O vocalista do Anvil, Steve “Lips” Kudlow, é uma figura ímpar na cena Metal mundial. Excêntrico, boa praça, carismático e do tipo que fala na lata o que pensa, é sempre ótimo ler suas entrevistas.
Mesmo que você não goste muito do Heavy Metal praticado pelo Anvil, “Lips” é sempre garantia de boas risadas ou falas impactantes que vão te fazer pensar um bocado sobre diversos assuntos.
Em uma nova entrevista concedida ao site finlandês Metal-Rules.com, Steve falou um pouco sobre a longevidade do Anvil. Quando indagado por Marko Syrjala se ele jamais imaginou que chegaria em 2024 na sua atual condição. Lembrando que o Anvil possui vinte álbuns lançados e tem excursionando por todo o mundo. “Lips” disse o seguinte:
“Não sei se concordo com isso porque quando Robb Reiner e eu éramos crianças, e digo crianças muito novas, com 15 ou 16 anos, meio que fizemos uma promessa de que seríamos a banda mais pesada a sair do Canadá e que não nos separaríamos e continuaríamos até ficarmos velhos. Então, estou surpreso por estar aqui? Não, esse era o plano (risos). Você sabe o que quero dizer! E é isso: o plano era continuar aqui, e estamos aqui. Então, merecemos parabéns porque houve muito inferno até chegarmos neste ponto, foram altos e baixos, e andamos para os lados e para trás muitas vezes.”
Steve foi então confrontado com a opinião de Marko Syrjala, que considera que o Anvil tem mudado um pouco a sua proposta musical nos últimos álbuns. Será que “Lips” considera isto um amadurecimento musical? Veja a resposta:
“Pode ser. Acho que nos tornamos mais Hard Rock do que costumávamos ser porque é disso que realmente gostamos. Acho que, em algum momento, a coisa do Metal simplesmente se desgastou. Com milhares e milhares de bandas fazendo a mesma coisa, não há mais singularidade. A singularidade vem de músicas que não seguem essa fórmula. Você perde sua identidade quando começa a soar igual a todo mundo.”
Questionado se ele parou para pensar que o Anvil está prestes a completar impressionantes 50 anos de carreira, Kudlow foi poético:
“Bem, o tempo está se esgotando, e isso é verdade para todos. Você só faz isso enquanto pode, é realmente tão simples quanto isso. Você já pensou sobre mortalidade? Nos últimos dois anos, perdemos dois ex-membros da banda. Isso pesa em mim? Sim, claro. Seb e Dave Allison se foram. A vida é assim. Em breve, eu também irei embora, não estarei aqui para sempre. Mas minha música estará. É disso que se trata: deixar um legado, deixar uma marca na humanidade.”
Veja a entrevista completa: