O KISS foi uma das bandas mais longevas do Rock e tudo isso é graças, principalmente, a resiliência e o trabalho da dupla Paul Stanley e Gene Simmons. Apesar do grupo ter tido diversos outros membros memoráveis, foram sempre estes dois caras que fizeram a roda gigante do KISS se manter em movimento.
Paul e Gene formaram uma dupla realmente eficiente e funcional. Mesmo com diferentes modos de ser e agir, um sempre completou o outro de muitas maneiras.
Em uma nova entrevista ao AXS TV, Paul Stanley falou abertamente sobre pontos muito interessantes na relação de longa data entre ele e Gene Simmons. Ao contar como eles se conheceram, Paul assume que não gostou muito de Gene e chegou a não aceitá-lo inicialmente.
Veja o que ele disse segundo transcrição feita pelo Mundo Metal:
“Na época, eu estava tocando com um guitarrista em Washington Heights, que é o bairro onde eu cresci, 2011th Street, na Broadway, era de onde eu vim originalmente. Eu encontrei um guitarrista com quem eu estava tocando e um dia fui até a casa dele, no seu apartamento, e tinha um outro cara lá, e ele disse, ‘este é Gene, ele escreve músicas’, e depois disse, ‘esse é Stan, ele também escreve’. Naquela época eu era conhecido como Stanley, bem, ainda sou, mas agora é somente meu sobrenome. E eu disse, ‘sim, eu escrevo músicas’. Gene disse, ‘toque alguma coisa’ e eu sentei e toquei pra ele uma música que incidentalmente acabou em nosso primeiro álbum e ele tocou para mim uma música que não entrou no disco.
Então, eu notoriamente não o aceitei imediatamente e quando Steve, este outro guitarrista, disse, ‘por que não formamos uma banda juntos?’, eu disse, ‘você pode tocar com ele ou você pode tocar comigo, mas você não vai tocar conosco’. E aqui estamos, 50 e poucos anos depois e eu sou muito sortudo por ter trilhado esse caminho com ele.”
Neste momento, Paul Stanley respondeu sobre qual o cerne e a chave para esta amizade e colaboração. Ele disse:
“Confiança. Eu acho que uma grande parceria é baseada na compreensão de suas limitações.
Se você não espera algo de alguém que essa pessoa não está equipada para lhe dar, você não ficará desapontado. Talvez os momentos em que eu fiquei desapontado com Gene foram momentos em que eu deveria realmente ter dito ‘não’. Eu deveria ter pensado, ‘isso não esta na lista dele, você sabe que isso não é algo em que ele se destaca’. Então, ele faz coisas que eu questiono, se ele diz coisas, coisas que eu não quero me alinhar com ele, então eu questiono. Bem, ele se comporta de certas maneiras, mas isso não esta aqui ou ali, é dele, o cerne do que temos e uma ética de trabalho e um vínculo que foi construído com o tempo.
Isso que é incrível, não há substituto em um relacionamento construído pelo tempo e você sabe que você mesmo, quando você conhece alguém, pode haver potencial, mas nada acontece sem experiência, e ver como cada uma das partes responde às crises, às vitórias e às derrotas. E é isso que Gene e eu passamos juntos. Então, sobre o resto, temos vidas totalmente diferentes.
Gene é um ótimo cara, ele diz um monte de coisas controversas, eu levo as coisas que ele diz como se fossem um grão de sal, e acho que os outros também deveriam.”
Stanley foi convidado a falar sobre uma declaração onde ele diz que poderia ficar sentado em seu jardim e mesmo assim veria o ego de Gene Simmons. Ele explicou:
“Isso é muito bonito e foi realmente no alvo. Mas de forma pragmática, tenho muita sorte com o que eu tenho para ficar reclamando do que poderia ser diferente ou melhor. Seria como ganhar na loteria e reclamar dos impostos. Eu tenho uma vida que eu não poderia nem pensar que teria.”