Nos anos 80, as coisas funcionavam de uma outra forma totalmente diferente da que conhecemos hoje. E esta afirmação possui dois lados distintos com vantagens e desvantagens.
É claro que temos inúmeras vantagens tecnológicas que os antigos fãs jamais sonharam em ter algum dia. Por outro lado, ao conseguirmos tudo de uma forma muito fácil, em muitas ocasiões não damos o devido valor.
Vocês já pensaram sobre isso? É como se a arte estivesse quase sendo banalizada.
É tão fácil conseguir a música nova da sua banda do coração, é tão fácil acessar a discografia daquele grupo obscuro do extreme leste europeu…
Em uma nova entrevista concedida a Oran O’Beirne, da Bloodstock TV, o músico co-fundador das míticas bandas Hellhammer e Celtic Frost, Tom Gabriel Fischer (Tom Warrior), emitiu uma opinião sincera sobre a diferença entre o consumo de música nos anos 80 e agora.
Ele foi perguntado se acha que o mistério dos anos 80 e o romantismo daquela época associados à descoberta de novas músicas e, especialmente, da música underground, são apenas “uma espécie de memória” agora, já que a rede frenética de troca de fitas cassete que existia é apenas coisa do passado.
Tom confessou:
“Olha, esse é um assunto muito difícil, mas eu concordo com você. Na verdade, se eu começar a embelezar tudo isso, vai me fazer parecer um dinossauro. A principal coisa precisa ser relacionada com os fãs jovens de hoje, eles cresceram em um mundo completamente diferente e eles provavelmente não entenderão do que estamos falando. E isso não é desrespeitoso, é apenas um mundo diferente. Mas concordo com você, foi mágico. E a troca de fitas foi uma das principais razões pelas quais estou aqui até hoje.
E, claro, você tinha que provar que era realmente um fanático por Metal. Você tinha que dirigir até lojas de discos que ficavam em outras cidades para ver se eles tinham um único disco importado. Tinha que encontrar os endereços certos de comerciantes de fitas. Você tinha que realmente se esforçar para descobrir a música e tinha que mostrar que realmente queria isso. Não estava apenas a um clique de distância.
Mas, como eu disse, se eu disser tudo o que penso, parece que eu sou um dinossauro. Até porque ter música através de um clique também é fantástico. Eu gostaria que tivéssemos isso naquela época. Há coisas boas e coisas ruins em ambas as abordagens.
O que posso dizer? Sim, a magia… claro, falta a mística. E eu lamento isso!”
Quem é Mundo Metal?
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