Durante um bate-papo recente com Elena Robsberg do Radiocast BG, o vocalista do Judas Priest, Rob Halford, conversou sobre o novo álbum “Invincible Shield” e tudo o que está por trás do 19° disco dos metal gods, especialmente as canções, que levam mensagens importantes até os ouvintes.
Ao abordar o título do novo álbum do Judas Priest, Halford falou sobre o seu significado, o que ele de fato representa:
“O Judas Priest tem defendido a fé do heavy metal, não apenas a música, mas tudo relacionado ao heavy metal, desde que começamos. E enquanto fazíamos este disco, é meu trabalho como letrista encontrar ideias, encontrar expressões, encontrar títulos de músicas que transmitam não apenas a música que você está fazendo ao criar um álbum, mas dar um título, um título significativo, que envie uma mensagem potente, uma ideia que diga: ‘Este é o JUDAS PRIEST, esta é a nossa música e este é ‘Invincible Shield’. [‘escudo invencível’, traduzindo para o português].’ Então, eu me lembro do dia em que eu estava sentado em casa em Phoenix e eu estava no meu laptop e um lápis, um lápis e um papel escrevendo coisas. E eu disse, eu tenho a palavra “invencível”. E então de repente do nada… Essa é a alegria da criatividade. Os artistas vão te dizer, nós não sabemos de onde essas coisas vêm. Você tem que pegá-las rapidamente, como um raio em uma garrafa. E então eu penso na palavra “escudo”, e eu juntei as duas, “escudo invencível”. Tipo, “Uau, isso é JUDAS PRIEST. Nós somos um escudo invencível em heavy metal, o que nós temos feito por tanto tempo.” E então eu disse, ‘Espere um minuto, espere um minuto. Todos nós, cada pessoa no planeta, tem um escudo invencível dentro de si.’ E o que quero dizer com isso é que todos nós somos presenteados por Deus para ter esse poço infinito de fé, esse poço infinito de esperança, esse poço infinito de preservação, esse poço infinito de sustentar a nós mesmos, nossas famílias, nossos amigos. Tudo o que fazemos juntos vem na forma do poder de um escudo invencível. Então isso foi um bônus. Esse não era apenas o título da música, mas também era um título para todos.”
Rob continua:
“Todos nós temos um escudo invencível. Quando você pensa em algumas das coisas que cada um de nós tem, em nossas vidas, teve um desafio. Tivemos um momento sombrio, seja um problema médico, seja trabalho, seja algo muito, muito potente. Mas nós sobrevivemos, nós superamos. Olhamos para trás agora e pensamos: ‘Como eu consegui superar isso?’ Esse é seu escudo invencível. Esse é o poder que a humanidade tem para sobreviver em todos os aspectos do que essa palavra sugere. O que significa sobreviver? Significa muitas, muitas coisas. Então a alegria de ter o título do álbum tão expansivo foi apenas, novamente, outra bênção extra. Então aí está. Escudo invencível para o JUDAS PRIEST e escudo invencível para a humanidade.”
Além disso, quando questionado sobre o tamanho da responsabilidade de ser o portador de mensagens tão impactantes que precisam ser compreendidas por um grande público e se isso em determinados momentos os preocupa, Rob respondeu:
“Sim, pode ser. Pode ser. Você tem que encontrar um equilíbrio. Você tem que encontrar uma harmonia. Eu amo o poder das palavras. As palavras podem fazer muitas, muitas coisas. A maneira como você escolhe as palavras, a maneira como você as junta, elas podem te elevar, elas podem te trazer consolo, isso pode te trazer, de novo, esperança, elas podem te trazer todas essas coisas. Elas também podem trazer negatividade, elas também podem trazer destruição, elas podem trazer guerra, elas podem trazer angústia política e perturbação ao separar a luz da escuridão, a verdade das mentiras, todas essas coisas podem ser feitas juntas por palavras. Eu amo palavras. Eu amo juntar palavras. Então, quando eu estava escrevendo ‘Panic Attack’, e estou falando sobre a maneira como a mídia social pode ser usada de uma forma muito potente, e às vezes [de maneiras negativas por meio de] desinformação, teorias da conspiração. Todas essas atitudes, todas dessas emoções, todas essas ideias vêm de palavras. Elas vêm de pessoas falando, elas vêm de pessoas enviando mensagens instantâneas, escrevendo em vários fóruns e quóruns na Internet. Então, eu penso profundamente sobre coisas assim, e eu tento transmitir esses sentimentos e ideias pessoais em músicas que ainda são cheias de alegria e poder e excitação e energia e bons sentimentos. E isso é uma coisa complicada de fazer, porque o JUDAS PRIEST não é uma banda política. Nós não somos uma banda socialmente motivada. Nós não falamos muito sobre esses tipos de assuntos mundiais, eventos mundiais, mas eu pensei que para este disco, eu vou dar um salto de fé, porque nossos fãs são espertos, nossos fãs são inteligentes. Eles entendem este mundo em que vivemos quando falamos sobre esse lado da mídia social, esse lado da Internet, a espada de dois gumes da Internet, o bom, o mau, a luz, a escuridão, o yin, o yang. E acabou que ‘Panic Attack’ tem sido a música mais gratificante para nossos fãs que nós fizemos.
Então, sim, há uma responsabilidade. Há uma responsabilidade da sua criatividade de fazer o seu melhor, não aceitar nada apenas por aceitação. Trabalhe muito duro. Nós gastamos uma quantidade enorme de tempo fazendo essas músicas porque as valorizamos. Elas vão ficar aqui muito depois de termos partido. Então você quer deixar algo que tenha o poder de trazer alegria, tenha o poder de trazer paixão, excitação, energia, tenha o poder de trazer algum pensamento sobre a música. O que as pessoas vão pensar sobre ‘Panic Attack’ daqui a cem anos? Eu penso sobre isso. [ Risos ] Eu penso profundamente sobre tantos aspectos do que somos no JUDAS PRIEST.
Então, sim, responsabilidade. A responsabilidade máxima é quando você está naquele palco. Você está naquele palco, você está derramando seu coração, você está derramando sua alma em sua performance, e você tem a responsabilidade de dar cada parte de si naquele show.”
Assista na íntegra: