Ícone do site Mundo Metal

Black Sabbath: Tony Martin afirma que participou das gravações iniciais do álbum “Dehumanizer”

Tony Martin foi um dos vocalistas que teve uma trajetória longa no Black Sabbath, só perdendo para Ozzy Osbourne e superando Ronnie James Dio nesse quesito. Martin figurou na banda dentre 1987 até 1997, pulando o ano de 1992 que contou com a presença de Dio, o qual gravou o maravilhoso “Dehumanizer”.

Em entrevista para o Almost Human, Tony Martin contou sobre sua participação durante as gravações de “Dehumanizer”. Nesse período a banda vivia uma turbulência em questões de convivência e conflitos de ideias que fizeram Tony Iommi tentar contatar Martin novamente. Veja o que Ele disse a respeito:

“Eles me despediram (antes do início das sessões do ‘Dehumanizer), o que, aliás, foi uma surpresa completa. Eu não vi isso vindo de jeito nenhum. Na verdade, eu estava saindo para ir aos ensaios do próximo álbum e o telefone tocou. Era meu empresário (estava do outro lado da linha) e disse: ‘É melhor você se sentar, garoto.’ Eu (estava, tipo), ‘Vá em frente. O que?’ E ele disse: ‘Eles não querem mais seus serviços’. (Eu disse o que? Você está brincando comigo.’ Eu simplesmente não vi isso acontecer. Então, uau, ok. Fiquei tão chocado com isso que não sabia o que dizer, fazer ou qualquer coisa. ‘Mas dentro de algumas semanas – foram quatro, cinco, seis semanas, talvez, algo assim, Recebi um telefonema de Tony Iommi dizendo: ‘não está indo muito bem (com) Dio.’ Eu disse: ‘Oh, é mesmo?’ E ele disse: ‘Não. Você pode voltar?’ E eu disse: ‘Não. Não posso voltar. Já comecei a fazer meu trabalho solo e segui em frente.’ (E ele disse), ‘Ok. Ok.’ Então, alguns meses se passaram e ele me ligou novamente. E disse: ‘Tem certeza de que não pode voltar? Não está funcionando mesmo.’ Então eles me convidaram para ir ao estúdio quando eles estavam gravando o material, então fui lá. E tentei conseguir algumas melodias e outras coisas, mas eles estavam com pouco tempo, como de costume. E eu disse: ‘Olha, se vou fazer isso, preciso reescrever tudo. Preciso tirar isso, sentar e resolver.’ Eles disseram: ‘Não temos tempo para isso’. (Então eu disse), ‘Vou ter que deixar isso com você. Provavelmente a melhor coisa a fazer é continuar com o Dio, e depois conversaremos’. Mesmo durante o período do Dio, houve conexões e eu ainda estava conversando com o Tony. Na verdade, eu fui ao show (eles tocaram) na minha cidade natal com o Dio e ele não ficou nada satisfeito em me ver lá. Porque, obviamente, Tony Iommi tinha me convidado. E, claro, Dio sai do palco e eu ainda estou nos bastidores. Ele não ficou nem um pouco impressionado com isso. Então, havia uma conexão passando pelo lance do ‘Dehumanizer’ a maior parte do tempo – não de forma constante, mas ligada e desligada.”

Tony Martin falou sobre supostas gravações que o mesmo tenha feito para o álbum:

“Sim, eu tentei. Só não consegui nada que soasse melhor do que o que eles fizeram (com Dio). E eu tenho que fazer soar como Tony Martin. Não adianta me pedir para fazer isso se você não quer que eu soe como eu. Então, naquele ponto, eu estava pensando: ‘Eu realmente não quero continuar copiando as coisas das pessoas.’ Eu tentei e anotei algumas demos. Mas duvido muito – na verdade, estou 99 por cento certo de que não sobrou nada (daquelas gravações). Tenho algumas cópias em cassete de algo que experimentei, mas é uma qualidade realmente horrível – apenas uma registro em fita cassete. Apenas me lembra do dia. Sim, eu tentei. Mas eu não acho que poderia ser melhor, realmente, o que eles fizeram. Então nós meio que seguimos em frente, realmente.”

Esse relato envolvendo as tais gravações traz a lembrança de outro fato que pode até ser comparado, que foi a forma que Tony Martin havia entrado para a banda. Esse caso foi mais intenso em questões de gravação, pois existe a versão de “The Eternal Idol” na voz de Ray Gillen (foi disponibilizada como bônus na versão dupla do disco), antes de Martin assumir o posto de vocalista do Black Sabbath.

Confira a entrevista de Tony Martin no vídeo abaixo:

Sair da versão mobile