Segundo o guitarrista do Savatage, Chris Caffery, o vocalista Zak Stevens, “não tentará imitar” Jon Oliva no retorno da banda aos palcos, aliás, isso é algo que que Zak jamais fez ou precisou fazer, e quem acompanha sua carreira solo, sabe que Zak tem suas próprias características e identidade musical.
Em uma nova entrevista com Geoff do podcast Gas Masks & Hand Grenades, Chris Caffery foi questionado se haverá muito material de Oliva durante a turnê programada para 2025, começando no dia 19 de abril de Monsters of Rock, em São Paulo, no Brasil. Um show extra também está agendado para o dia 21 de abril no Espaço Unimed. Sabemos que Oliva não estará nos palcos devido a problemas de saúde.
“Zak é nosso vocalista principal. Zak cantou todas essas coisas em outras encarnações da banda. Bem, na turnê ‘Edge Of Thorns’, eles ainda estavam tocando muitas músicas antigas do Savatage e o mesmo com a turnê ‘Handful Of Rain’. E então, quando chegamos às turnês ‘Dead Winter Dead’ e ‘The Wake Of Magellan’, Zak ainda estava cantando muitas dessas músicas e depois as dividindo com Jon. Se você assistir ‘Japan Live [’94]’ e assistir a alguns dos nossos vídeos em festivais, Zak estava cantando um monte dessas coisas. Zak é um fodão, cara.
Zak não vai ficar sentado ali tentando imitar Jon Oliva; ele nunca fez isso. E isso ficou evidente com a forma como eles escolheram os vocais no disco ‘Edge Of Thorns’. Eu tinha visto Criss muito naquela época quando eles estavam tentando descobrir o que fazer com quem iria substituir Jon. E eles tinham opções que soavam como ele. E eu acho que essa era a maior preocupação de Criss na época, ele tinha dito: ‘Olha, ninguém vai soar como meu irmão’. Então eles pegaram Zak, e Paul O’Neill e eles, eles produziram ‘Edge Of Thorns’ e seguiram nessa direção. E Zak canta tudo. Como eu disse, ele não está tentando ser Jon Oliva — ninguém pode ser Jon Oliva, cara.”
O baterista Jeff Plate, que também estava presente na entrevista, concordou e acrescentou:
“Não há voz como Jon e também não há presença como Jon.
Vamos ser muito respeitosos com todo o catálogo. Obviamente, há algumas coisas que Zak provavelmente não vai se sentir confortável cantando e que nós não vamos fazer. Temos muito material. Quero dizer, há quatro álbuns com Zak. Além disso, como mencionamos, você sabe, Zak estava cantando muito dessas coisas na turnê ‘Edge Of Thorns’ e até na turnê ‘Handful Of Rain’. Ele pode lidar com isso… Então, seremos capazes de cobrir todo esse terreno. Mas acredite em mim, estamos entrando nisso sabendo muito bem que haverá muita especulação e as pessoas vão nos olhar bem de perto. Essa banda vai ser incrível, os vocais vão ser incríveis e vai ser muito legal.”
Caffery elaborou sobre o que tornou a abordagem vocal de Oliva tão distinta. É impossível algum fã de metal que pelo menos já tenha ouvido Savatage poucas vezes não reconheça quando é a voz de Jon Oliva:
“Seu tom é insano — é tão único e tão diferente. Mas, novamente, o tom da guitarra de seu irmão também era. Existem muito poucos guitarristas que você ouve por um período de tempo e [ouve] um tipo de som. Yngwie Malmsteen tinha um som, Eddie Van Halen tinha um som, Dimebag tinha um som, Criss tinha um som. Infelizmente, ele faleceu antes que o Savatage com ele vivo realmente tivesse a chance de chegar a um ponto em que todos o vissem como um nome conhecido. Porque quando as pessoas dizem, ‘Bem, ele é o guitarrista mais subestimado da história.’ Eu disse, ‘Não, eu discordo disso. Acho que todos que sabem quem ele é o avaliam bem. Ele é o [guitarrista] mais reconhecido e desconhecido.’ É esse tipo de coisa com Jon. Quer dizer, essa voz é tão identificável. Você não pode ouvir outra pessoa e dizer, ‘Quem é esse?’ Você sabe imediatamente que é Jon. Mas nesse mesmo aspecto, Zak também. Quando ele canta, você sabe que é Zak Stevens.
Mesmo quando fazíamos músicas do Savatage que Zak cantava com TSO, ninguém soava como Zak até Zak chegar [e cantar essas músicas]. Outras pessoas cantaram as notas e fizeram uma ótima apresentação — não me entenda mal — mas quando você ouve Zak, há um tom naquela voz e há uma personalidade naquela voz. E ele está cantando muito bem. Quer dizer, estou realmente animado por ele pelo fato de que sua jornada com o Savatage teve uma colocação diferente da de todos os outros, quando ele tirou um tempo de folga. Então, estou realmente animado por ele voltar e ser Zak Stevens com o Savatage novamente. Ele foi uma parte muito importante da história da banda com ‘Edge Of Thorns’ e ‘Handful Of Rain’ e ‘Dead Witner Dead’ e ‘Japan Live’ e ‘The Wake De Magellan’. Quer dizer, isso é um pedaço grande de música, cara. Isso é mais música do que muitas carreiras inteiras de grandes bandas.”