Vamos voltar um pouco no tempo para entender o que aconteceu neste caso. Em 2017, Adam “Nergal” Darski, vocalista do Behemoth, Rafal Wechterowicz (designer do grupo), e Maciej G. (webmaster do site oficial), foram acusados pelo governo da Polônia por insulto ao brasão do país em uma camiseta oficial.
O caso vem se estendendo desde então, com duas vitórias para os acusados e o devido pedido de arquivamento do caso. Pois, uma terceira vitória ocorreu nesta semana e Nergal anunciou este acontecimento através de sua conta do Instagram. O músico deu crédito nesta vitória para Ordo Blasfemia, que arrecadou fundos para os gastos obtidos durante o processo.
Nergal escreveu:
“OUTRA VITÓRIA PARA A ORDO BLASFEMIA! Graças ao seu imenso apoio e doações, mais uma vez superamos esses valentões supersticiosos! Após 8 anos de ABSURDO, o Gabinete do Promotor Público Regional de Gdansk retirou sua acusação/perseguição ao Behemoth por supostamente insultar o emblema polonês.
Amamos e honramos nosso lindo país na Polônia e estamos enojados com a reivindicação apresentada puramente por despeito cristão. Dito isso, estamos muito orgulhosos de anunciar que o design do emblema retornará exclusivamente à loja do Behemoth, assim que todos os procedimentos forem concluídos.
Mais uma vez, OBRIGADO pelo seu apoio eterno! Salve Satanás. Salve a Liberdade.”
Em nota oficial, o governo polonês admitiu a derrota:
“O Artigo 28, seção 1 da Constituição da República da Polônia declara que o emblema da República da Polônia é a imagem de uma águia branca com uma coroa em um campo vermelho. A disposição acima é especificada ainda mais na Lei de 31 de janeiro de 1980 no Artigo 2, seção 1, onde é declarado que o emblema da República da Polônia é ‘a imagem de uma águia branca com uma coroa dourada na cabeça virada para a direita, com asas abertas, bico e garras douradas, colocada em um campo vermelho do escudo’. Referindo a definição acima, muito precisa do emblema ao gráfico disputado, o Promotor concluiu que o gráfico disputado é uma criação artística, mas não é o emblema da República da Polônia.
Assim, neste caso, não há assunto que possa ser afetado pelo suposto ato causal do acusado. Em outras palavras, o acusado não poderia ter insultado o brasão da República da Polônia, porque o gráfico em questão não era o brasão. Também deve ser enfatizado que a análise do processo criativo da instalação artística disputada mostrou, sem sombra de dúvida, que o produto discutido não foi criado como resultado da transformação do brasão da República da Polônia e, no máximo, se refere ao brasão.”

Este é apenas um caso entre muitos onde religiosos tentam prejudicar bandas de Metal por simplesmente discordar das suas crenças.
Se lembre disso quando você se sentir compelido a esbravejar sobre “satanismo” nas olimpíadas ou outras bobagens. É exatamente o que essas pessoas querem que você faça.
A liberdade precisa ser unilateral, os religiosos tendo direitos de expressar sua fé, inclusive dentro do próprio Metal, e os não religiosos ou pertencentes a outras religiões tendo o mesmo direito.