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Resenha: H.E.A.T. – “Welcome To The Future” (2025)

Na estrada desde 2007, o H.E.A.T., banda sueca de Hard/Melodic Hard Rock, é sem dúvidas, um dos grandes nomes que vem se destacando na cena do Hard Rock sueco e também mundial, e cá pra nós, não é de hoje.

Com uma discografia contabilizando nove álbuns de estúdio, incluindo o recente “Welcome To The Future”, o sexteto que atualmente conta com Jona Tee (guitarra), Jimmy Jay (baixo), Eric Rivers (guitarra), Crash (bateria), Dave Dalone (bateria) e Kenny Leckremo (vocal) vem desenvolvendo seu crescimento musical dentro e fora de seu país, mostrando que o Hard Rock merece e precisa estar no alto escalão da música pesada mundial. Se depender deles, já temos esta certeza!

Reprodução/Facebook oficial H.E.A.T.

O mundo dá voltas

Como vários outros grupos, eles também passaram por uma grande prova de fogo ao verem Kenny Leckremo deixar o posto de vocalista após o lançamento de “Freedom Rock”, segundo trabalho lançado em 2010. Dois anos depois, em 2012, o grupo lança “Address The Nation”, terceiro disco de estúdio e o primeiro com seu então novo vocalista, Erik Gronwäll, na época recém vencedor do “Ídolos” sueco.

Revigorados e prontos para seguir adiante, o grupo acertou o alvo em cheio, já que os discos com Erik (quatro no total) são a prova de que muitas vezes a vida dá uma chacoalhada em nossas estruturas, porém muitas vezes isto é necessário, e somente o tempo trará explicações válidas.

De volta pra casa, após a partida de Erik Gronwäll, Kenny Leckremo retoma pela segunda vez ao posto de vocalista reassumindo em “Force Majeure”, trabalho excepcional lançado em agosto de 2022, mostrando que tudo continuava bem com a banda, que mostrou ter uma estrutura grandiosa para lidar com percalços.

Reprodução/Facebook

A chegada do novo registro deu-se em 25 de abril quando a banda lançou oficialmente “Welcome To The Future”, novo e excelente trabalho de inéditas, e de cara é preciso dizer que temos aqui um forte candidato na lista de “Melhores do Ano” na categoria Hard Rock.

Bem vindos ao futuro

Lançado através da EarMusic, o disco apresenta 12 novas composições divididas em pouco mais de 45 minutos de duração, trazendo a mesma fórmula musical e sonoridade dos trabalhos anteriores. Ou seja, o Hard Rock preciso, conciso e coerente de outrora, que aqui flerta também com o AOR em algumas canções.

Sem mais delongas, é hora de mergulhar nas melodias grudentas e alegres de “Welcome To The Future”, um disco obrigatório na CDteca de apreciadores do estilo.

Vem comigo!

O disco abre com a empolgante, tecnológica e futurista “Disaster”, com seus teclados synthwave, apresentando um clima festeiro e um refrão grudento que nos remete a “Rise Above”, do Crazy Lixx, seus compatriotas.

A dobradinha iniciada com “Bad Time For Love” seguida da magistral “Running To You” (que música, e que refrão meus amigos!), garantem até aqui uma daquelas trincas inegavelmente perfeitas pra se abrir um bom disco. A propósito, temos aqui o trio de singles que garantiram três ótimos videoclipes.

E já que falamos de singles, “Call My Name”, é mais um dos singles que antecederam a chegada do disco, e mais um grande momento da banda em mais uma música recheada com todos os elementos necessários para uma canção Hard.

As surpresas do tracklist

Falando em elementos necessários, “In Disguise”, é mais um momento grandioso do disco, já que temos aqui uma canção espetacular com melodias cativantes e perfeitas, destacando os agudos precisos de Leckremo (o cara canta muito), além das linhas geniais emanadas pelos teclados de Jona Tee.

Abram alas para “The End”, “Rock Bottom” (não confundir com a canção de mesmo nome do UFO), “Children Of The Storm”, “Losing Game” (com suas guitarras maravilhosas), assim como “Paradise Lost”, quinteto responsável por manter o disco em alta, além de garantir excelentes momentos instrumentais, vocálicos e presença marcante de refrãos perfeitos, como bem pede o estilo.

Caso eu tivesse que apostar nos próximos singles dos caras, então minhas apostas seriam em “Rock Bottom” e seu refrão convidativo, principalmente nas apresentações ao vivo da banda (que música absurda) e “Paradise Lost”, uma das faixas mais Gronwall do disco onde as guitarras e teclados dominam o terreno (belíssima).

Reprodução/Divulgação

Em sua reta final o disco nos brinda com a pesada “Tear It Down (Rock ‘N Roll Rebel)”. Faixa certamente influenciada pelo Def Leppard, quando estes lançaram o excelente “Pyromania”. Duvida? Então ouve com atenção os refrãos e os riffs de guitarras.

Um disco com a magnitude musical de “Welcome To The Future” precisava encerrar com uma música grudenta e empolgante. Certo? Certíssimo! Então coube a “We Will Not Forget”, a responsabilidade de um encerramento digno e em grande estilo. Sendo assim, sem decepcionar em uma única nota sequer, a canção que tem uma pegada meio Dynazty (banda sueca de Heavy/Power Metal) fez seu papel trazendo em sua essência sonora os elementos químicos que juntos dão origem a fórmula necessária para o Hard Rock.

Críticas descabidas

Em algumas críticas sobre o novo trabalho dos suecos, li comentários sobre as guitarras que deveriam soar mais “pesadas”. Honestamente? Não há nenhuma necessidade de peso a mais no disco. Ao contrário, é necessário elucidar que a banda soube dosar muito bem seus instrumentos, onde os trabalhos individuais de cada músico simplesmente dispensam qualquer comentário.

Em mais um registro positivo, o H.E.A.T. deixa claro que como bons músicos, eles continuam excepcionais. Dessa forma, seguem compondo e lançando trabalhos primorosos (como sempre fizeram) seguindo por um caminho o qual a banda parece não querer mudar. E esta clareza sonora fica evidente em todas as faixas presentes no disco.

Photos by: @rawfoto.se

Nota do Redator: completando 18 anos de vida, o H.E.A.T., ao lado de nomes como Eclipse, W.E.T., Nestor, Crazy Lixx, Crowne, etc, se destaca como um dos nomes importantes do Hard/Melodic Hard Rock da chamada “Nova Geração de Bandas”. Juntos, eles mostram que a Suécia continua sendo um dos berços importantes quando o assunto é música e bandas de qualidade.

Que a maioridade musical da banda, traga consigo mais experiência e maturidade para continuar surpreendendo com seus discos, assim como fizeram até agora.

Nota 9,4

Integrantes:

Faixas:

  1. Disaster
  2. Bad Time for Love
  3. Running to You
  4. Call My Name
  5. In Disguise
  6. The End
  7. Rock Bottom
  8. Children Of The Storm
  9. Losing Game
  10. Paradise Lost
  11. Tear It Down (R.N.R.R.)
  12. We Will Not Forget
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