Em entrevista recente ao canal Look Mag, o vocalista do Cradle of Filth, Dani Filth, foi questionado sobre a alta criatividade musical da banda, cujos elementos estão sempre mudando, e se isso deve à chegada de sangue novo, como por exemplo, os membros mais recentes, a tecladista Zoe Marie Federoff e o guitarrista Donny Burbage.
Dani Filth respondeu:
“O que é importante é ser capaz de se dar bem com as pessoas, e as pessoas vêm e vão, elas têm suas próprias aspirações, seus próprios sonhos. Nós perdemos duas pessoas, Richard, porque ele se mudou e foi viver com a namorada e teve um filho, ele não queria mais turnê. E Annabelle, bem, nós simplesmente não nos dávamos muito bem com ela, ela simplesmente não era uma parte muito boa da banda, e então Zoe e Donny foram uma contribuição necessária. Zoe está devidamente integrada na família, e Donny… É como se ele estivesse na banda desde o início, ele é simplesmente perfeito para o Cradle. E não é realmente novo, já faz dois anos e meio. Temos um novo álbum saindo com eles, e estamos escrevendo um novo material. A pandemia, obviamente, atrasou muitas coisas, então, sim, é importante ter sangue novo. Não estou dizendo que é o mais importante, acho que a melhor coisa é apenas ser fresco e sempre evoluir como uma banda.”
Dani citou o álbum “Dusk and Her Embrace”, de 1996, e como as pessoas sempre esperam um novo Dusk:
“Muitas pessoas querem um ‘Dusk and Her Embrace’ é importante porque estava lá, ele é um álbum único, assim como ‘Reign in Blood’, como ‘Powerslave’ é um álbum único, ‘Master of Puppets’… É isso que resiste ao teste do tempo, e é um produto do tempo, do cenário, da influência daquela época, é exatamente o que é. E com o tempo, talvez nosso novo álbum se torne tão influente.”
Questionado sobre o que é importante nos dias de hoje e como ele se vê inserido na era dos streamings de música como o Spotify e as novas formas de se consumir música atualmente, e o que é ser uma banda de Black Metal hoje, Dani Filth disse:
“É difícil falar sobre a cena Black Metal, porque eu realmente ouço todos os tipos de música, obviamente sou um grande fã das coisas que estão saindo recentemente, há um monte coisas… Nile, Frozen Soul… E há todo os tipos de música que eu ouço. Eu não posso comentar sobre a cena Black Metal para ser honesto, não sei se há uma cena que eu não esteja inserido, eu não sei. Não faço parte de nenhuma cena musical, eu apenas existo, eu apenas me dou com coisas vastas, e é isso. Eu tenho minha própria vida. É difícil falar sobre esse tipo de coisa, eu não sou especialista nisso. Eu compro muitos CD’s, eu não gosto de sites de download, isso dilui a música porque as pessoas são muito irreverentes sobre isso, quero dizer, honestamente, se eu abrisse uma conta no Spotify ou no Amazon Prime esta tarde, eu poderia ter 500 álbuns esta noite, e eu não poderia dar a eles a devida atenção, eu não poderia. Não gosto pego um CD e coloco no carro e ele literalmente fica lá por três meses, apenas porque eu não posso me dar ao trabalho de tirá-lo, mas eu conheço esse CD, eu conheço tanto quanto a pessoa que o escreveu, e eu aprecio isso em sua ordem de execução. Às vezes alguém me recomenda um álbum e eu dou uma olhada no Youtube, ou algo assim, eu escuto e digo: ‘sim, essa é minha praia’ e então eu compro o álbum.
Acho que é mais do que sobre o produto, é sobre apoiar o artista, é sobre manter a cena viva. Eu sei que o vinil está voltando, e eu devo admitir que eu gostava muito de vinil quando era jovem, e então eu vendi muitos e quando fiquei grande e comecei a ganhar dinheiro, comecei a comprar tudo de volta em CD, e cheguei ao ponto que estou agora, com 3.000, 4.000 CD’s e não vou comprar tudo isso em vinil porque é muito caro. De qualquer maneira, se eu ganhar vinil de graça, legal, se não for isso, eu não compro, eu fico com CD’s, eu não estou comprando fitas ou VHS’s, eu não estou comprando disco laser, então é isso.”
Ouça o novo single “Malignant Perfection”:
