“Pyromania” é o terceiro álbum da banda britânica de Hard Rock, Def Leppard, lançado no dia 20 de janeiro de 1983, pelos selos Vertigo e Mercury, sucedendo “High’n’Dry” de 1981. Sua produção, que fez toda a diferença, ficou por conta de Robert “Mutt” Lange.
Seria essa a forma correta de apresentar um disco que está no meu TOP 20 de Hard Rock de todos os tempos? Claro, que não! Há muito mais coisas a serem ditas sobre essa obra prima que sequer cabem nessa resenha, porém tentarei fazer o meu melhor para transmitir ao leitor a minha percepção sobre ela.
Esse é o último full lenght antes do acidente com o baterista Rick Allen, o qual mudaria o destino da banda e, principalmente, sua sonoridade.
Não, nem sequer estou querendo insinuar que o “Hysteria” não seja um registro fenomenal, que inclusive faz muito a minha cabeça, porém é inegável que até aqui, o Def Leppard desenvolvia uma música influenciada nas raízes do Heavy/Rock britânico, o qual está no topo entre as minhas preferências.
“Rock! Rock! (Til You Drop)”
Quando ouvi os acordes iniciais de “Rock! Rock! (Til You Drop)” pela primeira vez, somados a voz exuberante de Joe Elliot, eu logo pensei da seguinte forma: “O que o AC/DC tá fazendo em um disco do Def Leppard?”.
Inegável que a pegada dessa canção remete aos australianos, fomentando Rock e diversão. Porém, quem pensar que essa faixa de abertura resume a sonoridade do disco está profundamente equivocado.
“Photograph”
Ela foi apenas o início de muita coisa que estava por rolar. “Photograph”, um dos grandes clássicos nascidos no “Pyromania”, já demonstrava uma evolução nas composições, que influenciaria os ingleses em seus futuros registros.
“Stagefright”
Ela foi uma das que nunca abandonaram o set list. Fechando a trinca inicial, “Stagefright” reafirma o que eu citei sobre o crescimento sonoro do grupo, sendo ainda mais empolgante que as duas primeiras faixas.
Hard Rock com a cara do melhor da década de 80, porém, um degrau acima da média. Se segura ai, que as emoções estão longe do fim. A carruagem sequer começou o seu passeio real.
“Too Late For Love”
Nunca é tarde para morrer de amores por essa balada. Você pode simplesmente pensar que é uma música pra dançar coladinho, mas não, ela é muito mais do que isso.
Só sinto algo parecido com essa sensação nas melhores baladas do Whitesnake e Nazareth, mesmo assim, trata-se de algo diferente, algo com a marca registrada do Def Leppard, e falando deles mesmos, muita gente coloca “Love Bites” em um pedestal e sim, ela é uma música incrível, mas sequer chega aos pés de “Too Late For Love”.
Destaco ainda o solo de Phil Collen, aliás, os três guitarristas que participaram da gravação, Phil Collen, Pete Willis e o Steve Clark, fizeram um trabalho impecável.
“Mutt” Lange conseguiu explorar o máximo potencial de cada músico.
“Die Hard The Hunter” é mais um Hard Rock com a temática do conflito interno entre o bem e o mal.
“Você não tem nenhum inimigo, nenhuma linha de frente / As únicas batalhas (ocorrem) no fundo da sua mente / Você não sabe como mudar de ruim para bom / Você trouxe a guerra para o seu redor / Você não pode fazer isso, oh, não, você não pode fazer isso / você está preso em uma armadilha (do caçador) não há como voltar atrás.”
“Foolin’”
Um tema comum, mas que sempre funciona muito bem, pois isso acontece na cabeça de cada um de nós. “Foolin’” é mais uma canção que jamais abandona o set list da banda. A maneira “charmosa” com a qual o refrão é executado é algo fora do comum e dá ao disco mais um tom de singularidade. Phil Collen dá show, mais uma vez.
“Rock Of Ages”
Mais um momento festa e diversão para fazer par com “Rock! Rock! (Til You Drop)”. “Rock Of Ages” é um daqueles hinos de louvor ao supremo Rock’n’Roll, pois levam a mente para um mundo de êxtase e relaxamento completo. Sendo assim, não há como ficar fora dessa festa, salvo se a pessoa for completamente insensível.
“Comin’ Under Fire”
“Comin’ Under Fire” sustenta uma irresistível pegada Hard&Heavy. Heavy Metal e Hard Rock, ao mesmo tempo, mesclados de forma equilibrada, em uma canção que merece o adjetivo da perfeição antes de seu título.
O som de baixo de Rick Savage é absurdamente encorpado e, desse modo, adiciona mais beleza ao belo. “Action! No Words” resgata o “simplesmente Hard Rock”, se é possível tal qualificação, mas acho que não. (rs)
“Ação, sem palavras” é o lema de todas as eras nas quais a raça humana esteve presente, as pessoas deveriam falar menos e fazer mais, porém o mundo tem seus estágios evolutivos e esperamos ainda chegar lá, não é verdade?
Encerramento
“Billy’s Got A Gun” encerra essa masterpiece com a atmosfera soberana que a guiou durante todas suas dez faixas.
Nem que eu me esforçasse muito, eu não conseguiria me manter indiferente ao “Pyromania”, pois até o “troozaum” mais radical não tem como afirmar que ele não é bem feito, mesmo que ele o odeie.
Tanto é assim, que nem o Def Leppard foi capaz de sequer chegar perto de repetir algo nesse nível de musicalidade, pois, claro, a produção foi superada pelo “Hysteria”, pois, convenhamos, quatro anos fizeram diferença na evolução tecnológica das gravações nos anos 80. Já que, a partir de 1986, o resultado final das produções ganhou outro patamar.
Se você, por descuido ou falta de informação, ou mesmo falta de interesse, ainda não conhece esse disco, deve consertar esse equívoco, imediatamente, sendo você fã de Hard Rock, Heavy Metal, assim como de música bem feita.
Nota: 9,6
Integrantes:
- Joe Elliot (vocal)
- Steve Clark (guitarra,)
- Rick Allen (bateria)
- Phil Collen (guitarra)
- Rick Savage (baixo)
- Pete Willis (guitarra)
Faixas:
- Rock! Rock! (Til You Drop)
- Photograph
- Stagefright
- Too Late For Love
- Die Hard The Hunter
- Foolin’
- Rock Of Ages
- Comin’ Under Fire
- Action! No Words
- Billy’s Got A Gun
Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz
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Na minha opinião é o Saxon. Mas em termos de vendas, vcs estão certos
Exatamente, no meu gosto várias dividem essa maior importância. Saxon também faz parte dessa minha lista pessoal.
Exato, as minhas escolhidas da NWOBHM também são outras
Valeu!!!!