O Thrash Metal sempre foi um estilo bastante híbrido e, de certa forma, eclético. Ao mesmo tempo que muitas bandas focam naquele tipo de sonoridade mais agressiva e visceral, com poucas variações e se concentrando na brutalidade sonora, há aqueles grupos que fazem mais do que isso.
Existem uma quantidade bem grande de nomes inseridos no Thrash que usam e abusam da técnica e da criatividade. E existem ainda aqueles que fazem isso sem perder o poder de fogo, o que, evidentemente, é ainda mais legal.
Particularmente, eu adoro quando uma banda não deixa suas principais características de lado, mas consegue adicionar músicas absolutamente distintas nos seus discos. Você ouve o álbum, nota que o DNA do artista está intacto, mas mesmo assim os integrantes conseguiram atingir um outro nível em termos de composição.
Atualmente, algumas bandas de Thrash (antigas e novas) tem conseguido entregar esse tipo de sensação aos seus fãs. Nós fizemos uma pesquisa detalhada e encontramos dez canções longas, que usam e abusam de variações rítmicas, mudanças de andamentos, complexidade musical e, mesmo assim, entregam o melhor que o gênero tem a oferecer.
Com vocês:
Dez músicas longas de Thrash que vão fazer o seu cérebro explodir!
10 – Woslom – “A Near Life Experience”
O Woslom é uma das bandas mais criativas do cenário Thrash brasileiro. Com uma musicalidade que associa muito bem o lado old school com passagens mais modernas, o quarteto paulistano apresentou em 2016, seu terceiro e, até o momento, último full lenght, “A Near Life Experience”. O disco é uma verdadeira viagem a quase todos os tipos de Thrash e, na faixa título, os caras simplesmente pedem permissão para voar. Nesta composição, mostram toda sua classe, técnica e criatividade, deixando todos os fãs de queixos caídos.
09 – Thrashist Regime – “Laughter Than Madness Then Death”
Diretamente do Reino Unido, o quinteto escocês Thrashist Regime apresentou em 2018, seu segundo disco de inéditas, “Carnival Of Monsters”. Nele, podemos apreciar uma coleção de músicas envolventes, com boa técnica, rffs e solos de primeira linha, além de construções musicais incríveis. Apesar de não ser um nome muito lembrado ou popular, o grupo é um dos mais promissores no cenário europeu e é sempre bom ficar de olho em nomes com tanto potencial.
08 – Suicidal Angels – “White Wizzard”
Há muito tempo, os gregos do Suicidal Angels deixaram de ser uma promessa para se consolidar como uma realidade no Thrash mundial. Atualmente, a banda conta com 8 álbuns de estúdio, sendo que este em questão, “Divide And Conquer”, lançado em 2014, é uma das obras que mais aprecio desde a retomada do estilo no início dos anos 2000. “White Wizzard” é um épico de mais de 8 minutos de duração que se destaca por conta de seus riffs e linhas de guitarra impecáveis, além de passagens instrumentais altamente envolventes.
07 – Anthrax – “You Gotta Believe”
O Anthrax sempre foi uma banda diferenciada, principalmente, se comparada aos demais medalhões do gênero. Os vocais limpos de Joey Belladonna destoam dos berros e linhas rasgadas mais habituais nas outras bandas e possibilitam ao grupo explorar novos horizontes com maior facilidade. No álbum “For All Kings”, de 2016, os norte americanos lançaram “You Gotta Believe”, canção diferenciada do restante do tracklist. A música possui diversas camadas e desde sua introdução, até o momento da explosão de riffs, passando pelo solo de muito bom gosto e as passagens mais calmas no meio, fazem o ouvinte se perguntar, “por que esses caras não investem em mais músicas desse tipo?”. Qualidade pra isso eles tem de sobra.
06 – Artillery – “Mi Sangre (The Blood Song)”
O Artillery é uma das bandas que mais explorou diferentes tipos de sonoridade ao longo de sua carreira. Muitos de seus álbuns são peças praticamente únicas e não se parecem entre si. O grupo lançou “My Blood” em 2011 e o vocalista Søren Adamsen foi um tremendo diferencial. A faixa “Mi Sangre (The Blood Song)” é um espetáculo. Trazendo ritmos orientais, um refrão muito forte e passagens de tirar o fôlego, não entendo como não se transformou em um hino do gênero na atualidade. Merecia e muito!
05 – Hatriot – “Silence In The House Of The Lord”
Antes de Steve “Zetro” Souza retornar ao Exodus, o vocalista resolveu lançar o Hatriot ao lado de seus filhos. O grupo foi muito bem com o álbum de estreia “Heroes Of Origin”, mas foi em “Dawn Of The New Centurian”, o segundo full, que a banda realmente mostrou não ser apenas um filhote desgarrado do Exodus. “Silence In The House Of The Lord” é um épico com mais de 7 minutos de duração que traz muita agressividade e momentos absolutamente energéticos. Brutal, bem trabalhada e rica em instrumentalização, é uma canção que merece vários repeats na sua playlist.
04 – Angelus Apatrida – “Hidden Evolution”
O Angelus Apatrida é uma banda que, assim como o Suicidal Angels, fez parte da primeira leva de novos nomes a despontar na cena Thrash restaurada. O grupo espanhol tem conseguido bastante destaque desde então e “Hidden Evolution” é um de seus principais trabalhos. A canção título é nada menos que brilhante, apontando para uma banda que sabe ser visceral quando necessário, mas possui um lado melodioso altamente inspirado. Em uma única composição, veja bem, temos diversos modelos funcionais de Thrash Metal sendo executados e, por este motivo, aparece bem posicionada em nossa lista.
03 – Kreator – “Replicas Of Life”
O Kreator passou por uma fase esquisita nos anos 90. Tentou se enveredar por musicalidades muito distantes dos seus primeiros trabalhos e, com isso, acabou desagradando boa parte dos fãs. Esta era de experimentações culminou no massacrado “Endorama”, que acabou naufragando em sua proposta inicial de misturar o Thrash com o Gothic Metal, mas rendeu bons frutos em um futuro próximo.
Quando os alemães retornaram com força ao gênero que os revelou em “Violent Revolution”, apesar da porradaria sonora estar toda presente novamente, algumas musicalidades oriundas principalmente de “Endorama”, se mantiveram presentes e geraram faixas pra lá de interessantes. No início de “Replicas Of Life”, temos toda aquela aura oriunda do Gothic presente, mas ao contrário das esquisitices do passado, o Kreator engrena no Thrash mais violento possível e, finalmente, consegue a sua tão sonhada mescla de estilos.
02 – Exodus – “Lunatic-Liar-Lord”
Se existe uma banda que tem conseguido se reinventar a cada álbum, mas sem abandonar suas raízes, esta banda se chama Exodus. Desde “Tempo Of The Damned”, passando pela fase Dukes e, agora, com Steve Souza de volta aos vocais, o quinteto norte americano tem usado e abusado de faixas mais longas e trabalhadas, sempre obtendo resultados estonteantes. Em “Persona Non Grata”, o último trabalho da banda, há algumas faixas que poderiam ter aparecido nesta lista, mas escolhemos “Lunatic-Liar-Lord”, pois foi uma das menos badaladas do registro.
01 – Overkill – “The Green And Black”
Desde a chegada de “Ironbound”, o Overkill praticamente não errou mais e vem lançando uma sequência impagável de excelente discos de Thrash Metal. Se os anos 90 e início dos 2000 não foram muito bons para o grupo, a nova fase vem coroando os norte americanos como uma das melhores da atualidade. “The Green And Black” é um épico de mais de 8 minutos que abre de forma magistral um dos melhores discos de Thrash pós-2000. A música tem belos riffs, linhas de baixo absurdamente chamativas, um refrão cativante e ritmos frenéticos. Nossa medalha de ouro vai para Bobby “Blitz” Ellzworth, DD Verni e seus comparsas!
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