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Clássicos: Manowar – “Into Glory Ride” (1983)

O segundo álbum do Manowar, “Into Glory Ride”, saiu em 1/6/1983, pelo selo Music for Nations, ou seja, quase um ano depois do debut “Battle Hymns”. No entanto, o line-up do quarteto trazia uma novidade na bateria, Scott Columbus substituindo Donnie Hamzik.

Antes de mais nada, para que possamos entender melhor a importância do Manowar na época, é necessário entender o contexto do qual ele fazia parte. No início da década de 80, enquanto no Reino Unido, a NWOBHM estava sua plenitude, nos Estados Unidos da América também ocorria, mais discretamente, um movimento chamado US Power ou US Metal. Desde que surgira, em 1980, em Auburn/NY, Manowar ajudou no crescimento do US Power, juntamente com bandas como Liege Lord, Omen, Manilla Road, Metal Church, Savatage, etc…

Bom, após essa simples introdução, que tal partimos para a análise de “Into Glory Ride”?

MANOWAR / Acervo / Reprodução

Abertura – Lado A

O disco já começa arrombando a porta com a intensa “Warlord”. Um típico Heavy tradicional com o acréscimo de uma pitada a mais de brutalidade, destacando a perfeita voz de Eric Adams, assim como a bateria avassaladora de Scott Columbus, não esquecendo do peso da guitarra de Ross “The Boss”.

“Cavalgue, cavalgue, cavalgue, eu sou o SENHOR DA GUERRA da estrada / cavalgar, cavalgar, cavalgar, nunca envelhece”

Logo depois temos aquele tipo de power ballad que acompanhou Manowar por toda sua carreira, “Secret Of Steel”. A princípio, o solo de baixo de JoeyDeMaio recebe a maior atenção durante a audição. No entanto, com o passar dos segundos, entre estrofes e refrãos, Adams vai ofuscando a tudo e a todos com a sua poderosa voz. Ele é auxiliado por coro de vozes que fomentam uma atmosfera Power Metal em meio a um universo épico.

Melhor trinca sequencial da carreira do Manowar

Em seguida, é iniciada, a melhor trinca sequencial da carreira do Manowar. Seu pontapé inicial fica por conta de “Gloves of Metal”. Ainda que essa canção seja cadenciada, ela soa pesada e violenta, como se fosse o prenúncio de um ritual de sacríficio humano. Dessa forma, o peso está intesamente presente, mesmo que o pé não esteja afundado no acelerador.

Embora seja uma faixa bem diferente, “Gates Of Valhalla” parece permanecer na mesma aura de sua antecessora. Valhalla é o lugar fabuloso, presente em muitas letras de Epic Metal, é o lugar que todos os guerreiros querem chegar com as suas espadas em punho, ao próposito de serem premiados com o abraço glorioso de Odin.

“Eu aponto minha machadinha para o vento / Eu guardo os portões e tudo dentro / Ouça minha espada cantar enquanto eu cavalgo pelo céu / Jurado pelo sangue sagrado de Odin, sigo em frente.”

UNITED KINGDOM – OCTOBER 01: Photo of Scott COLUMBUS and Ross FRIEDMAN and MANOWAR and Joey DeMAIO and Eric ADAMS; Posed studio group portrait, full length, barechested L-R Joey DeMaio, Ross the Boss, Eric Adams and Scott Columbus (Photo by Fin Costello/Redferns)

Lado B

Iniciando o lado B e, ao mesmo tempo, fechando a trinca perfeito, temos “Hatred”. Eis a minha canção favorita em toda a carreira do Manowar. Muitos haters acusam, levianamente, Manowar de poseragem, pois, poucas bandas tem uma canção que soe violentamente Metal como “Hatred”. Eis aqui, o puro Metal sangrento, mesmo que não seja extremo.

“I crush your bones, I kill your face / I rip your flesh, I end the chase / You meet with terror, you draw the ace / I rule the world the rats that race.”

Se dissemos que Odin e Valhalla são temas de adoração no Heavy Metal, podemos dizer o mesmo em relação ao Apocalipse, já que ele se encontra presente de muitas formas em letras de canções de todos os subgêneros de Metal. Aproveitando muito bem da hype que essa temática causa, Manowar incluiu a belíssima “Revelation (Death’s Angel)” no “Into Glory Ride”.

“Revelation, the chosen saved / Earth be cleansed in a blaze / Armageddon, the first trumpet blows / Hail, fire and blood fall on Satan’s throne”

“March for Revenge (By the Soldiers of Death)” é a responsável pela clausura dessa obra de arte do Heavy Metal, desse modo, aliviando o incômodo dos haters e iniciando a reminiscência nos apreciadores dos clássicos do Manowar. Porém, o ódio dos haters nunca cessará e para aliviar a saudade dos fãs, basta que eles comecem a partir de “Warlod” mais uma vez e façam toda essa viagem novamente, de Valhalla ao Juízo Final, em apenas 45m25s. Alias, sobre a derradeira faixa desse disco, eu não poderia deixar de salientar que é a melhor interpretação de Eric Adams nesse registro icônico.

Nota: 9,00

Integrantes:

Eric Adams (vocal)
Ross “the Boss” Friedman (guitarra e teclado)
Joey DeMaio (baixo)
Scott Columbus (bateria)

Faixas:

1.”Warlord”
2.”Secret of Steel”
3.”Gloves of Metal”
4.”Gates of Valhalla”
5.”Hatred”
6.”Revelation (Death’s Angel)”
7.”March for Revenge (by the Soldiers of Death)”

Redigido por: Cristiano “Big Head” Ruiz

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