Pouco mais de quatro anos separam “Hades Rising” de “Apokalyps”, segundo e terceiro full lenghts da banda sueca de Thrash Metal, Defiatory, respectivamente.
Haverá mudado a sonoridade do quinteto da cidade de Umeå, Västerbotten, que foi fundado em 2015?
A saída do guitarrista Ronnie Bjornstrom, que foi substituído por Viggo Svanberg-Hanssen, mudou o estilo de Thrash praticado por eles em relação aos dois primeiros registros?

A resposta para todas as perguntas vêm a seguir.
O que notei nas várias audições desse novo disco pode ser resumido como uma versão sofisticada do registro anterior. Os riffs estão mais técnicos e poderosos, os solos idem, porém adicionados de mais técnica e mais melodia. Os atuais guitarristas, Viggo Svanberg-Hanssen e Ludvig Johansson, se saíram muito bem. O vocal de Martin Runnzell está mais agressivo e contagiante ao mesmo tempo. A cozinha, formada pelo baixista Patrik Wall e pelo baterista Jon Skäre, sustenta toda essa violência sonora.
A primeira trinca é formada pelas fantásticas canções: “Apokalyps”, “Only War” e “Belligerent And Hostile”, três músicas para nenhum fã de Thrash botar defeito. Pense em uma receita que mistura no mesmo prato, Slayer, Testament e Exodus, adicionando um toque de modernidade e uma produção impecável. Todos os músicos atuam brilhantemente em suas funções, porém não há como não evidenciar a dupla de guitarristas pelos riffs cruéis e os lindos solos, com destaque especial para “Only War”. Além de tudo isso, há adição de elementos melódicos que além de funcionarem, não amenizam a massa sonora pesada em nenhum grama.

A segundo trinca vem com as músicas: “Into The Unknown”, “No Place To Hide” e “Knives”. A primeira delas adiciona discretos efeitos sintetizados que a deixam com um toque sombrio de filme de terror, uma atmosfera a la “king Diamond” em meio ao Thrash. Já “No Place To Hide” é a faixa mais acelerada e curta do disco. São 2m5s do mais puro peso e velocidade, um excelente tema para abertura do set list no show. Em contrapartida, essa segunda etapa da obra fecha com “Knives”, a mais cadenciada do full lenght, Heavy/Thrash que ainda sim remete a Slayer, principalmente pelo timbre de voz de Martin se assemelhar ao de Tom Araya. A segunda trinca foi bem mais heterogênea que a primeira, todavia igualmente admirável.

A terceira e derradeira trinca do álbum começa com a aceleradíssima “Let Them Burn”, que só perde para “No Place To Hide” no quesito velocidade. As semelhanças de Runnzell com Araya se intensificam nessa composição. Deixo claro que essa referência não é nenhuma crítica, ao contrário, é um elogio dizer que qualquer banda de Thrash me faça lembrar Slayer em algum momento de sua música. “Assassinate” intercala momentos rápidos com outros, levemente, cadenciados, mantendo acesa a chama do peso e da brutalidade sonora. Os solos de guitarra são impressionantes mais uma vez. O encerramento de “Apokalyps” fica por conta de “Counting Bones”, que é a mais longa, 6m28s, e a mais trabalhada do disco. Assim como no álbum anterior, “Hades Rising”, a influência do Thrash americano é nítida, mas a personalidade do Defiatory também se encontra bem forte em seu estilo.
Há uma considerável evolução do Defiatory no atual lançamento e isso certamente é fruto de profissionalismo, competência e muita estrada percorrida.
Indico aos fanáticos por Thrash Metal. Eu sou um deles!
Nota 8,9
Integrantes:
- Ludvig Johansson (guitarra)
- Martin Runnzell (vocal)
- Viggo Svanberg-Hanssen (guitarra)
- Patrik Wall (baixo)
- Jon Skäre (bateria)
Faixas:
- Apokalyps
- Only War
- Belligerent And Hostile
- Into The Unknown
- No Place To Hide
- Knives
- Let Them Burn
- Assassinate
- Counting Bones
Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz