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Resenha: Dynazty – “Game Of Faces” (2025)

Na estrada desde 2007 e com uma discografia que contabiliza oito registros oficiais, o Dynazty, quinteto sueco de Heavy/Power Metal, lança neste dia 14 de fevereiro mais um disco de inéditas, o nono de sua carreira, prometendo aos fãs mais uma obra musical contagiante, tal qual seu antecessor, o ótimo “Final Advent”, lançado em agosto de 2022 e responsável por emplacar cinco singles.

Chegando às lojas e plataformas de streaming através da gravadora Nuclear Blast, “Game Of
Faces”
promete elevar ainda mais o nome da banda, que vem crescendo a cada lançamento graças a sua mescla de gêneros, numa versão mais moderna, porém, ainda assim, respeitando os padrões dos estilos supracitados.

Pro inferno com os padrões pré-estabelecidos!

Seguindo um caminho paralelo, o Dynazty não segue os padrões característicos do Power Metal tradicional de bandas como Helloween, Gamma Ray, Stratovarius, Sonata Arctica, Firewind, Iron Savior, Blind Guardian, etc. Ou seja, não espere encontrar em sua música, coros épicos, refrãos sinfônicos, letras sobre fadas, duendes, dragões, elfos, bruxos, etc.

Reprodução/Divulgação

Diferente de inúmeros grupos, porém praticantes da fórmula que consolidou o estilo, a banda deu uma “modernizada” em sua música, saindo do lugar comum ao adicionar uma dose cavalar de teclados, representados através de sintetizadores, principalmente, em seus álbuns mais recentes, seguindo a linha musical de nomes como Amaranthe, Gloryhammer, Battle Beast e Beast In Black, esta última, provavelmente a maior referência e influência (musicalmente falando) na preparação do disco, já que em dados momentos, a impressão é que estamos diante um novo trabalho dos finlandeses.

Não fossem os vocais, poderíamos jurar, tratar-se de algo inédito de Anton Kabanen e sua trupe.
É bom lembrar que o uso de sintetizadores acompanham a banda a um longo tempo, mais precisamente desde 2014, quando lançou “Renatus”, quarto álbum da carreira do Dynazty.

Com o passar dos anos, estas camadas de teclados/sintetizadores ganharam mais força ao soarem mais evidentes, principalmente nos trabalhos mais recentes, fazendo com que o grupo criasse uma identidade particular em sua música.

Reprodução/Youtube

Sobre “Game Of Faces”:

O registro é constituído por 11 faixas inéditas divididas em pouco mais de 42 minutos de duração. “Game Of Faces” apresenta a mesma fórmula musical apresentada nos trabalhos anteriores, onde apostam em melodias grudentas, refrãos pegajosos e solos bem elaborados. Isso sem mencionar os vocais excepcionais de Nils Molin, em minha humilde opinião, uma das grandes vozes da chamada nova geração de cantores.

Dito isso, é hora de mergulhar nas melodias vibrantes e contagiantes do referido novo trabalho do quinteto, que acaba de nascer, mas já garantiu três ótimos singles.

Vem comigo!

A trinca iniciada com “Call Of The Night”, seguida da faixa título, “Game Of Faces” e “Devilry Of Ecstasy”, mostra que além de uma excelente “entrada”, o Dynazty soube montar uma sequência excepcional de músicas que se conectam entre si. E o resultado não poderia ser outro senão satisfatório. Tente não cantar o refrão de cada uma delas após a primeira audição (impossível!).

Coincidentemente, as três faixas aqui mencionadas foram escolhidas como singles e contempladas com seus respectivos videoclipes. Como é de costume dizer: excelente trinca de abertura!

Um encontro entre Battle Beast e Beast In Black. Esta é impressão que temos ao ouvir as melodias de “Die To Survive”, mais uma faixa agradável cuja guitarras nos remete ao que faz Anton Kabanen (Beast In Black). E “Fire To Fight”, cujo início nos dá a certeza que Noora Louhimo (Battle Beast) assumirá as vozes principais. Porém, eis que Nills Molin mostra que tudo está sob seu comando e, ao final, esquecemos das impressões iniciais sobre Noora.

As raízes tradicionais do Power Metal aparecem em “Dark Angel”, faixa que traz aquela sonoridade característica do estilo. Aqui a velocidade e os bumbos duplos se sobressaem, principalmente, no trabalho excepcional do baterista George Egg.

Em alguns momentos, as semelhanças musicais com o New Horizon, banda onde Nills também é o responsável pelas vozes, são claras e evidentes. A trinca seguinte iniciada com a razoável “Fortunes Of Favours The Brave” seguida da empolgante “Sole Survivor”, onde as guitarras e o refrão são os grandes atrativos, e “Phoenix”, representando mais um momento certamente empolgante do disco, garantindo satisfação ao ouvinte ao mesmo tempo em que mantém o nível musical em alta.

Reprodução/Divulgação

Tracklist conciso

O momento de calmaria chega com “Dream Spring”, excelente power ballad destacando mais uma vez os vocais de Nils. Ao subir o tom e atingir notas mais altas no refrão, ele consegue preservar nosso tímpanos fazendo com que a música soe agradável.

Além dos vocais, é preciso destacar os trabalhos excepcionais de backing vocals e guitarras, soando perfeitos em cada estrofe. A propósito, a presença das guitarras e backing vocals apresentados nos trabalhos do Dynazty, dispensam comentários.

O disco fecha com “Mystery”, canção que nos remete a “New Babylon”, faixa presente em “The Awakening”, novo álbum dos americanos do Kamelot, principalmente nos coros e refrão.
Deixando as impressões com os americanos de lado, sobra uma canção totalmente diferente das demais. Principalmente, na parte instrumental que soa mais cadenciada, ao mesmo tempo em que referências a grupos como Freedom Call (fase inicial), Avantasia, Majestica e Hammerfall, soam evidentes.

Em síntese: um tiro certeiro na escolha da faixa de encerramento.

Reprodução/Divulgação

Reconhecimento

Após quase 20 anos de existência, o Dynazty, enfim, tem se firmado como um nome relevante dentro do estilo que se propõe. Eles tem conseguido notoriedade por sua música, e principalmente por ser uma banda cuja formação permanece junta ao longo dos anos, e talvez este seja o segredo para atingir o patamar que vêm atingindo. Cá pra nós, merecido.

Se a intenção de Rob Love Magnusson (guitarras), Mike Lavér (guitarras), Jonathan Olsson (baixo), George Egg (bateria) e Nils Molin (vocais), era entregar aos fãs um trabalho bem feito e honesto, então podemos afirmar que a missão fora cumprida com sucesso.

Longe de ser uma obra prima, “Game Of Faces”, dá sequência ao que o grupo vem mostrando em seus trabalhos anteriores. E o resultado é um disco que não irá mudar a história do Power Metal, porém, é fato que temos aqui um registro convincente, empolgante, bem composto, bem produzido, divertido, assim como agradável da primeira à última faixa.

Vale lembrar que a banda será uma das atrações do festival Bangers Open Air que acontecerá nos dias 03, 04 e 05 de maio no Memorial da América Latina, em São Paulo. Segundo a agenda do festival, os suecos se apresentam no dia 03 de maio (Sábado).

Nota: 8,0

Integrantes:

Faixas:

  1. Call Of The Night
  2. Game Of Faces
  3. Devilry Of Ecstasy
  4. Die To Survive
  5. Fire To Fight
  6. Dark Angel
  7. Fortune Favors The Brave
  8. Sole Survivor
  9. Phoenix
  10. Dream Of Spring
  11. Mystery
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