho sabe-se lá por que, mas a realidade é que se em “Chapter V” os suecos não conseguiram se equiparar aos seus trabalhos anteriores, aqui a história é outra e, desde a canção de abertura que dá nome ao registro até os segundos finais de “Titan”, temos uma verdadeira seleção de músicas fabulosas. Aqui temos “The Fire Burns Forever”, “Rebel Inside”, “Natural High”, “Howlin’ With The ‘Pac” e “Genocide”, isso sem contar as duas já mencionadas anteriormente. Se não fosse a recepção praticamente nula e os fãs o subestimarem, certamente, “Threshold” ocuparia um lugar um pouco mais alto neste ranking. Altamente recomendada a audição!
5. Dominion (2019)
O mais recente álbum da banda foi um baita tapa na cara de quem duvidou do poderio de fogo de Joacim, Oscar e sua trupe. Em “Built To Last” eles já haviam demonstrado que tinham encontrado a fórmula certa para voltar aos tempos de glória, mas em “Dominion”, nos presentearam com seu melhor disco desde a quadra inicial (que é intocável!). Os singles “(We Make) Sweden Rock”, “One Against The World” e “Dominion” davam a pista de que teríamos um daqueles discos atemporais, mas aí quando você ouve o compacto por completo e se depara com “Never Forgive, Never Forget”, “Testify”, “Bloodline” e “Chain Of Command”, logo se dá conta que o Hammerfall está novamente no topo.
4. Renegade (2000)
O Hammerfall apareceu com muita qualidade e após dois primeiros trabalhos soberbos, mantiveram a sequência cabulosa e, no seu terceiro full, provaram que tinham cacife para ser grandes. O álbum todo merece destaque e não tem uma música mediana sequer, todas são excelentes, mas não tem como não mencionar a apoteótica “Templars Of Steel”, a clássica “Renegade” e o hino “A Legend Reborn”. Quando todos pensavam que o arsenal havia se esgotado em “Legacy Of Kings”, “Renegade” consolidou a banda e evidenciou que não seriam mais um nome passageiro no cenário mundial.
3. Crimson Thunder (2002)
Embalados por uma sequência de três registros que seguiam basicamente um mesmo direcionamento, “Crimson Thunder” foi uma espécie de álbum de hits. Um pouco menos veloz que os anteriores, porém, mais maduro e repleto de canções pegajosas que se tornaram obrigatórias nos shows até hoje, o disco acabou sendo um divisor de águas. Será que existe a possibilidade de você assistir uma performance ao vivo da banda sem “Riders Of The Storm”, “Hearts On Fire” e “Crimson Thunder”, sem ficar decepcionado? Creio que não! E olha que ainda podemos mencionar “The Unforgiven Blade”, “A Hero’s Return”, “Trailblazers” e outras… medalha de bronze!
2. Glory To The Brave (1997)
Um dos discos mais importantes para o ressurgimento do Heavy Metal. Lançado em uma época emblemática, conseguiu fazer o que ninguém esperava que foi reascender o interesse pelo estilo. Possui hinos do porte de “The Dragon Lies Bleeding”, “The Metal Age”, “Stone Cold” e “Steel Meets Steel”. Um verdadeiro clássico do Heavy Metal tradicional lançado em uma década onde praticamente não tivemos clássicos nesse estilo (raríssimas exceções). Medalha de prata e muitos aplausos!
1. Legacy Of Kings (1998)
Depois de um debut ovacionado, tiveram um pouco mais de suporte da gravadora e puderam gozar de uma produção melhor e mais tempo no estúdio. Estes fatores somados ao sangue nos olhos que o Hammerfall estava naquele momento, resultou em uma obra acima de qualquer crítica. Músicas rápidas, riffs cortantes, solos matadores e refrões épicos, são algumas das principais características deste verdadeiro arrasa quarteirões. “Let The Hammer Fall” se transformou no primeiro hino da carreira dos suecos, mas o álbum era muito mais que isso. “Heading The Call”, “Legacy Of Kings”, “At The End Of The Rainbow”, “Dreamland”, “Stronger Than All” e “Warriors Of Faith”, são capazes de retirar suspiros de qualquer um que se considere um fã de Heavy Metal. Medalha de ouro e lugar mais alto em nosso pódio!
Atualmente, o Hammerfall divulga seu mais recente trabalho, “Dominion”, mas começa a planejar o que fará em seu aniversário de 30 anos que acontecerá em 2023. Provavelmente, deveremos ter mais um álbum de estúdio antes disso e esperamos que ele seja tão bom quanto os dois últimos. Se você gostou deste tipo de quadro, comente em nossa página do Facebook e nos diga quais as bandas que você gostaria de ver mencionadas aqui.
Redigido por Fabio Reis
Já conhecia essa banda de um jeito superficial no passado, em uma época em que estava ouvindo muitas bandas do estilo. Deve ser por isso que não fui atrás na época, mas depois de ler este texto busquei ouvir toda a discografia da banda e realmente me surpreendi, os suecos são sensacionais. Irei no show deles em SP este ano, onde irão abrir pro Helloween e não vejo a hora desse momento chegar. Parabéns pelo texto, só posso dizer que concordo plenamente com essa classificação, exceto por uma coisa: colocaria o Crimson Thunder em segundo lugar e o Glory em terceiro.
A primeira vez em que vi algo de Hammerfall…foi um vídeo de bandas que tocaram no Open Dynamo de 98, lá eles tocaram a música Hammerfall!!!! Recentemente consegui ver esse show na integra da banda, já que na fita de vídeo que vi era uma espécie de coletâneas de várias bandas que tocaram no evento em si!!!! Lembro de pegar o primeiro disco da banda com um amigo meu e depois gravar em uma fita cassete na época, bons tempos de antigamente…valeu!!!!