Durante uma entrevista a Metal Hammer, Tom Gabriel Warrior (Celtic Frost, Hellhammer, Triptykon), comentou sobre o EP de de estreia do Hellhammer, “Apocalyptic Raids”, de 1984, com Martin Eric Ain no baixo. A recepção na época não foi das melhores, na verdade, foram muitas as críticas. Mas, quarenta anos depois, o disco é considerado um marco na música extrema.
Tom G. Warrior falou sobre isso:
“Sim, naquela época era reverenciado como o fundo do poço! Uma crítica disse: ‘Esta é a pior peça musical de todos os tempos!’ Foi devastador para nós, porque esta pequena banda tinha se tornado o nosso mundo. Mas tivemos que reconhecer que nem todo mundo entendia isso ou estava preparado para entender isso. Outra crítica disse que eu cantava como Lemmy com as verrugas dentro da boca. Às vezes, as críticas podem ser muito engraçadas.”
Com a má recepção do EP, eles decidiram dissolver o Hellhammer e deram início ao Celtic Frost:
“A Noise Records ameaçou nos deixar, então em uma noite, de 31 de maio a 1º de junho de 1984, criamos a nova banda do zero, pegando o melhor do Hellhammer, mas adicionando um milhão de coisas que amávamos. Estabelecemos metas muito ambiciosas. E isso não era apenas para convencer a gravadora. Era para nos motivar.”
Questionado se o intuito da banda era criar musica sem limites, Tom Gabriel respondeu:
“Definitivamente. Nós éramos fanáticos por metal, mas éramos igualmente fanáticos por música experimental. Nós amávamos Siouxsie And The Banshees e Bauhaus tanto quanto amávamos Slayer. Três das minhas bandas favoritas eram The Beatles, Roxy Music e Emerson, Lake & Palmer. Todas essas eram iniciativas musicais que combinavam um milhão de influências diferentes. Então, para o Celtic Frost, dissemos: ‘Vamos pegar o peso da escuridão do metal, mas combinado com todas as outras músicas que amamos tanto.’ E, claro, em meados dos anos 1980, o que agora chamamos de cena do metal extremo começou a tomar forma. Quando ouvimos o primeiro álbum do Exciter, Heavy Metal Maniac, pensamos: ‘Isso é fenomenal!’ Então, queríamos fazer parte desse movimento. Só queríamos fazer do nosso jeito.”
Eles lançaram então o mini-álbum “Morbid Tales”, uma amostra impactante e poderosa, mas com “To Mega Therion”, o álbum completo, Tom Gabriel descobriu o que queria do Celtic Frost:
“Morbid Tales foi tão importante para nós porque era uma prova de conceito, mas To Mega Therion foi quando Celtic Frost realmente se tornou Celtic Frost. É provavelmente o álbum mais importante para o meu próprio caminho como músico.
Eu pessoalmente acho que você não pode separar Morbid Tales, To Mega Therion e Into The Pandemonium. Todos eles são parte de um quebra-cabeça, e eles realmente definem o Celtic Frost. Mas artisticamente falando, Pandemonium foi nosso álbum mais ambicioso. Acho que fomos mais corajosos do que percebemos na época.”
Sobre a alcunha que receberam de “avant-garde heavy metal band”, ele disse:
“Fomos pegos de surpresa. Mas sim, realmente descreveu Celtic Frost perfeitamente. Nós nos sentimos lisonjeados e compreendidos.”
Além disso, eles também foram chamados de “Black Sabbath dos anos 80”:
“Isso também foi muito lisonjeiro, mas nem de longe realista. Sem o Black Sabbath, eu não estaria aqui agora. Eles são intocáveis.”
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