Poderia começar apresentando um discurso longo e repleto de explicações técnicas que não envolvem o Death Metal, mas isso já foi feito por aqui. E como diria aquele velho ditado…
“OS MELHORES DISCOS DO METAL DA MORTE DE 2024 ESTÃO SENDO ESCONDIDOS DE VOCÊ”
Mas não vou contar o motivo, leia o artigo abaixo e tire sua conclusões:
Aqui o espaço será dedicado para falarmos da “morte” mundo afora…
Bem vindos ao nefasto cenário do Death Metal em 2024
É notório que o Death Metal e suas distintas ramificações têm crescido e se espalhado pelo planeta de forma epidêmica e, dessa forma, 2024 tem sido absurdamente produtivo para a morte. Você poderá notar isso visto que todos os registros contidos nesta matéria representam apenas as nossas garimpagens de maior destaque deste ano.
Saiba que aqui tem para todos os gostos, pois se tratando de um gênero rico em derivações e seguimentos que surgiram e evoluíram à partir de sua base embrionária, o banquete é farto e grotesco.
(As indicações estão em ordem esquizofrênica, para facilitar)
House By The Cemetary – “The Mortuary Hauntings” (2024)
O incansável e implacável Rogga Johansson (Paganizer, Massacre, Revolting, assim como Leper Colony) nos presenteia com uma sequência devastadora de um de seus inúmeros projetos focados no mais puro suco do Death Metal sueco. O House By The Cemetary é basicamente uma extensão da sonoridade já conhecida no Paganizer, com uma veia muito mais old school. Nesse sentido, trazendo um prato cheio para os amantes mais ferrenhos do gênero. Certamente, um dos melhores lançamentos do ano.
Severe Torture – “Torn From The Jaws of Death” (2024)
Podemos dizer que os Holandeses do Severe Torture já são verdadeiros veteranos da cena do Metal extremo europeu. Fundado no ano de 1997, o grupo já possui um arsenal que conta atualmente com 6 registros do mais alto calibre dentro da nova safra do Death Metal, um verdadeiro espetáculo de misantropia e profanação.
Totalmente indicado para os apreciadores de Cannibal Corpse, Immolation e Pestilence.
Nekrodawn – “Sculpted by Torture” (2024)
Temos aqui mais um exemplar do mais distinto Death sueco diretamente do livro de receitas do Entombed.
Os suecos do Nekrodawn lançaram seu registro de estreia com honras, mostrando um potencial de destaque dentro do cenário. E vale ressaltar que o lineup da banda conta com verdadeiros experts e veteranos do gênero, sendo assim, podemos concluir que sabem muito bem como conduzir os trabalhos.
Paganizer –“Flesh Requiem” (2024)
Olha o homem ai novamente. Rogga Johansson já é figura carimbada entre os lançamentos de Death Metal ao longos dos últimos anos, e o cara dispensa comentários.
É evidente que o Paganizer é seu projeto central e também o de maior destaque, visto a consistência de lançamentos ao longo dos anos. Da mesma forma, fica claro o selo de qualidade que eles carregam. Em “Flesh Requiem” temos a inconfundível sonoridade característica do grupo, sem espaço para firulas, porém, sempre mais brutal e mais visceral do que realmente esperamos.
Indicado para os fãs de Grave, Entombed, Vomitory e, é claro, Paganizer.
Malignancy – “…Discontinued” (2024)
O Malignancy é uma daquelas bandas obscuras assim como propositalmente escondidas da maioria. Composta por músicos veteranos e experientes, que infelizmente só damos conta da existência justamente por conta de algum de seus membros ilustres.
Neste caso, foi justamente pelo exímio e espetacular baterista Mike Heller (Raven, Fear Factory, Healms Deep) que possui em seu currículo uma dezenas de projetos dentro do Metal extremo. O Malignancy é um deles e, certamente, foi uma grata surpresa dentre os lançamentos deste ano.
Indicado para os apreciadores de Suffocation, Cryptopsy, Mortician assim como Dying Fetus.
Baron – “Beneath The Blazing Abyss” (2024)
Diretamente de Helsinki, Finlândia, o Baron iniciou sua jornada no ano de 2015, com uma promessa de trazer o Death da velha escola com uma roupagem mais atual e, dessa forma, sem perder uma gota de sangue pelo caminho. Podemos dizer que a promessa foi cumprida.
Um exemplar indicado para os apreciadores do Sepultura (fase Bestial Devastation/Morbid visions), Incantation, Deicide assim como Devourment.
Gatecreeper – “Dark Superstition” (2024)
Os americanos do Gatecreeper iniciaram sua jornada em 2013, em Phoenix, Arizona, trazendo em sua sonoridade em Death Metal cascudo e ignorante, porém com um lado mais melódico em sua personalidade.
E neste terceiro álbum de estúdio, a banda fecha uma trinca de respeito e mantém a evolução vista nos trabalhos anteriores.
Totalmente indicado para os apreciadores de Entombed, Bolt Thrower e Frozen Soul.
Engulfed – “Unearthly Litanies of Despair” (2024)
Talvez o exemplar mais brutal e insano desta delação, em síntese, um dos discos mais extremos do Metal da morte em 2024.
Fornada no ano de 2010, na Turquia, o Engulfed traz um amálgama amaldiçoada entre Death e Doom, também flertando com o Black Metal em muitos momentos. A audição, dessa forma, torna-se altamente dificultosa para ouvidos despreparados e indicamos este registro especialmente aos apreciadores de Mortician, Incantation, Grave Miasma e Nile.
Witchvomit – “Funeral Sanctum” (2024)
O terceiro álbum de estúdio dos americanos traz um Death Metal old school até o talo, prato já conhecido da casa, acompanhado de riffs escabrosos e um dos guturais mais profundos da atualidade.
Indicado para os apreciadores de Immolation, Grave e Unleashed.
Necrot – “Lifeless Birth” (2024)
Banda californiana formada em 2011 e que nos brinda com seu terceiro full lenght em 2024. Totalmente inspirados no mais puro suco da desgraça, morte e violência, os norte americanos ainda trazem letras que abordam o universa criado pelo mestre HP Lovecraft.
Totalmente indicado para os fãs de Incantation, Morbid Angel, Massacre, assim como Obituary
Infamous Glory – “Algor Mortis” (2024)
Diretamente de São Paulo, terra da garoa, o Infanous Glory foi formado no ano de 1999, lançando seu primeiro álbum apenas no ano de 2013.
Em seu terceiro disco completo, o grupo traz novamente as raízes da escola sueca do Death Metal para terras tupiniquins. O resultado é o mais gélido Metal da morte já feito em território tropical.
Totalmente indicado para os apreciadores de Entombed, Dismember e Podridão.
Hour of Penance – “Devotion” (2024)
Praticamente uma banda veterana, os italianos do Hour Of Penance começaram sua jornada no ano de 1999 e já trazem na bagagem nove exemplares do mais puro Brutal Death Metal. Em outras palavras, “pleno di violenza e aggressivitá”.
Indicado exclusivamente para apreciadores de Nile, Hate Eternal e Suffocation.
Suffer – “Grand Canvas of the Aesthete” (2024)
Trio americano formado no ano de 1989, e, inacreditavelmente, só veio lançar seu primeiro registro de inéditas em 2015. O Suffer traz um Death Metal maligno, ríspido, técnico assim como insano, tudo na medida certa.
Totalmente indicado para os apreciadores de Carcass (Fase inicial e atual) e Immolation.
Incult – “The Burnt Offering” (2024)
Excelentíssimo debut desta banda vinda diretamente da Bélgica. Destaque pra devastadora mixagem de som que nos apresentam os timbres mais tenebrosos já escutados pelo homem.
Um show de blasfêmia e profanação moral que a princípio é como deve ser mesmo.
Sickening – “The Death King” (2024)
Diretamente da Itália, temos o quarto disco do Sickening, trazendo uma simbiose perfeita entre brutalidade e técnica. A sonoridade beira ao desconforto psicológico.
Indicado para os apreciadores de Suffocation, Disgorge e Immolation.
Coffins – “Sinister Oath” (2024)
Dos confins do território nipônico, eis que surge um dos mais pútridos e cavernosos exemplares da maldade morfética e mórbida presente no coração rancoroso da terra do sol nascente.
Totalmente indicado para os apreciadores de Autopsy, Bolt Thrower e Memoriam
Aposento – “No Safe Haven” (2024)
Diretamente da Espanha, o Aposento traz em sua sonoridade, basicamente, o que o ouvinte irá escutar no saguão do nono circulo do inferno: blasfêmias, satanismo, anti-cristianismo e morte.
Ativa oficialmente desde 1990, a banda veio lançar seu primeiro álbum completo apenas em 2014. Dessa forma, e para comemorar dez anos de dor e rancor, nos apresentaram nada menos que um dos melhores lançamentos de Death Metal do ano.
Indicado para os apreciadores de Cannibal Corpse, Sinister e Vomitory.
Extorted -“Cognitive Dissonance” (2024)
E trazemos mais um debutante de respeito, o Extorted. Fundado em 2017, na Nova Zelândia, somente neste ano de 2024 nos apresentaram seu primeiro álbum completo.
Inegavelmente, a banda bebe muito da fonte do saudoso Chuck Schuldiner, do Death, não apenas pelos vocais semelhantes, mas também pelas composições e temas abordados no álbum. O detalhe é que conseguem adicionar um tempero próprio em sua abordagem sonora, desse modo, criando uma audição muito interessante para os ouvintes mais atentos.
Coffin Curse – “The Continuous Nothing” (2024)
Não poderíamos deixar nossos vizinhos chilenos de fora deste banquete de sangue, não é mesmo?
O Coffin Curse foi fundado em 2012 na cidade de Santiago, no Chile, e entre uma série de demos e EP’s, a banda deu inicio a sua campanha de morticínio sonoro em 2020, lançando seu primeiro álbum completo.
Quatros anos depois, retornam com seu segundo álbum, repleto de dor, escuridão assim como de pura devastação sonora do mais alto quilate.
Totalmente indicado para os apreciadores de Autopsy, Immolation e Coffin Rot.
Mercyless -“Those Who Reign Below” (2024)
Os veteranos franceses do Mercyless ressurgem com mais um exemplar de desgraça e sacrilégio em seu impressionante sétimo álbum de estúdio.
Desde o retorno em 2013, a banda vem trazendo um série de registros brutais com o passar dos anos. E neste último álbum, se fecha uma verdadeira trinca de profanação.
Totalmente um indicado para o apreciadores e aficionados por Loudblast, Cancer, Pestilence, assim como Massacra.
Spider Kickers -“Necrosupper” (2024)
Aqui temos mais um nome veterano para a lista, e ele vem diretamente da Grécia. Na ativa desde 1988, o Spider Kickers iniciou sua caminhada ao lado da morte no ano de 1997, nesse sentido, lançaram até o momento sete exemplares do mais puro Death/Thrash old-school.
Mesmo contando com uma produção e mixagem impecáveis, o grupo consegue se manter firme dentro de sua proposta sonora galgada na violência e selvageria. Dessa forma, apresentando uma amálgama brutal entre peso e técnica, remetendo a nomes como Deicide, Slayer, Pestilence.
Burial Remains – “Adversarial” (2024)
Mais um exemplar da nova safra, os holandeses do Burial Remains estão a todo vapor desde 2017. O primeiro disco apareceu em 2019 e, neste ano de 2024, a banda certamente fechou uma trinca de respeito com “Adversarial”.
O trabalho bebe diretamente da fonte sueca, e faz isso sem moderação alguma.
Totalmente indicado, para os fãs de Entombed, Dismember, Entrails, assim como Bloodbath
Undeath – “More Insane” (2024)
Mais uma trinca brutal e insana fechada com sucesso. Os nova-iorquinos do Undeath estão na ativa desde 2018 e, em resumo, se mostram promissores em sua caminhada pelo vale da sombra da morte.
No novo trabalho, trazem talvez o ápice da musicalidade proposta desde o início, na qual fica evidente a influência direta do Cannibal Corpse, Undergang, Frozen Soul e Carcass. Mas não se engane, eles ainda ampliam o repertório e não soam genéricos.
Humanity – “Out Of Structure” (2024)
Mais um debutante para a lista, desta vez, direto dos arredores de Talllin, na Estônia. O Humanity é uma banda jovem e sedenta que promove mais uma campanha de revival ao Death Metal old school do inicio dos anos 90. Isso pode inclusive ser visto na arte da capa.
Já em seu álbum de estreia, os caras demonstram ter as melhores influencias possíveis, buscando inspiração em nomes como Deicide (Fase inicial), Grave, Cannibal Coprse e Fleshcrawl.
Temple of Dread – “God of The Godless” (2024)
Mais um exemplar da escola alemã… Ou melhor, da escola americana, pois a sonoridade dos germânicos bebe sem moderação na fonte dos grandes medalhões da Flórida.
Na ativa desde 2017, o Temple Of Dread traz em seu quinto álbum de estúdio, o suprassumo da agressividade suja e ríspida. E ainda adicionam algum elementos distintos em uma receita já antiga, criando uma sonora inteligente e bruta.
Altamente indicado para os apreciadores de Obituary, Death, Morgoth e Gorguts.
Perversity – “Spiritual Negation” (2024)
Diretamente da Eslováquia, seis anos após o lançamento do excelente “Idolatry”, de 2017, o Perversity retorna com seu quinto translado de incursão profana, cravando mais um nome de peso dentro do Brutal Death Metal europeu.
A mistura entre o estilo mais old-school cru e a selvageria brutal moderna, é indicada para os fãs de Decide, Suffocation, Morbid Angel e Nile.
Cráneo – “Del Placer A La Tumba” (2024)
Uma das mais gratas surpresas neste ano, sem dúvida. “Del Placer a La Tumba”, segundo álbum dos Colombianos do Cráneo, solidifica a evolução da banda em detrimento de seu primeiro álbum de estúdio.
Quase seis anos depois, a banda retorna com uma experiência complexa, cheia de arranjos brutais e riffs inacreditáveis, mesclados numa atmosfera caótica por dentro da inexorável perversão do ser humano.
Altamente Indicado para os apreciadores de Suffocation, Masacre (Colombiano), Hour of Penance, Necrophobic e Memoriam.
Hereza -“Decomposed Beyond Recognition” (2024)
Que tal um Death´N´Roll sueco diretamente da Croácia? Ótima pedida…
O Hereza traz em seu quarto álbum oficial, aquele tradicional Death Metal da escola sueca com um tempero norte-americano em seu âmago.
Indicado para os apreciadores de Dismember, Entrails, Sinister e Deicide.
Leia também nosso artigo que aborda os grandes lançamentos do Thrash Metal em 2024.