Layne Staley, o saudoso vocalista do Alice In Chains, morreu em 5 de abril de 2002, após perder a luta contra o vício das drogas e sofrer uma overdose acidental em seu apartamento em Seattle, conforme revelaram os relatórios toxicológicos. Apesar disso, muitas foram as tentativas de Layne de ficar limpo.
Após o lançamento do terceiro álbum em 1995, o autointitulado, que conquistou o primeiro lugar nas paradas dos EUA, a banda não conseguiu gravar mais nenhum outro álbum com Layne.
O músico sofreu um duro golpe em 1996, quando sua noiva Demri Lara Parrott, também viciada em drogas, morreu devido a uma infecção de bactéria no coração por causa de uma seringa suja. A morte de Lara provocou um grande abalo na vida de Layne, e ele não conseguiu se recuperar depois disso.

O vocalista do Screaming Trees, Mark Lanegan, amigo de Layne, disse à Rolling Stone em uma entrevista:
“Ele nunca se recuperou da morte de Demri. Depois disso, acho que ele não quis continuar.”
Nos anos que se seguiram após a morte de Lara, Staley viveu como um recluso raramente saindo de seu apartamento. Em 1998, ele contraiu grangrena como consequência de sua nova forma de “vida”.
Como se não bastasse, ele também não conseguia mais ingerir alimentos e passou a sobreviver à base de suplementos. Na última vez em que foi visto em público, quatro anos antes de morrer, Layne assistiu ao show solo de Jerry Cantrell, seu colega de banda no Alice In Chains em Seattle no Halloween em 1998. Existe uma foto de Layne nos bastidores daquele show (sua última imagem com vida).
Tempos depois de seu falecimento (cerca de um ano) surgiu uma entrevista rara de Layne que ele concedeu a uma escritora e fã do Alice In Chains chamada Adriana Rubio, e o título da entrevista é:
“Layne Staley: Angry Chair — A Look Inside the Heart and Soul of an Incredible Musician”.
Na entrevista, Layne se fez claro sobre a proximidade sua morte, mostrando que já estava conformado com seu triste destino:
“Eu sei que estou morrendo. Não estou bem. Não tente falar sobre isso com minha irmã Liz. Ela vai saber mais cedo ou mais tarde. Esse uso de drogas é como a insulina que um diabético precisa para sobreviver. Não estou usando drogas para ficar chapado como muitas pessoas pensam. Sei que cometi um grande erro quando comecei a usar essa merda. É uma coisa muito difícil de explicar.
Meu fígado não está funcionando e estou vomitando o tempo todo e cagando nas calças. A dor é mais do que você pode suportar. É a pior dor do mundo. A doença da droga machuca o corpo inteiro.
Eu sei que estou perto da morte. Usei crack e heroína por anos. Eu nunca quis acabar com minha vida dessa forma. Eu sei que não tenho chance. É tarde demais. Eu nunca quis o sinal positivo [do público] sobre esse uso de drogas. Não tente contatar nenhum membro do AIC (Alice in Chains). Eles não são meus amigos.”
Layne revelou que seu pai era usuário de drogas e faleceu após sucumbir ao vício, mas, antes disso, essa rotina de drogas que seu pai vivia provocou o afastamento de Staley que, aos 16 anos, iniciou uma jornada para encontrar seu pai, e as descobertas que fez, o impeliram de voltar à procurá-lo.
“Eu tinha cerca de 20 anos, e a música se tornou minha única obsessão para permanecer vivo. Tive a chance de jogar fora toda essa raiva pela música para ajudar os outros. Foi terapêutico e funcionou [para] mim por um tempo até que meu pai viu minha foto impressa em uma revista.”
Seu pai se tornou uma má influência para ele e, quando eles se reaproximaram, seu pai estava limpo há seis anos, mas acabou recaindo pouco tempo depois dessa reaproximação, e eles começaram a usar drogas juntos.
“Eu estava tentando largar esse hábito da minha vida e aí vem esse homem pedindo dinheiro para comprar heroína.
Ele finalmente largou a heroína, e eu ainda estou lutando. Investi muito dinheiro em tratamentos. Sei que fiz o meu melhor ou o que pensei que seria certo. Mudei meu número. Não quero mais ver pessoas e isso não é da conta de ninguém, só minha.”
Infelizmente, Layne também sucumbiu, mas seu legado e sua memória continuam vivos através das grandes obras do Alice In Chains.