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8 de dezembro: o dia que o Rock/Metal choram (homenagem a John Lennon e Dimebag Darrell)

O dia que deveria não existir

Foi em 8 de dezembro de 1980 que Mark Chapman assassinou John Lennon com cinco tiros à queima roupa na porta do edifício Dakota, em Nova York, nos EUA. Este foi o fim de qualquer chance de ver os Beatles reunidos novamente. Caso Paul McCartney soubesse o que aconteceria neste dia, jamais teria pronunciado a célebre frase “o sonho acabou” em 10 de abril de 1970. Na época, Paul estava se referindo ao término da banda, mas o verdadeiro dia em que o sonho acabou, certamente, foi em 8 de dezembro de 1980. Foi este o dia em que sepultaram a maior banda de Rock de todos para sempre.

JONH LENNON / Reprodução

Infelizmente, 24 anos depois, na mesma data, vimos a história se repetir. Foi em 8 de dezembro de 2004 que Nathan Gale assassinou o guitarrista Dimebag Darrell com os mesmos cinco tiros à queima roupa enquanto o músico se apresentava com sua banda, o Damage Plan.

DIME DARREL / Reprodução

A triste notícia

Me lembro, como se fosse hoje da infeliz nota feita pelo jornal da noite, na TV Globo, noticiando o assassinato e os posteriores comentários medíocres de Willian Waack e Arnaldo Jabor. O primeiro dizendo que o Metal prega a violência e, neste caso, tínhamos a violência abatendo quem a pregava. Já Jabor, diz que o Heavy Metal glorifica o barulho e o ódio, entre outras barbaridades. Obviamente, massacraram a TV Globo e Jabor acabou indo a público se justificar. Foi um pedido de desculpas não aceito pela comunidade do Heavy Metal até os dias de hoje.

Deste dia fatídico, tanto o 8 de dezembro de 1980, quanto o 8 de dezembro de 2004, trazemos à tona uma reflexão importante: até onde deve ir a idolatria de um fã? Até onde esta idolatria é saudável? Em ambos os casos, Mark Chapman e Nathan Gale, eram fãs de suas vítimas e, posteriormente, cometeram estes brutais assassinatos. Porém, no caso de Chapman, foi preso e condenado a prisão perpétua. Sua liberdade condicional foi negada por 11 vezes, pois dependia da assinatura da viúva de Lennon, Yoko Ono, a mesma declarou que enquanto ela estiver viva, Chapman permanecerá preso. Já Nathan Gale, disparou 5 vezes contra Dimebag, o assassinando imediatamente, mas ainda ceifou a vida de um segurança e disparou mais 3 vezes contra a platéia, matando mais duas pessoas e ferindo uma terceira. Um policial matou o criminoso no local.

Vítimas do próprio sucesso

John Lennon (The Beatles) e Dimebag Darrell (Pantera e Damage Plan) foram vítimas de seu sucesso como músicos. Ambos eram extremamente talentosos e bons no que faziam, ambos conquistaram uma legião de fãs e, ambos foram mortos por que fãs desequilibrados e problemáticos não souberam lidar com seus problemas mentais. Tanto Lennon quanto Darrell possuíam um futuro promissor pela frente e interromperam esta trajetória abruptamente.

THE BEATLES / Divulgação

Seus assassinatos renderam ainda diversas consequências. Alguém pode mensurar o quão poderia ser marcante e histórico um retorno dos Beatles? Se Paul McCartney sozinho arrastou e arrasta multidões a seus shows até os dias de hoje e causa comoção por onde quer que passe, pensem no que seria um espetáculo que pudesse contar com os 4 integrantes no mesmo palco.

No caso de Dimebag, o Pantera foi uma das maiores bandas de Metal dos anos 90 e um retorno alguns anos depois seria algo grandioso. Além disso, a fatalidade que ocorrera ainda rendeu uma rusga entre o baterista Vinnie Paul, irmão de Dimebag, e Phil Anselmo, vocalista da banda, que eles jamais desfizeram. Até o último dia de vida de Vinnie, ele nunca perdoou Phil pela dissolução da banda e chegou a acusá-lo de ser um dos responsáveis pelo assassinato, afinal, o assassino matou Dime por que o culpava pelo fim do Pantera. Phil Anselmo deu diversas entrevistas onde tentou se reaproximar de Vinnie e pediu desculpas dezenas de vezes, mas Vinnie Paul nunca o perdoou.

PANTERA / Divulgação

Em meio a tantos assuntos e acontecimentos memoráveis que o Rock e o Metal nos oferecem, o nosso tema de hoje foi triste e pesaroso. Infelizmente, não dá pra passar uma borracha na história e apagar certos episódios, portanto, o que podemos fazer é ter a consciência de que a obra desses dois geniais músicos ainda vive e devemos sempre reverenciá-las. Precisamos também ficar atentos aos excessos de alguns fãs extremamente passionais e desencorajar o acirramento de ânimos, nunca sabemos quem é apenas um apaixonado pela música e quem tem problemas mentais graves e não consegue lidar com as coisas de forma adequada.

RIP John Lennon

RIP Dimebag Darrell

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