Hoje terei o prazer de resenhar um álbum, “Goes To Hell”, de um dos meus nomes favoritos dentro do Hard Rock, Alice Cooper.
Oficialmente, “Goes To Hell” é o segundo álbum da “carreira solo” de Alice Cooper, pois os sete primeiros discos dele são nomeados como banda Alice Cooper e daí em diante como Alice Cooper carreira solo. Para mim, porém, trata-se nono disco da carreira da Titia Alice.“Goes To Hell” é um álbum conceitual, ao mesmo tempo que é uma continuação do antecessor “Welcome To My Nightmare”, que conta a história do personagem Steven.
Composições:
O disco foi quase todo escrito com o guitarrista Dick Wagner e o renomado produtor Bob Ezrin, que também foi o tecladista do mesmo. Suas canções têm várias sonoridades diferentes, sendo, portanto, um dos registros, musicalmente, mais ricos da carreira de Alice Cooper.
Apesar desse trabalho não ter sido um fracasso total e ter tido um relativo sucesso, inclusive com a balada “I Never Cry”, que foi hit, entendo que não o valorizaram o suficiente para a sua qualidade.
Alice Cooper estava sofrendo com o alcoolismo e a turnê teve que ser quase inteira cancelada e essa, talvez provavelmente, deve ser uma das razões pelas quais esse disco não alcançou o sucesso que mereceria alcançar.
“Go To Hell”, que é canção de abertura, foi a única que se tornou clássica e ela possui um riff matador e uma letra irreverente, a qual ironiza as “regras religiosas” da sociedade que determinam o que pode levar alguém ao inferno.
“Por atos criminosos e violência no palco / Por ser um pirralho, se recusando a agir de acordo com sua idade / Para todos os cidadãos decentes que você enfureceu / Você pode ir para o inferno”.
“You Gotta Dance” tem uma pegada Funk/Hard Rock/Disco irresistível, o baixo que Tony Levin gravou é maravilhosamente absurdo, dessa forma, é uma das minhas favoritas. “I’m The Coolest” tem uma atmosfera blues e, concomitantemente, tem a ver com o Alice Cooper banda dos primeiros registros.
“Você sabe que eu sou o mais legal que já existiu
Você notará que as coisas ficam mais quentes sempre que estou na cidade
Quer dizer, eu tenho que ser o mais legal, quem mais poderia ser
Todo mundo sabe quem é muito legal, Eu”.
Cooper é puro entretenimento. “Didn’t We Meet” volta ao clima Hard Rock da primeira faixa, mas mantendo uma magia especial que só esse álbum tem e eu não sei explicar, exatamente, qual é.
O HIT “I NEVER CRY”
Chegou a hora, enfim, do grande hit comercial do disco, “I Never Cry”. Essa música nasceu para ser sucesso. Pelo menos, ela não tinha como dar errado. Alice Cooper relata suas experiências pessoais envolvendo álcool e, aida que ela possua esse lado triste, é fantástica.
“Às vezes eu bebo mais do que preciso Até que a TV feche todos os canais, Eu posso estar só, Mas nunca estou sozinho E a noite pode passar por mim, Mas nunca vou chorar”.
Embora essa música seja sobre uma profunda depressão, ela é maravilhosa. Minha favoritíssima do álbum vem logo em seguida. “Give The Kid A Break” relata uma conversa entre alguém que vai para o inferno e o diabo. Ou seja, não tem como ouvir e não rir.
Jovem que vai para o inferno diz:
“Não pense que talvez possamos conversar sobre isso.
Você é um homem razoável.
Podemos discutir minha grave situação.
Eu sou um homem miserável E eu estou na frigideira…
Quebra essa pra mim“
O diabo responde:
“Não questione meu julgamento, pois
Só colheu o que plantou,
Lançou suas pérolas aos porcos E isso o suficiente para mim…
Eu não quero falar sobre isso, pois
Mesmo que eu seja um homem razoável filhinho,
daqui parece que você não está em posição de barganhar…
Você é um homem condenado,
Você vai pra frigideira”.
“Guilty” também remete aos primórdios do senhor Furnier, pois é Hard Rock bem animado com a assinatura Vincent Furnier.
“Wake Me Gently” é outra linda balada desse disco, porém ao contrário de “I Never Cry”, ela não foi hit, infelizmente, pois é fabulosa.
“Wish You Were Here” não tem nada a ver com a homônima do Pink Floyd, mas ela lembra um pouco da pegada da segunda faixa, “You Gotta Dance”, porém nessa os riffs são mais agressivos, assim como a interpretação de Alice Cooper também o é.
Apesar de Alice ter explorado bem a melodia de seu vocal, “I’m Always Chasing Rainbow / Going Home” tem uma pegada Prog exagerada para esse disco, Mas ela é longe de ser ruim, mesmo que esteja fora de contexto.
São duas canções diferentes, mas que “colam” perfeitamente, parecendo duas letras que utilizam a mesma música.
Por que “Goes To Hell” não se tornou um disco clássico?
“Goes To Hell” tinha tudo para ser tão importante na discografia do Alice Cooper como são: “Killers”, “Billion Dollar Babies”, “School’s Out”, “Welcome To My Nightmare” e “Hey Stoopid”, porém, fatores fora da música fizeram com que isso, infelizmente, não ocorresse.
Quem, por acaso, ainda não conhece “Goes To Hell” do Alice Cooper, ainda que peça perdão, urgentemente, de tal heresia, o deve colocar logo em sua playlist.
Nota: 8,8
Integrantes:
- Alice Cooper – (vocal)
- Dick Wagner (guitarra e vocal)
- Steve Hunter (guitarra)
- Bob Ezrin (teclado)
- Tony Levin (baixo)
- Allan Schwartzberg (bateria)
Faixas:
- 1.Go To Hell
- 2.You Gotta Dance
- 3.I’m The Coolest
- 4.Didn’t We Meet
- 5.I Never Cry
- 6.Give The Kid A Break
- 7.Guilty
- 8.Wake Me Gently
- 9.Wish You Were Here
- 10. I’m Always Chasing Rainbowns / 11.Going Home
Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz
Eu amo esse play, como vc disse, tem uma magia inexplicável. Saudosos anos 70…