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Alice In Chains: saiba como um dos casos mais famosos de racismo afetou as gravações do clássico “Dirt”

Em 1991, ocorreu um dos casos de racismo mais famosos da história dos Estados Unidos. E mesmo que você não saiba, a repercussão deste caso afetou diretamente as gravações do álbum “Dirt”, do Alice In Chains.

   

O caso Rodney King

Em março de 1991 ocorreu o espancamento do jovem negro de 25 anos chamado Rodney King. Rodney esteve em uma festa e, após ingerir bebidas alcoólicas, dirigia com alguns amigos em alta velocidade por Los Angeles. Após ser perseguido por policiais, o jovem (em liberdade condicional) foi finalmente parado em Lake View Terrance, no Vale de San Fernando.

Fora do carro, King foi vítima de espancamento e os oficiais o agrediram com chutes, golpes de cassetete, assim como vários disparos com armas de choque elétrico. O jovem teve diversas lesões graves e, talvez, este pudesse ser apenas mais um caso lamentável de violência policial e abuso de autoridade, mas acontece que um morador local registrou toda a ação policial em vídeo e divulgou as imagens. Dessa forma, o caso tomou proporções gigantescas e gerou diversos protestos por toda a cidade.

Reprodução

O julgamento dos policiais e a ira da população

Em abril de 1992, época em que o Alice In Chains estava começando as gravações do clássico “Dirt”, aconteceu o julgamento dos policiais. Sendo assim, mesmo com todas as imagens comprovando as agressões, os agentes da polícia Theodore Briseño, Laurence Powell e Timothy Wind, foram absolvidos de todas as acusações. O veredicto causou indignação e ira na população negra que saiu para as ruas e deu início em um dos maiores motins já vistos.

Em meio a incêndios, saques, brigas e todo o tipo de caos, a cidade havia se tornado uma verdadeira bomba relógio. Somente no primeiro dia dos distúrbios, 12 pessoas morreram. Foi em meio a este cenário assustador que os músicos do Alice In Chains se encontravam. Diretamente no olho do furacão, os membros da banda precisaram sair imediatamente da cidade, tendo que interromper as gravações de “Dirt”.

   
Reprodução

O guitarrista e vocalista Jerry Cantrell relembrou todo o episódio durante um vídeo da Gibson TV. O Mundo Metal transcreveu as falas de Cantrell:

“O disco ‘Dirt’ é intenso. O material que estávamos escrevendo naquela época era bem complicado, sabe? Esse é um disco difícil. É muito bonito também e é uma boa mistura de ambos. Eu acho que essa é a equação da banda, uma mistura de coisas mais pesadas, densas e feias com um som bonito e elegante.

Então viemos para Los Angeles para gravar ‘Dirt’ e nos mudamos para o estúdio de Jordan. Isso foi bem na época que os policiais estavam sendo julgados pelo espancamento de Rodney King. Estávamos todos observando o julgamento atentamente por que tínhamos uma sensação que dependendo do caminho que as coisas tomassem, não seria nada bom para a comunidade negra ou para Rodney King.

Se esses caras escapassem seria apocalíptico, entende? Era sobre isso que estávamos todos falando e pensando. E com certeza, cara, quando o veredicto foi proferido e os policiais escaparam, em poucos minutos a cidade começou a entrar em erupção. Começamos a ver incêndios e pessoas sendo retiradas dos carros, como na TV. E este foi o primeiro dia, estava apenas começando a gravar o disco, tipo, você sabe, foi o primeiro ou segundo dia logo no início do processo de gravação. E nós pensamos, ‘cara, precisamos dar o fora daqui’.

Estávamos em uma espécie de Vale, e estávamos hospedados em Oak Woods, que ficava em Venice. Então tivemos que sair de lá com o que tínhamos, iríamos para casa pegar algumas roupas e sair um pouco da cidade, porque a cidade estava rapidamente se transformando em um lugar muito perigoso para se estar. As pessoas estavam chateadas com razão, você sabe.

Lembro-me de fazermos aquela ligação consciente e estávamos saindo com Tom Araya (do Slayer), e pensamos, ‘o que fazemos?’, acho que alguém teve a idéia, ‘vamos até Joshua Tree, no deserto, até que as coisas esfriem’. Então nós pensamos, ‘ok’. Escolhemos um lugar para nos encontrarmos e acho que alugamos alguns volvos ou algo assim. Basicamente, ir de North Hollywood até Venice e depois para Oak Woods para pegar nossas roupas, algum dinheiro e algumas outras coisas, e tentar sair da cidade… foi uma batalha, cara.

Lembro-me das ruas cheias de gente correndo, dos prédios em chamas. Paramos para abastecer e as pessoas estavam entrando nas lojas e levando as coisas. As pessoas estavam nas lojas, levavam as coisas, vidros eram quebrados, brigas começavam. Tentamos não olhar muito nos olhos de ninguém e apenas abastecer, pegar um pouco de água, pegar um pouco de comida e dar o fora.

E foi assim que esse álbum começou. E então fomos para Joshua Tree e, você sabe, tomamos ácido. Acho que Tom Araya trouxe algumas pastilhas secas de peiote. Ficamos juntos por uns quatro ou cinco dias. Mas esse foi o começo de ‘Dirt’.”

Ouça ‘Dirt’ e use o espaço destinado aos comentários para nos dizer se você sabia dessa história e o que você acha deste álbum:

   

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