Se você aprecia Prog Metal, esse artigo é para você.
Aviso: o conteúdo aqui descrito, bem como as menções aos discos e bandas estão relacionados ao gosto e escolhas pessoais do autor/redator. Ou seja, os critérios são subjetivos.
Em um passado não muito distante, debatendo com amigos sobre bandas (e estilos), falávamos especialmente sobre gêneros musicais e do quanto algumas classificações não ajudam na hora de indicar uma determinada banda de um determinado estilo.
Por exemplo: se falamos de Power Metal, logo vem aquela cara de quem acabou de tomar um chute nos testículos e eis que o sujeito solta a seguinte pérola:
“Tá maluco? Não curto essas bandas que fazem ‘Metal Espadinha’ e seus vocalistas com gritinhos histéricos”.
Pois é, o argumento acima proferido logo derruba qualquer tentativa de explicar para o “jovi”, que nem sempre uma banda do chamado Power Metal traz em suas letras e/ou temática aquelas histórias fantasiosas cujos personagens são de fato duendes, fadas, dragões, bruxos, unicórnios, magos, príncipes, princesas e afins.
Logo, queremos vomitar uma lista imensa com nomes que praticam o referido estilo e que felizmente estão longe destes estereótipos, que na maioria das vezes apenas atrapalham, além de confundir de fato a cabeça de muita gente. Enfim, por ter esta linha de raciocínio preferem ficar presos em um mundo de “mais do mesmo”, mantendo-se dentro de uma caixa.
Deixando claro que não é apenas no Power Metal que encontramos esta resistência. Haja visto, o exemplo aqui usado se estende também a outros gêneros musicais como Hard Rock, Black Metal, e principalmente Progressive Metal, este último, conhecido por ser um estilo “causador de sono”, e/ou “músicas feita para músicos”.
Ok! vamos provar que isso jamais foi, ou será verdade. Afinal de contas, quais bandas, e quais discos você ouviu nos últimos 150 anos para ter esta concepção deveras equivocada?
Apenas para constar: você esteve errado durante todos estes anos.
Defendendo o estilo com unhas e dentes
Advogando em defesa do estilo (um dos meus prediletos), é preciso não apenas entender sobre o mesmo, bem como mostrar que há um grande equívoco ao rotular o Prog Metal, na maioria das vezes representado por canções longas, solos e bases instrumentais intrincadas e mudanças de andamentos que perpetuam no decorrer de todo um trabalho executado.
Separando o joio do trigo
Separando o joio do trigo, é possível notar diferenças entre músicas compostas para ouvintes simples como nós (eu e você), onde nitidamente há sim uma preocupação nas doses genuínas de melodias, da mesma forma também quando estas são compostas para um público específico (leia-se, músicos), cujo andamentos soam mais técnicos, complexos e cheios de virtuoses, dando-nos a impressão de que a intenção da banda e músicos e tentar criar e/ou encontrar a 8ª nota musical.
Representantes relevantes do estilo
Ao mergulhar no universo técnico do Progressive Metal, deparamo-nos com discos geniais, compostos por bandas igualmente geniais que trazem consigo um pouco de tudo que fora acima citado. Ou seja, melodias, técnicas, virtuose, complexidade e, claro, aquela sonoridade que cativa o ouvinte, provando que há um universo musical grandioso dentro do estilo, que precisa (e deve) ser muito mais explorado.
Pensando nisto e revisitando meu acervo Prog, decidi listar dez bandas, e consequentemente dez discos que irão fazer com que você mude seu conceito, sua visão, e sua percepção sobre um estilo que tem nomes relevantes, ainda “desconhecidos” ou poucos falados, mas que lançaram discos espetaculares em um passado não muito distante.
Vem comigo!
10º: BALANCE OF POWER – “TEN MORE TALES…” (1999)
Após estrear em 1997 com “When The World Fall Down”, seguido de “Book Of Secrets”, segundo registro editado no ano seguinte, o então quarteto inglês (na época) lançou “Ten More Tales”, terceiro registro da carreira e um dos trabalhos geniais de sua carreira.
Contendo 10 faixas inéditas, distribuídas em aproximadamente 53 minutos de duração, o disco traz a mesma fórmula dos trabalhos supracitados e influências/referências de bandas como Queensryche e Fates Warning.
Além de um line up excepcional que na época contava com Bill Yates (guitarras), Pete Southern (guitarras, teclados) e Lionel Hicks (bateria, teclados), os destaques vão para o vocalista Lance King, responsável por vozes dosadas, assim como timbre agradável, sem nenhuma intenção de buscar tons inatingíveis.
- Logo depois do lançamento de “Heathen Machine” (2003), a banda encerrou as atividades. Porém, em 2024 o grupo retornou com um novo line up e lançaram em abril um novo disco de inéditas intitulado “Fresh From The Abyss”.
9º: ATHENA – “A NEW RELIGION?” (1998)
Após estrearem com “Inside, The Moon”, álbum oficial de estreia editado em junho de 1995, o quinteto italiano lançou “A New Religion”, seu segundo disco.
Contendo 11 faixas inéditas, distribuídas em 48 minutos de duração, o disco apresenta uma sonoridade que mescla o Power Metal e o Progressive Metal. Embora os dois estilos se fundam em algumas composições, a predominância musical está calcada de fato no chamado Prog Metal.
O disco marca a estreia do vocalista Fabio Lione, substituindo Alessio Mosti.
Completam o line up: Matteo Amoroso (bateria), Alessio Sabella (baixo), assim como os guitarristas Simone Pellegrini e Gabriele Guidi.
- *Em 2001 após o lançamento de “Twilight Of Days”, terceiro registro de inéditas, agora com os vocais de Francesco Neretti, o grupo encerrou as atividades. Anos depois, em 2022, o grupo anunciou o retorno, agora sob o nome Athena XIX, eles lançaram “The Conscience of Everything”, primeiro single inédito de um provável novo registro de inéditas.
8º: VOYAGER – “I AM THE REVOLUTION” (2009)
Lançado em setembro de 2009, “I Am The Revolution” é o terceiro registro dos australianos do Voyager, quinteto de Melodic Progressive Metal.
Contendo 12 faixas inéditas divididas em aproximadamente 55 minutos de duração, o disco segue a mesma fórmula musical dos trabalhos anteriores, “Element V” (2003) e “Univers” (2007), no entanto, agora com uma produção mais caprichada, além de uma evidente maturidade musical em um trabalho que particularmente classifico com um dos melhores na carreira do grupo.
Na época de seu lançamento, a banda trazia em seu line up: Daniel Estyrin (vocais, teclados, guitarras), Simone Dow (guitarras), Chris Hanssen (guitarras), Ale Canion (baixo) e Mark Boeijen (bateria).
- *Em plena atividade, o quinteto lançou, em julho de 2023, seu novo trabalho de inéditas intitulado “Fearless In Love”.
7º: POVERTY’S NO CRIME – “SLAVE TO THE MIND” (1999)
Após debutar com “Symbiosis” (1995), editando, em seguida, “The Autumn Years” (1996), o Poverty ‘s No Crime lançou, em 1999, o excelente “Slave To The Mind”.
Contendo 09 faixas inéditas, distribuídas em aproximadamente 52 minutos de duração, o disco mantém a mesma veia Prog dos trabalhos anteriores supracitados. Além disso, destaque para o trabalho excepcional de produção, que faz do disco um dos melhores do quinteto.
A época de seu lançamento, a banda trazia em seu line up: Volker Walsemann (vocais), Marcello Maniscalco (teclados e backing vocals), Marco Ahrens (guitarras), Christian Scheele (baixo) e Andreas Tegeler (bateria).
- Em plena atividade, a banda lançou em abril de 2021 “A Secret To Hide”, oitavo álbum oficial da carreira.
6º: CIRCUS MAXIMUS – “THE 1ST CHAPTER” (2005)
Após duas demos lançadas em 2003 e 2004 respectivamente, os noruegueses do Circus Maximus editaram em junho de 2005, “The 1st Chapter”, álbum oficial de estreia.
Contendo 08 faixas inéditas, divididas em 63 minutos de duração, o disco é uma excelente pedida aos fãs de Progressive Metal. Além disso, deverá agradar aos aficionados por bandas como Dream Theater, Symphony X , Pagan ‘s Mind, Vanden Plas, Etc.
Além de um trabalho excepcional e agradável no quesito musicalidade, destacam-se os vocais espetaculares de Michael Eriksen. Completam o time de músicos, o guitarrista Mats Haugen, o baixista Glenn Møllen, o tecladista Espen Storø, além do baterista Truls Haugen.
- *Em atividade, a banda lançou em março de 2016 “Havoc”, quarto álbum oficial da carreira.
- *Em setembro de 2019 o quinteto lançou “Isolated Chapters”, EP contendo duas novas composições.
5º: MAGNITUDE 9 – “DECODING THE SOUL” (2004)
Lançado oficialmente em janeiro de 2004, “Decoding The Soul” é o terceiro, e também o último registro, do Magnitude 9, banda americana de Neoclassical/Progressive Metal.
Contendo 10 faixas, divididas em aproximadamente 46 minutos de duração, o disco transita ao mesmo tempo entre o Progressive Metal e o Neoclassical. Dessa forma, uma boa pedida para fãs dos dois estilos.
Seguindo o exemplo de outras bandas do estilo, os destaques vão para Corey Brown, vocalista competente e dono de um timbre agradável, daqueles que não irritam nossos tímpanos, lembrando em alguns momentos Russell Allen (Symphony X), Nicklas Sonne (Section A), John West (Artension) e Ray Alder (Fates Warning).
Além de Core Bown, o time de músicos contava ainda com: Rob Johnson (guitarras), Ian Ringler (baixo), John Homan (bateria), assim como Joseph Anastacio Glean (teclados).
- *A banda jamais decretou seu fim, porém após o supracitado “Decoding The Soul”, nenhum outro trabalho de inéditas fora apresentado.
4º: RICOCHER – “CHAINS” (2004)
Lançado em 2004, “Chains” é o terceiro registro de inéditas da carreira do Ricocher, quinteto holandês de Progressive Rock/Neo-Prog, que infelizmente teve uma carreira musical curta deixando apenas três trabalhos (maravilhosos, diga-se de passagem) gravados.
Contendo 07 faixas inéditas, divididas em aproximadamente 56 minutos de duração, o disco é uma excelente surpresa aos amantes dos estilos supracitados. É igualmente indicado aos apreciadores de grupos como Riverside, Pendragon, Satellite, Everon, Porcupine Tree, IQ, Marillion (fase Fish) e Rush. Esta última, certamente é influência para o grupo e para o jovem Erwin Boerenkamps, vocalista cujo timbre nos remete imediatamente a Geddy Lee.
Completam o line up: Bart van Helmond (guitarras, backing vocals), John van Heugten (teclados, backing vocals), Maikel van der Meer (bateria) e Niels Nijssen (baixo, backing vocals).
- Logo após o lançamento do supracitado “Chains”, a banda decretou o fim das atividades. Desde então, nenhum trabalho fora cogitado e/ou lançado.
3º: APPEARANCE OF NOTHING – “ALL GODS ARE GONE” (2011)
Três anos após editarem “Wasted Time”, álbum oficial de estreia, os suíços do Appearance Of Nothing lançam, em 2011, outro trabalho excepcional de sua carreira.
Intitulado “All Gods Are Gone”, o segundo registro do quinteto apresenta 07 faixas, distribuídas em aproximadamente 48 minutos de duração. Esse disco segue todos os padrões musicais que caracterizam o Prog Metal.
Mantendo a mesma fórmula de seu antecessor, o novo registro apresenta em sua musicalidade influências diversas de grupos como Conception, Symphony X, Dream Theater, Fates Warning, Artension, Eldritch, Balance Of Power, Joseph Magazine, etc.
Além de canções bem executadas, e cheias de “arranjos intrincados”, a banda consegue desenvolver um trabalho contagiante, flertando em dado momento com o Neoclassical.
Em seu line o grupo conta com: Patrick Gerber (guitarras, vocais), Peter Berger (guitarras), Marc Petralito (teclados), Yves Lüthi (bateria), além do baixista e vocalista Omar Cuna, responsável por uma das vozes mais belas do Prog Metal (opinião pessoal) e dono de um timbre peculiar.
- Ainda em constante atividade, o quinteto lançou “In Times Of Darkness”, quarto registro da carreira em março de 2019.
2º: SHADOW GALLERY – “TYRANNY” (1995)
Após o lançamento dos ótimos “Shadow Gallery” (1992), e logo depois, “Carved In Stone” (1995), os americanos do Shadow Gallery editaram, em setembro de 1995, “Tyranny”, terceiro e excelente registro de sua carreira.
Conceitual e contendo 14 faixas inéditas, divididas em setenta e três minutos de duração, o disco explora conceitos profundamente políticos. Os temas incluem a natureza da guerra e o complexo militar-industrial.
“Tyranny” é o primeiro álbum conceitual feito pela banda, sendo esta a primeira parte da história que tem seu final no excelente “Room V”, lançado em 2005 e traz participações especiais de James LaBrie (Dream Theater), e D.C. Cooper (Royal Hunt), além do violinista Paul Chou e da cantora Laura Jaeger fazendo um belo dueto com Mike Baker na faixa “Spoken Worlds”.
Apesar de uma discografia honesta, apresentando trabalhos excepcionais, é bem certo que “Tyranny” seja o grande momento do Shadow Gallery, já que a grandiosidade musical apresentada aqui serve de influências e referências para outros grupos do estilo.
Ainda que não tenha decretado o encerramento das atividades, aparentemente a banda permanece em um hiato que já dura 15 anos, haja visto seu último registro de inéditas “Digital Ghost”, foi lançado oficialmente em outubro de 2009.
PS: Em 29 de outubro de 2008, o vocalista Mike Baker sofreu um ataque cardíaco fulminante levando-o a óbito aos 45 anos de idade.
1º ART REBELLION – “EMBRACE THE FUTURE” (1997)
Oriundo da Suécia, o Art Rebellion, quinteto de Progressive Rock, é um daqueles casos os quais mencionei nos parágrafos iniciais deste texto, ou seja, aquela banda espetacular que lança um trabalho genial, e tal qual um piscar de olhos, ela (a banda) simplesmente desaparece.
Lançado no ano de 1997, “Embrace The Future” foi o álbum de estreia do quinteto, e também o único registo editado.
Contendo 11 faixas inéditas, o disco é uma daquelas pérolas musicais que a gente muitas vezes procura e nem sempre encontra.
Apesar de similaridades musicais com diversas bandas, o Art Rebellion, ainda assim, conseguiu soar “único” em um trabalho primoroso da primeira à última faixa.
Em uma palavra: PERFEITO!
Em seu line up, a banda contava com Fredrik Lundstedt (guitarras), Daniel Lundstedt (teclados, piano), Hans Rasmusson (bateria), Mats Svensson (baixo), além de Erik Anell, vocalista responsável por uma das vozes mais belas do Prog Rock.
Como dito anteriormente, este foi o único registro do quinteto, que simplesmente encerrou as atividades sem deixar nenhum rastro do que fizeram (ou ainda fazem) seus músicos.
*No Brasil, a canção “Chosen” integrou o CD que acompanhou uma das edições da extinta Planet Metal, revista que sem dúvidas nenhuma foi a grande responsável por eu ter conhecido esta banda.
Continua…
Muita banda boa acima citada, considero!!!! Ouvia muito Athena – A New Religiion?…bons tempos aqueles!!!! A arte da capa é oura coisa que se destaca muito entre essas bandas, valeu!!!!
Ótima lista, algumas bandas eu ja conhecia outras não ! ja estão na minha lista