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15 álbuns para entender o Heavy Metal

Todo o headbanger que se preze um dia já escutou a famosa pergunta vinda de alguém totalmente de fora do Metal:

   

“Por que você gosta desse tipo de música?”

Para quem não conhece, não entende e nunca procurou se aprofundar em sonoridades mais pesadas, pode ser realmente difícil contextualizar a paixão que sentimos por este genêro musical.

Obviamente, muitos já se depararam com outra situação um tanto comum. Um amigo ou conhecido que resolveu se enveredar pelo universo vasto do Rock/Heavy Metal, chega em você e manda a famosa frase:

“Hei cara, me indica uns discos aí pra eu ouvir, aqueles que você mais gosta”.

Pode até parecer algo simples, mas quando paramos pra pensar que os álbuns que vamos indicar podem definir coisas importantes como construção do gosto musical ou a continuidade daquele indivíduo dentro do estilo, percebemos que esta é uma hora em que não podemos errar. Qualquer escolha equivocada pode fazer a pessoa entender que “esse tal de Metal” não é pra ela. Será que esta é a hora apropriada de apresentarmos aquele discaço do Malevolent Creation ou aquele som maravilhoso do Darkthrone? Será que devemos neste momento colocar pra rolar o “Tapping The Vein” do Sodom para maltratar um pobre pescoço virgem e livre de torcicolo?

Definitivamente não!

Este é o momento de desfilar os discos mágicos capazes de moldar caráter. Aquelas obras tão perfeitas que foram concebidas para influenciar gerações e garantir que o Heavy Metal se perpetue. A explicação deve começar sintetizando que por se tratar de um gênero musical tão abrangente, existem uma infinidade de trabalhos com sonoridades distintas e que você irá listar bandas que tem propostas absolutamente divergentes. A escolha por qual caminho trilhar será do ouvinte, mas para entender a essência do Heavy Metal, estes 15 registros são quase obrigatórios!

   

Nota: o ranking não está em ordem de importância, mas apenas de acordo com o gosto pessoal do autor.

Vamos a eles:

15 – Black Sabbath – “Paranoid” (1970)

Começar com Black Sabbath pode ser um tanto óbvio, porém, se o intuito é de fato entender, devemos partir pelo princípio. Sem Tony Iommi, o Metal jamais chegaria onde chegou. “Paranoid” pode ser um disco extremamente manjado, mas acredite, músicas como “War Pigs”, “Iron Man”, “Fairies Wear Boots” e a canção título são capazes de causar um tremendo impacto em ouvidos destreinados.

14 – Saxon – “Denim And Leather” (1981)

O Saxon é uma banda que pode até não encantar tanto nas primeiras audições, mas quem está neste barco há algum tempo sabe muito bem que em algum momento os ingleses se farão notados. “Denim And Leather” é um trabalho cru, direto e possui alguns hinos máximos da saudosa NWOBHM. Não dá para subestimar um álbum que começa com “Princess Of The Night” e termina com “Denim And Leather”.

13 – Savatage – “Hall Of The Mountain King” (1987)

Apesar de nunca ter sido uma unanimidade e jamais ter figurado no alto escalão do Metal mundial, o Savatage possui obras riquíssimas em sua discografia. O guitarrista Criss Oliva era um gênio na arte de criar ótimos riffs e “Hall Of The Mountain King” transita por diferentes áreas do Heavy Metal. Aqui você encontra agressividade, melodia, cadência e rapidez, tudo na dose certa.

12 – Manowar – “Hail To England” (1984)

Ao longo do tempo, o Manowar se transformou em uma banda do tipo “ame ou odeie”, mas precisamos ser justos e reconhecer que, principalmente, no início da carreira, poucos foram tão originais e competentes na tarefa de fazer com que sua proposta musical fosse tão bem assimilada pelos ouvintes. Eric Adams convence com seu alcance vocal invejável e os norte americanos esbanjam vitalidade em faixas poderosas como “Blood Of My Enemies”, “Kill With Power” e “Army Of The Immortals”. Depois de se aprofundar um pouco na história e folclore que os integrantes criaram em torno de si próprios pode até rolar algum tipo de decepção ou desapontamento, mas apenas colocando o registro para rolar despretenciosamente, o impacto será certamente profundo.

   

11 – Riot – “Thundersteel” (1988)

Eis aqui uma obra tão perfeita quanto injustiçada. Deixado de lato por grande parte dos headbangers, “Thundersteel” é o típico disco que você ouve do início ao fim e não consegue encontrar um segundo sequer que o desabone. As composições são instigantes, cheias de energia e executadas com precisão cirúrgica por uma banda que, em 1988, parecia ter encontrado o caminho das pedras. “Bloodstreets”, “Flight Of The Warrior”, “Fight Or Fall” e a canção título são alguns dos destaques, mas o trabalho necessita ser apreciado em sua totalidade.

10 – Mercyful Fate – “Melissa” (1983)

Esta é outra daquelas bandas que podem ser enquadradas dentro do termo “ame ou odeie”. Os falsetes e notas extremamente agudas utilizadas por King Diamond podem não agradar todos os ouvidos, mas mesmo assim, “Melissa” se tornou tão lendário e relevante para o Metal oitentista que jamais poderia deixar de ser lembrado. É neste disco que o mundo conheceu faixas do calibre de “Evil”, “Curse Of The Pharaohs”, “Satan’s Fall”, “Black Funeral” e a power ballad “Melissa”. Também foi aqui que a talentosa dupla de guitarristas formada por Michael Denner e Hank Shermann roubou a cena pela primeira vez.

09 – Ozzy Osbourne – “Blizzard Of Ozz” (1980)

O primeiro disco da carreira solo de Ozzy Osbourne foi o responsável por elevar o jovem guitarrista Randy Rhoads ao posto de guitar hero e também foi o responsável por ressuscitar o madman depois de ter sido demitido do Black Sabbath. Além dos mega hinos “Mr Crowley” e “Crazy Train”, “Blizzard Of Ozz” ainda conta com as excepcionais “Suicide Solution”, “Goodbye To Romance” e “Revelation (Mother Earth)”. Goste ou não de Ozzy, a importância deste debut é inegociável.

08 – Accept – “Restless And Wild” (1982)

Em 1982, nada foi mais Heavy Metal do que “Restless And Wild”. Depois de bater na trave com o disco anterior, os alemães finalmente chamaram a atenção do mundo com seu quarto full lenght. Além de trazer composições altamente impactantes como “Princess Of The Dawn”, “Neaon Nights” e a faixa título, “Fast As A Shark” influenciou na criação de outros subgêneros do Heavy Metal e até hoje é capaz de impactar jovens headbangers. A voz rasgada de UDO Dirkschneider associada as linhas clássicas de guitarra de Wolf Hoffmann fazem da audição uma experiência transcendente.

07 – Rainbow – “Rising” (1976)

Se o Black Sabbath deu o pontapé inicial, algumas outras bandas apareceram depois para lapidar o diamante bruto do Heavy Metal. É claro que o Rainbow foi uma delas e “Rising” é uma daquelas obras que mesmo não sendo 100% Metal, serviu para influenciar, inspirar, orientar e, principalmente, mostrar um novo horizonte para inúmeros grupos que surgiriam em seguida. Bem, podemos afirmar também que este foi o disco que apresentou a inigualável voz de Ronnie James Dio para grande parte do público headbanger. Não podemos deixar de mencionar a performance irretocável do talentoso e egocêntrico guitarrista Ritchie Blackmore (Deep Purple).

   

06 – Judas Priest – “British Steel” (1980)

Entender o Heavy Metal sem mencionar Judas Priest não é entender o Heavy Metal. Os britânicos, assim como o Rainbow, foram responsáveis diretos por moldar e adicionar novos elementos ao estilo. Podemos afirmar que todas as grandes transformações e evoluções do gênero tem a marca registrada do Judas Priest. Halford e cia. não apenas criaram pilares musicais, mas também de vestimenta e atitude. “British Steel” é quase uma coletânea de hits, músicas como “Grinder”, “Metal Gods”, “Rapid Fire”, “Breaking The Law”, “United” e “Living After Midnight” representam a consolidação da instituição Judas Priest no mainstream.

Álbum acima do bem e do mal.

05 – Dio – “Holy Diver” (1983)

Após conquistar o universo roqueiro com passagens bem sucedidas por Rainbow e Black Sabbath, o vocalista Ronnie James Dio resolveu se enveredar em uma carreira solo de muito prestígio. E disco de estreia não poderia ser melhor. “Holy Diver” está no seleto hall de obras perfeitas e incontestáveis da música pesada. “Rainbow In The Dark”, “Don’t Talk To Strangers”, “Stand Up And Shout” e a canção título são apenas alguns destaques dentro de um tracklist sem deslizes e repleto de músicas fabulosas.

04 – Iron Maiden – “Powerslave” (1984)

“Ora ora ora, como deixar o Iron Maiden de fora do pódio?”

Imagino que este deve ser o seu questionamento neste momento. Mas calma, “Powerslave” poderia ser facilmente um dos três primeiros. Na verdade, poderia até ser o campeão. Por uma questão de respeito e justiça histórica, reservei as medalhas de bronze, prata e ouro para a “santíssima trindade” do Heavy Metal mundial e eu sei que você não vai se importar com isso.

O quarto registro de estúdio da Donzela de Ferro é um verdadeiro marco histórico. Pesado, criativo, repleto de riffs estonteantes e com um tracklist de tirar o fôlego, “Powerslave” apresentou o Iron Maiden em seu auge técnico. Músicas como “Aces High”, “2 Minutes To Midnight”, “Rime Of The Ancient Mariner” e a faixa título se tornaram a trilha sonora da vida de muitos headbangers no decorrer das décadas e, até hoje, é considerado por boa parte dos fãs o masterpiece da banda.

03 – Motorhead – “Ace Of Spades” (1980)

Cru, ácido, veloz, desenfreado, inconsequente, desafiador e, obviamente, clássico. Este é “Ace Of Spades”, para muitos, o álbum definitivo de uma das bandas definitivas do Heavy Metal. O Motorhead, apesar de nunca ter conquistado um décimo do sucesso do Black Sabbath, foi igualmente alçado ao posto de lenda. Não pela mídia mainstream, mas por aqueles que realmente entendem o que é Heavy Metal, os fãs. Lemmy se tornou uma espécie de figura messiânica e viveu sua vida ao melhor estilo “sexo, drogas e Rock and Roll”. Sem o Motorhead, podemos cravar que subgêneros como Speed e Thrash Metal jamais existiriam. Sem o Motorhead, o Rock e o Metal teriam sido muito mais chatos e entediantes.

   

02 – Black Sabbath – “Heaven And Hell” (1980)

Com toda certeza, “Heaven And Hell” não foi o disco mais celebrado pelos fãs, tampouco o que vendeu mais cópias ou o que fez mais sucesso. Mesmo assim, é o disco que sintetiza o gênero desde a sua criação até a época do seu maior desenvolvimento (os anos 80). Tendo Dio à frente dos vocais, a banda se tornou ainda mais diferenciada e explorou horizontes antes impensados. Tony Iommi demonstrou ser um guitarrista capaz de se adaptar a novas circunstâncias sem perder a sua marca registrada.


A canção título somada a pérolas do porte de “Neon Knights”, “Children Of The Sea” e “Die Young” construíram o caminho que seria trilhado por inúmeras bandas nos anos seguintes. Assim como aconteceu na década de 70, o Black Sabbath iniciou os anos 80 mostrando qual a direção que deveria ser seguida.

01 – Judas Priest – “Painkiller” (1990)

Depois de participar da criação, desenvolvimento, amadurecimento e estabelecimento do Heavy Metal, o Judas Priest foi capaz de sintetizar todos os principais elementos do estilo em um único álbum. “Painkiller” se tornou uma espécie de livro sagrado para consultas onde pode-se encontrar tudo, o passado, o presente e o futuro do gênero. Além de ser uma verdadeira aula de música pesada, o disco se tornou a ferramenta perfeita para que uma pessoa entenda de uma vez por todas o que é o Heavy Metal em seu estado mais bruto.

Redigido por: Fabio Reis

   

Comentários

  1. Parabéns pela matéria. Realmente acertou na lista. Concordo com o Thundersteel do Riot, um dos melhores discos de metal de todos os tempos, e, pouco lembrado.

  2. Motorhead em terceiro e o Powerslave do Iron em quarto? Qual é, hein. Tá por fora.
    Na minha opinião Motorhead não fica nem na lista dos 10. E tem Ozzy que ficou de fora. Muito melhor que Motorhead.

  3. Muita coisa boa acima!!!! Lembro de um amigo meu me perguntar por telefone que cd do Metallica comprar para quem tá começando…disse: Black album, o CD da capa preta!!!! Já tentei induzir ou ensinar tal pessoa a gostar do Heavy Metal ou até mesmo do Rock POP, muitos vão para o Rock POp, alternativo ou coisa do tipo!!!! Heavy Metal de cara poucos vão gostar do som e estilo, tudo leva tempo e sentimento…essa é a verdade!!!! O metal nasceu para ser sentido e não ensinado…dos poucos ¨ensinados¨ acabam gostando do Heavy Metal, valeu!!!!

  4. Só não tenho 2 discos dos mencionados: Savatage e Mercyful Fate, de resto tenho os outros todos e há largos anos.
    Curiosamente comecei aos 12 anos com a descoberta, graças à minha irmã, que depois abominou o género, com Alice Cooper, Status Quo e Slade!
    Só por volta dos meus 17/18 anos é que me virei para o heavy metal propriamente dito.

    P.S. a minha mulher que não suporta este género de música, é contudo “doida” pelas baladas! Então o The Ballad do Dream Evil ela não se cansa de ouvir a toda a hora.

    Saudações de Portugal.

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