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Clássicos: Obituary – “Cause of Death” (1990)

Deixemos bem claro desde já, estamos falando de um dos registros edificadores de todo um subgênero, então há possibilidade do uso exacerbado de adjetivos enaltecedores e estimulantes aqui, leitores avisados. Podemos dizer que em 1990, o ávido publico apreciador de musica pesada, já tinha noção dos rumos pra onde o metal estava indo, cada vez mais agressivo, sujo, podre, contestador e pesado. São poucas as bandas no “Metal da Morte”, que possuem uma sonoridade tão genuína e indefectível como o Obituary, desde seu debut, “Slowly We Rot” de 1989. Mas foi logo no ano seguinte, que os Tardy Bros e companhia cravaram oficialmente seu nome no metal, com o lançamento do magnânimo segundo full-lenght, “Cause of Death”, produzido por nada menos do que a coluna dorsal do death Metal, Scott Burns.

   

Pois é, caro leitor, eu também não aguento mais ler esse nome, mas entre os anos de 2019 e 2021, boa parte dos registros mais icônicos e essenciais que tiveram a produção do Sr. Burns, completam trinta anos, então é inevitável que seu nome seja lembrado mais do que o normal. Lançado em 16 de setembro de 1990, “Cause of Death” é um dos álbuns mais importantes e influentes do death metal, assim como seus compatriotas da Flórida, Deicide, Morbid Angel e Cannibal Corpse, o Obituary deu vida á um registro seminal, no momento certo e na hora certa. Um fato bem conhecido sobre este clássico, é sobre sua icônica arte da capa, desenvolvida pelo artista Michael Whelan, que foi escolhida inicialmente pra ser a capa do álbum “Beneath The Remains” do todo poderoso Sepultura, porém por interferências da gravadora, a banda acabou não utilizando a arte, ficando com o Obituary, um ano depois.

Depois de trinta anos de um álbum aclamado por público e crítica, o que mais temos a dizer? Um registro sem momento ruim, extremamente consistente, uma obra prima, certo? Certíssimo, mas creio que, assim como este que vos escreve, temos aqueles momentos específicos no álbum que cativam mais, te prende e por vezes te impede de escutar o resto do conteúdo, então focaremos nesses destaques aqui, quatro deles pra ser exato. “Infected”, a faixa que da inicio ao clássico, mostra como o guitarrista Trevor Peres ainda é bastante subestimado, por conta da supervalorização em relação aos irmãos Tardy. Trevor é igualmente responsável pela sonoridade tão particular e distinta do Obituary, seus riffs cavernosos e tenebrosos são marca registrada, sua habilidade de transitar entre a mais soturna atmosfera fúnebre do Doom metal e o mais agressivo Thrash Metal, é algo inimitável.

“Body Bag” da continuidade a devastação de sua antecessora, destaque por momento de mudança brusca de tempo, onde a faixa fica extremamente agressiva de um segundo para o outro, algo muito particular, que o Obituary faz até hoje. Terceira faixa do registro,“Chopped in Half”, um dos maiores hinos do death metal, com pouco mais de três minutos e 40 de duração, e apenas quatro frases macabras cantadas duas vezes, da maneira mais tenebrosa possível, o que John Tardy faz em pouco mais de 10 segundos de faixa, já faz valer por inteiro. Se já não fosse o bastante, dar vida a um dos maiores clássicos do metal extremo, os caras ainda gravaram um dos melhores covers já feitos, “Circle of the Tyrants” do saudoso Celtic Frost (Uh!), inestimável influência para o Obituary.

Não preciso ressaltar aqui, como todas as faixas que sucedem as quatro primeiras são igualmente devastadoras e pegajosas, como citado no inicio, “Cause of Death” não possui momento ruim, é satisfação do inicio ao fim e marcado na história como um registro indispensável para todo fã de death metal e musica pesada em geral.

   

Nota: 9,5

Integrantes:

  • John Tardy (Vocal)
  • Donald Tardy (Bateria)
  • Trevor Peres (Guitarra)
  • Frank Watkins (baixo)
  • James Murphy (Guitarra)
  •    

Faixas:

  1. Infected
  2. Body Bag
  3. Chopped in Half
  4. Circle of The Tyrants (Celtic Frost cover)
  5.    
  6. Dying
  7. Find The Rise
  8. Cause of Death
  9. Memories Remain
  10. Turned inside Out
  11.    

Redigido por: Giovanne Vaz

   

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