Nascida em 2014 em meio as margens da sociedade desigual da África do Sul, o Vulvodynia é uma mistura de influências e sons brutais da melhor estirpe. Tendo influências que vão desde Cerebral Bore até Kraanium e Ingested, os garotos possuem um panteão de letras que variam desde a perversão humana até a destruição da nossa raça.
Formada pelo excelente vocalista Duncan Bentley e o baixista e guitarrista Luke Haarhoff, a banda lançou em 2014 um EP e, no mesmo ano, lançou o ótimo disco de estreia, “Cognizant Castigation”. Mesclando do Slam ao Brutal e apresentando algumas modernidades, o disco chamou a atenção pela excelente qualidade.
Em 2015, mais um EP foi lançado e, novamente, surpreende positivamente. Em 2016, lançam o seu disco mais aceito pelos fãs, o excepcional “Psychosadistic Design”, com letras bastante polêmicas e uma produção muito competente, esse disco elevou a carreira dos jovens a um patamar muito mais profissional. Três anos depois, em 2019, sai “Mob Justice”, um disco novamente bem produzido e brutal.
Indo agora ao nosso foco, vamos ao registro de 2021, o excelente “Praenuntius Infiniti”.
São 14 composições bem pensadas e encaixadas perfeitamente dentro do tracklist. As faixas contam a história de um Deus devorador de mundos e o vocalista Duncan juntamente com seus companheiros são extremamente competentes em passar uma atmosfera pesada, visceral, assustadora e, posso dizer, única.
Destacar apenas 1 ou 2 músicas desse compilado de petardos é no mínimo imprudente. Mas para começar, vamos falar de dois fatores que chamam muito a atenção. O primeiro é relacionado aos vocais de Duncan que possuem uma facilidade anormal de saírem de guturais baixos e irem até pig squeals extremamente altos. Além disso, o gutural de Duncan não é maçante e chato, é um gutural que apesar do peso imprimido, não soa inaudível. O segundo ponto são as composições bem estruturadas, principalmente por parte do baterista Thomas Hughes.
O instrumental é todo bem direto, complexo na medida certa e evidencia o entrosamento dos músicos. Os andamentos repletos de blast beats somados aos riffs destruidores e linhas insanas do trio Kris Xenopoulos, Luke Haarhoff e Lwandile Prusent, fazem com que a audição seja fluída e em nenhum momento se torne cansativa.
“The Shadow of Descent Gaia” é um bom exemplo da qualidade técnica da banda, enquanto a tenebrosa “Eternal Wasteland of Galaxies”, possui uma atmosfera tensa de horror contando até com uma risada maligna de Duncan que irá assustar os menos familiarizados com este tipo de sonoridade.
“Banquet of Enigmatic Horrors, Pt. 1: Terror” e “Banquet of Enigmatic Horrors, Pt. 2: Agony” são duas composições de dar inveja a muita banda veterana de Death Metal. Com bases cadenciadas e vocais muito bem encaixados, Duncan apresenta a nós um talento absurdamente diferenciado. Vale muito a pena ouvir com atenção esta sequência.
Destaco ainda as faixas “Forging the Deity Crusher” e “Funeral ov the Gods”. Mas é importante ressaltar que o disco por completo é um trabalho repleto de qualidades e vale cada segundo investido na audição. Garanto que não irão se arrepender e ouvir esta maravilha deverá expandir os horizontes de muito headbanger que segue preso ao termo “old school”.
Nota: 9,0
Integrantes:
- Luke Haarhoff (guitarra)
- Duncan Bentley (vocal)
- Kris Xenopoulos (guitarra)
- Chris van der Walt (baixo e orquestrações)
- Thomas Hughes (bateria)
- Lwandile Prusent (guitarra)
Faixas:
- 01. Praenuntius Infinity
- 02. The Shadowy Descent of Gaia
- 03. Eternal Wasteland of Galaxies
- 04. Praenuntius Ascends
- 05. Banquet of Enigmatic Horrors, Pt. 1: Terror
- 06. Banquet of Enigmatic Horrors, Pt. 2: Agony
- 07. Whispers of Calamity
- 08. The Seven Judges
- 09. Ravenous Revolution
- 10. A Cosmic Betrayal
- 11. The War Within
- 12. Forging the Deity Crusher
- 13. Funeral ov the Gods
- 14. Deicidal Finality
Redigido por Yurian ‘Dollynho’ Paiva