Aviso prévio: Este é um artigo não recomendado a pessoas sensíveis. O conteúdo apresenta verdades indigestas e você pode não suportá-las. Continue por sua conta e risco!
Vivemos em tempos onde as pessoas precisam se auto afirmar. A necessidade de emitir opiniões e posicionamentos sobre todo e qualquer assunto faz com que as redes sociais fiquem entupidas de declarações propositalmente polêmicas, sem embasamento e com argumentações pífias. Os assuntos variam entre trivialidades e acontecimentos graves, mas a banalidade com que são tratados é a mesma. Com a polarização política do país, o certo e o errado parecem não importar mais e os julgamentos são feitos sob a tutela do politicamente correto e das patrulhas de pensamento baseadas em ideologias político partidárias.
Virou moda ser paladino da justiça neste país e mais do que isso, o discurso inflamado parece valer mais do que as ações do indivíduo. Nem é mais uma surpresa ver pessoas defendendo alguma pauta de maneira ferrenha e pouco depois, descobrimos que aquela pessoa não praticava nada do que pregava. Exemplos não faltam e vocês, certamente devem conhecer muitos. Isso ocorre em decorrência de alguns fatores, o mais vexatório é a hipocrisia. Outro bastante comum é a necessidade de parecer uma pessoa engajada para ser aceito em algum clube do Bolinha particular, onde todos defendem com afinco determinadas pautas e cada um tem o seu telhado de vidro camuflado por discursos caricatos e demagogos.
Aqui neste site, somos frequentemente atacados por não se curvar ao politicamente correto e por defender coisas que não andam muito na moda: sensatez, coerência e imparcialidade, são algumas delas. As análises que fazemos aqui não costumam agradar aqueles que falam mais do que fazem, tampouco os que tem sua régua moral pendendo para determinado espectro político. Agradamos menos ainda aquela patotinha que pensa ter o poder de “cancelar” e se tornam (ao menos em suas cabeças doentias) acusadores, juízes e executores de penas.
Vamos combinar? Ninguém é santo! Olhar e cuidar da vida dos outros é e sempre foi uma saída muito oportuna para jogar os holofotes em cima dos erros alheios e não ter que se explicar ou pagar por seus próprios erros.
“Tá bom, a gente entendeu. Mas Mundo Metal, o que isso tem a ver com o nosso gênero musical preferido?”
Bem, desde que o Rock é Rock, artistas fazem cagadas em suas vidas particulares. E isso acontece porque seres humanos têm o dom divino de fazer cagadas. Ponto. Isso sempre foi tratado sem muita importância, mas com a chegada do politicamente correto ao Rock, pessoas cheias de defeitos e igualmente fazedoras de cagadas, resolveram cobrar e exigir que seus ídolos sejam seres iluminados acima do bem e do mal. Hoje, para agradar, os artistas precisam aparecer na mídia com discursos lacradores e hipócritas. Quem não se posiciona é “isentão” e será desprezado ou hostilizado. Não importa se o músico em questão é apenas um rebelde transgressor e inconsequente. Não importa se é apenas mais um desajustado que acabou dando sorte na vida e ganhou muito dinheiro através da sua música. Para ser aceito por esta nova classe de fãs mimizentos, este músico precisará defender determinadas pautas ou correrá sério risco de ser “cancelado”.
“Mas Mundo Metal, isso não é uma atitude autoritária, cerceadora e, até mesmo, antidemocrática?”
Obviamente sim! Mas essa turminha não se importa, afinal, é o autoritarismo “do bem”, o ódio “do bem” e a censura “do bem”, entende? Então, se você está muito errado, mas está do lado “do bem”, seja bem vindo ao reino encantado da lacrolândia.
A mais nova vítima desse pessoal, como todos devem saber, foram os americanos do Iced Earth. Eu sei, você já deve estar com um paralelepípedo nas mãos e preparado para tacá-lo na minha fuça. Os seus lábios devem estar tremendo de nervoso e pronunciando as palavras: “Como assim, vítima? O Jon Schaffer participou de uma invasão criminosa que resultou em mortes e pessoas feridas, o cara já está inclusive preso!”. Presado amiguinho desatento, peço que releia a frase com mais atenção, o Iced Earth (a banda) é a vítima, não Jon Schaffer (o indivíduo).
Jon Schaffer, assim como qualquer pessoa que vive em uma sociedade organizada, tinha o direito de participar de qualquer manifestação pacífica que quisesse, porém, à partir do momento que ele escolheu ir a um ato que se transformou em uma invasão, com vandalismo, depredação, agressão e lastimavelmente morte de pessoas, ele precisa responder por isso com o mais absoluto rigor da lei. Sim, ele errou e errou feio, não tem justificativa e não seremos nós que vamos fazer vistas grossas “do bem”. Quem faz isso é oooooooutro pessoal que nós inclusive, não simpatizamos nem um pouco.
Após este acontecimento, o FBI divulgou uma lista de pessoas procuradas, assim como fotos e filmagens dos indivíduos participantes da invasão. Jon Schaffer, infelizmente, estava entre estas pessoas e no último dia 17 de janeiro, o músico se entregou para polícia. A repercussão foi bastante negativa e imediatamente a galera do Rock começou a se manifestar e opinar sobre o assunto. É claro que alguns mais exaltados, escolheram adotar o discurso de que não vão mais ouvir a banda por conta dos atos de Schaffer, porém, a galerinha “do bem” começou a sua campanha de “cancelamento”. Os outros integrantes do Iced Earth chegaram a publicar uma nota onde publicamente, se posicionaram contra o comportamento de Schaffer, mas de nada adiantou, a banda (como um todo) continuou sendo vítima de uma campanha absolutamente vexatória de difamação.
Vamos recapitular porque infelizmente, às vezes é preciso desenhar a explicação e depois explicar o desenho. Eu sei que você, amigo inteligente, nem precisaria de todo esse rodeio, mas nem todos compartilham da capacidade de interpretar um texto de forma correta. Para você que não faltou as aulas de português, peço desculpas. A você, que tem dificuldades com a língua portuguesa, vamos lá: Schaffer (o indivíduo) fez uma cagada em sua vida particular, mas quem está pagando o pato é o Iced Earth (a banda). Sejamos francos e honestos aqui, mesmo que os demais membros sejam contra a postura de Schaffer, não importa. E não importa, porque ele é o líder da banda e cometeu um erro prévio terrível que vai muito além da invasão ao capitólio. Estou me referindo ao fato dele ser um apoiador de um político que a turminha “do bem” não tolera. E acreditem, só isso já seria o suficiente para o “cancelamento”. Mas aí teve todo o resto e ficou fácil transformar uma banda excelente, no maior lixo musical de todos os tempos. Entendeu?
No último dia 19 de janeiro, a gravadora Century Media simplesmente excluiu o Iced Earth de seu cast, assim como excluiu os produtos do Iced Earth de sua loja online (CDs, DVDs e camisetas). Tudo isso foi feito por que houve pressão de “fãs” cobrando um posicionamento da gravadora e a mesma resolveu sucumbir aos caprichos de meia dúzia de mongolões. Devo mencionar que foi uma atitude bastante oportunista da Century Media, já que o contrato com o Iced Earth estava vencendo (ou vencido, segundo alguns) e Schaffer, publicamente, havia dito que não renovaria. Mas prefiro focar no fato objetivo que é a covardia da gravadora em aparecer como paladinos da justiça para fazer média com fãs idiotizados. A pergunta de um milhão de dólares é: Será que teriam o mesmo posicionamento caso o contrato tivesse sido renovado ou caso o Iced Earth fosse uma banda gigante como o Iron Maiden? Tirem suas conclusões…
O fato é: Jon Schaffer, por livre e espontânea vontade, acabou se envolvendo em um ato criminoso e deve ser julgado criminalmente por isso. Fato. Mas o Iced Earth deve ser “cancelado” por conta disso? A resposta é um sonoro NÃO! As músicas, os álbuns e os shows não deixarão de ser excelentes por causa disso. Rockstars, sempre fizeram muita bobagem em suas vidas particulares e sinceramente, se deixarmos de ouvir todas as bandas por causa disso, não sobrará meia dúzia de artistas. Aliás, se usarmos este mesmo critério de cancelamento em nosso cotidiano, precisaremos nos isolar dentro de uma caverna e viver como eremitas, sem contato com outros seres humanos, afinal, seres humanos fazem cagadas, se lembra? Para aqueles que se acham os arautos da justiça com poder de apontar os erros alheios, tenho certeza que também não são santos e possuem seus telhados de vidro. Julgar os outros é muito fácil, mas essa galerinha é extremamente hipócrita e julga de forma arbitrária e seletiva de acordo com seus interesses. E devo dizer que é muito fácil “cancelar” uma banda que não é tão popular. Por que não fazem o mesmo com os grandes medalhões do Metal? Roqueiro porra louca e vida torta não falta!
Deixaremos alguns exemplos abaixo que vão te fazer se sentir muito mal e antes de qualquer argumentação, você que escolheu cancelar/desqualificar o Iced Earth por que um de seus integrantes fez uma cagada, seja coerente ao menos uma vez na porra da sua vida e pare de ouvir também estes nomes abaixo! O desafio está feito e eu duvido muito que qualquer um de vocês tem culhões para isso. Até por que xingar o Phil Anselmo e o Jon Schaffer, pode ser bem fácil, vamos ver se isso se aplica a essa galera aqui embaixo:
“Por que essas fotos Mundo Metal?” Ora, ora, para você largar mão de ser hipócrita e parar de ser seletivo nas suas críticas imaturas. E porque nós sabemos que você viria babando aqui para comentar que estamos “passando pano para o Iced Earth”, sendo assim, é sempre bom apresentar FATOS, já que se você ouve qualquer uma dessas bandas acima, não tem qualquer moral para julgar ninguém.
Para finalizar, está muito claro que devemos separar obra artística e vida particular de músico. De verdade, que se exploda o que os rockstars fazem nas suas vidas particulares, estamos preocupados com suas respectivas músicas e álbuns. Se o cara fizer merda, que responda por seus atos, simples assim. Jamais iremos parar de dar crédito artístico à bandas como Motorhead, Slayer, Exodus, Sepultura, Megadeth, Behemoth, Pantera e CLARO, ao Iced Earth. E mais, se a Century Media não quer mais vender produtos da banda, sem problemas, em nossa loja nós vendemos com muita satisfação (LINK AQUI)!
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