Neste quadro iremos destacar discos que são excepcionais em qualidade musical, porém, não obtiveram o reconhecimento que mereciam. Muitos deles são absolutamente desconhecidos do grande público e, é neste espaço, que tentaremos corrigir algumas injustiças históricas que aconteceram no universo do Heavy Metal.
No começo da década de 80, todas as atenções estavam voltadas para a Inglaterra e sua NWOBHM. O movimento britânico foi o maior expoente desta época e serviu para alavancar a carreira de diversas bandas iniciantes, só que do outro lado do mundo, nas terras do tio Sam, um outro movimento surgia como uma forma de resposta dos grupos norte americanos ao que acontecia na Grã Bretanha. As bandas locais eram classificadas como parte do US Metal (ou US Power Metal) e, mesmo tendo uma representatividade muito menor, o movimento revelou nomes pra lá de conceituados como os ótimos Jag Panzer, Manowar, Savatage, Riot, Liege Lord, Meliah Rage, Sanctuary, Virgin Steele e, claro, o Omen!
Talvez pela enorme exposição que as bandas inglesas recebiam, discos maravilhosos lançados em outras partes do globo não se tornaram tão populares, e só isso pode explicar o fato de “Battle Cry”, o maravilhoso debut do Omen, não ter se tornado um clássico, enquanto trabalhos muito abaixo dele em termos de qualidade terem virado obras reconhecidas.
“Battle Cry” foi um disco de estreia poderoso, contou com elementos musicais diferenciados da grande maioria das bandas da época e conseguiu soar inovador. Os vocais do saudoso J.D. Kimball (falecido em 2003) são um diferencial á parte, com timbres médios cavalares e um tipo de voz que cai como uma luva na sonoridade da banda, o cara dá um tom bastante original a musicalidade épica do Omen. A parte instrumental não deixa por menos e o lendário guitarrista Kenny Powell é o grande autor de riffs mágicos e linhas e solos altamente inspirados. A parte rítmica funciona como um trator e, tanto o baixista Jody Henry, como o baterista Steve Wittig, são mais do que competentes em seus instrumentos.
A sonoridade é aquele Heavy/Power intenso e direto ao ponto que só as bandas do US Metal faziam com perfeição. Músicas como “Last Rites”, “The Axeman”, “Battle Cry”, “Die By The Blade” e “In The Arena”, misturam a rispidez e a crueza do Heavy Metal com melodias de fácil assimilação, são daquelas que você se identifica imediatamente e fica se perguntando como é que canções desse porte não foram eternizadas para sempre como clássicos absolutos do estilo (digo isso, para a grande massa, pois para mim, é um dos melhores trabalhos do estilo). Devo mencionar que não apenas o primeiro álbum, mas os dois discos que vieram depois deste, “Warning Of Danger” e “The Curse”, incluindo aqui o EP “Nightmares”, são obras absolutamente irretocáveis e mereciam destaque muito maior também.
Se você não conhece esta baita obra de arte forjada no mais puro aço, não perca mais tempo e corrija este erro o mais rápido possível. Se curtiu o quadro e conhece algum disco que poderia ser abordado neste quadro, comente e faça seu pedido.
♫ “The smell of death lingers in the air
Bloodstained bodies scattered everywhere
In the distance thunder in the sky
See the sorrow, hear the battle cry, battle cry” ♫
Nota: 9,4
Integrantes:
- Kenny Powell (guitarra)
- Jody Henry (baixo)
- Steve Wittig (bateria)
- J.D. Kimball (vocal)
Faixas:
- Death Rider
- The Axeman
- Last Rites
- Dragon’s Breath
- Be My Wench
- Battle Cry
- Die by the Blade
- Prince of Darkness
- Bring Out the Beast
- In the Arena