O guitarrista do Accept, Wolf Hoffmann, discutiu sobre as plataformas de mídias sociais e a nova era da música com todos os avanços tecnológicos que surgiram ao longos últimos anos. De acordo com Wolf Hoffmann, hoje, para se manter relevante na indústria musical, é necessário estar atualizado e conectado com essas mudanças. O guitarrista contou como lida com tudo isso durante uma nova entrevista com Carlos Guimarães, dos Caminhos Metálicos de Portugal:
“Sim, é difícil. Mas é a mesma coisa na vida cotidiana também, não é? Quer dizer, costumávamos receber correspondências e cartões-postais regulares e coisas assim, e agora está tudo nessa coisa [mostra seu smartphone] e é tudo digital e você tem que se inscrever em um aplicativo e obter um código de verificação e toda essa merda o dia todo. Então não é apenas no mundo da música; está em todo lugar. E eu acho que vivemos em tempos que são – é quase como uma revolução. É quase como a revolução técnica que aconteceu cem anos atrás, e agora na espécie de transformação digital onde tudo se torna digital.
Outro dia, eu queria ir a um show e fui colocado na lista de convidados. E eu tive que receber um e-mail — havia um link — e tive que baixar um aplicativo, me cadastrar e obter um código, e eu estava exausto depois de 20 minutos. Era uma coisa muito simples, mas nada é tão simples quanto costumava ser… Mas certas coisas ficam mais fáceis; outras, mais difíceis. Lembro-me dos bons velhos tempos, quando tínhamos que usar mapas de estradas e ruas da cidade e tentar nos orientar…”
Segundo Wolf, não temos escolha, é se adaptar ou ficar de fora; e ficar de fora não é a melhor alternativa se uma banda ou artista quer se manter relevante, é aquilo que popularmente chamamos de “mal necessário”:
Acho que estamos bem no meio de tudo isso. E, claro, como músico, você tem que se adaptar constantemente a todas as mídias sociais, ao TikTok e a isso e aquilo, e às vezes é um pouco demais para mim, mas não tenho escolha. Quer dizer, ninguém tem escolha, na verdade. É tipo, continuar, pelo menos até certo ponto, ou cair fora. E eu não acho que podemos nos dar ao luxo de cair fora. Porque alguns músicos dizem: ‘Ah, é tudo besteira. Não quero lidar com isso’. Mas cada vez mais pessoas percebem que não dá para fazer isso. Se você quer se manter relevante, se quer continuar no ramo, precisa se manter atualizado com o que está acontecendo.”
Atualmente, o Accept está trabalhando em seu próximo álbum, sucessor de “Humanoid” (2024), que marcará o aniversário de 50 anos da banda, e que não contará com o produtor Andy Sneap, conforme Wolf revelou em uma entrevista recente com Mark Strigl:
“Ele não estará neste, porque pediu um ano de folga. Eu pedi, implorei para ele produzir o álbum, mas aí encontramos um bom amigo dele. O nome dele é Zeuss [Chris Harris]. Ele está produzindo.
Andy meio que faz parte da família agora, mas ele tem feito muitas turnês com Judas Priest [como guitarrista da banda], e tem trabalhado muito no estúdio no ano passado. Acho que ele fez o Saxon, fez o Priest, também fez o Dream Theater — ele fez um monte de coisas. Então, quando eu disse: ‘Ei, podemos trabalhar este ano de novo?’, ele disse: ‘Cara, posso tirar um ano de folga?’, o que é compreensível.”
Sobre os planos do Accept para a turnê de 50 anos, ele disse:
“Estamos planejando outra turnê no outono, sobre a qual não posso falar ainda, mas haverá mais shows nos EUA no final do ano. Eles ainda não foram anunciados, então não posso dizer muito… E fora isso, estamos indo para a Europa. Na verdade, tentamos nos manter discretos este ano porque estaremos muito, muito ocupados no ano que vem, quando tivermos a turnê de aniversário de 50 anos chegando e um álbum em produção para isso. E então há muita coisa acontecendo no ano que vem, e nós meio que queríamos nos manter discretos este ano, mas não podemos. Todos esses shows aconteceram, então ainda estamos bem ocupados.”
