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O Mayhem foi censurado no Brasil e isso está muito errado!

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Da série “e lá vamos nós (de novo!)”

A lendária e, desde sempre, polêmica banda de Black Metal, Mayhem, foi impedida de tocar na cidade de Porto Alegre por conta de uma articulação política que começou com uma acusação feita pelo professor de filosofia Renato Levin-Borges, conhecido como Judz, e acatada pelo deputado estadual Leonel Radde (do PT).

Deputado estadual Leonel Radde, “santinho” da campanha de 2022 (Photo: Reprodução/Twitter)

A acusação do professor se baseia na fala de que o Mayhem “se declarou contra a ‘mistura de raças’, um membro da banda já apareceu com suástica no braço e costumavam ensaiar em estúdio cheio de totenkopf nazis”.

A produtora Ablaze acabou cancelando o evento que ocorreria no bar Opinião, no dia 21 de março, mas Leonardo Schneider, sócio-proprietário da Ablaze, disse que “houve um grande equívoco por parte daqueles que acusam a banda de seguir a ideologia neonazista”. Segundo Schneider, mesmo que algumas pessoas ligadas a esquerda e ao Metal tenham se solidarizado ao caso pois conhecem a trajetória da banda, a polícia achou melhor que a atitude de cancelar o evento fosse tomada por conta de ameaças feitas nas redes sociais contra a banda, contra as pessoas que iriam ao evento e contra funcionários do bar Opinião.

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É muito chato ter que falar sobre este tipo de assunto de novo, mas fica impossível ignorar esse tipo de censura acontecendo em pleno ano de 2023.

E por que isso ocorre de forma tão acentuada em nosso país?

Muito simples, por que a militância político-partidária no Brasil tomou proporções inimagináveis. Todo mundo quer tomar conta do quintal do vizinho e na maioria das vezes se esquece de arrumar o seu próprio quintal. Há uma parcela insignificante da população brasileira que não achega a 1% do 1% e é formada basicamente por “especialistas políticos”, “sociólogos”, “jornalistas”, “sub-celebridades”, “justiceiros de redes sociais” e “elitistas anti-elite” que adoram cagar regra.

Tudo vira motivo para problematizar ou normatizar determinada conduta (de acordo com o viés ideológico), mas é bom que se diga que essas militâncias não fazem juz aos anseios da população como um todo, muito menos aos anseios do público consumidor de Heavy Metal. Como na maioria das vezes, são travestidas de assuntos e lutas legítimas, muita gente infelizmente embarca nessa onda e o resultado é sempre o pior possível. O assunto acaba ganhando engajamento e, como hoje em dia, todos querem opinar sobre tudo pelo simples fato de opinar, rola uma iminente guerra de idéias que perdura por cerca de 1 semana e depois cai no esquecimento.

Quem se favorece com isso?

Óbviamente, os mesmos que desencadearam o debate, os tais “especialistas políticos”, “sociólogos”, “jornalistas”, “sub-celebridades”, “justiceiros de redes sociais” e “elitistas anti-elite”. São eles que engajam os seus perfis, ganham dinheiro com acessos e mantém os militantes no cabresto.

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Sim, todo alvoroço em cima desses temas só são abraçados e encorajados por que alguém está ganhando dinheiro em cima do assunto.

Enquanto você se preocupa com temas quase sempre desconexos com a realidade (o exemplo são algumas das manchetes abaixo), alguém está enchendo o bolso de dinheiro e, no íntimo, está rindo um bocado da facilidade que se tornou manipular parte da opinião pública:

Sobre o tal cancelamento do show do Mayhem. Somos absolutamente contra qualquer cancelamento de eventos de Metal por conta de assuntos que se configuram como meros achismos e fogem do campo musical.

“Ain Mundo Metal, mas então vocês vão simplesmente ignorar o fato dos caras terem usado suástica? Isso não é uma clara prova de que são neonazistas?”

Não, não é uma clara prova. E sim, vamos ignorar. E vamos ignorar nos baseando numa premissa muito simples. O Mayhem toca normalmente em países como Israel e Alemanha. Francamente, não acreditamos que nenhum local do mundo tenha mais propriedade para lutar contra o nazismo do que estes dois países. Se a banda faz turnês e toca nesses dois lugares, não consiguimos encontrar qualquer outro argumento capaz de inviabilizar um show deles no Brasil. Aliás, o único estigma que um político brasileiro busca quando tenta evitar que um show de Metal aconteça em nosso país é perpetuar o cabo de guerra político entre esquerda e direita que, diga-se de passagem, só favorece e beneficia a própria classe política.

Reprodução/Twitter

Sobre o uso de suásticas, devemos nos lembrar que a suástica não é um símbolo de origem nazista, mas sim um símbolo já existente e que foi utilizado pelo exército nazista alemão na época da guerra.

Significado da Suástica: é um símbolo místico que originalmente representa a busca pela felicidade, salvação e boa sorte. A suástica é formada por uma cruz com as suas extremidades curvadas e posicionada em torno de um centro estático. Em algumas culturas a suástica representa o conceito do movimento cíclico e de regeneração da vida.

Muitos símbolos místicos e de cunho ocultista foram utilizados por bandas de Metal ao longo das décadas. Muitas vezes, tal utilização nem era algo relacionada a crença dos músicos, mas sim uma forma utilizada para chocar, gerar polêmica ou meramente querer parecer rebelde demais.

Ou voce entende tudo isso de uma vez por todas ou começa um cancelamento imediato a estas bandas e músicos abaixo:

Na foto, Gary Holt e o saudoso Jeff Hannemann fazendo a famigerada saudação nazi. Obviamente, uma brincadeira, mas para os padrões de hoje, certamente, algo imperdoável…Repare que o hoje militante Robb Flyn (Machine Head) não está vendo nada de errado no que está acontecendo (Photo: Reprodução)
Kerry King usando uma camiseta com a bandeira dos confederados e os dizeres “você usa o seu X e eu usarei o meu!”, James Hetfield e Robb Flyn não pareciam incomodados…
Lemmy, com sua famosa coleção de artigos da segunda guerra, em especial, os artigos alemães usados pelos nazistas. Olha a suástica ali na parede…
Sepultura em início de carreira e olha o Paulo Xisto usando a suástica em um show ao vivo…
Mais uma do Sepultura em início de carreira e desta vez quem exibe a camiseta é Iggor Cavalera.

Pra finalizar, enquanto aqui no Brasil, o Mayhem é proibido de tocar, olha só onde eles tocaram em dezembro de 2022 e janeiro de 2020…

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