Muitas pessoas não entendem os motivos de determinadas situações ocorrerem justamente em momentos extremamente favoráveis. No caso do Iron Maiden é muito curioso pensar que mesmo no auge da fama, na época do lançamento de “Fear Of The Dark” em 1992, o grupo acabou perdendo seu frontman de forma abrupta e até hoje isto não foi muito bem explicado.
O sucesso da faixa “Fear Of The Dark” foi estrondoso, com a faixa título sendo massificada com a ajuda das FM’s e, principalmente, da MTV. Além dela, o álbum ainda gerou hits e singles de sucesso como “Wasting Love”, “From Here To Eternety”, “Afraid To Shoot Strangers” e até mesmo a porrada “Be Quick Or Be Dead”.
Os shows estavam lotados, a procura pela banda era enorme, os fãs o amavam, mas mesmo assim, o vocalista Bruce Dickinson resolveu ir embora para se arriscar em uma carreira solo. O próprio Bruce já deu algumas versões sobre sua saída. E curiosamente, todas elas envolvem um sentimento de inquietude que provavelmente venha da personalidade do cantor.
Mas o que Bruce tem a dizer?
Em meados dos anos 90, ele disse a rádio Q104:
“O trabalho era duro, os rapazes eram ótimos, era relativamente seguro e bem administrado. Todas as coisas para as quais as pessoas diriam, ‘Ei, esse é um trabalho confiável’. Essa era minha vida no Iron Maiden. Eu pensei, ‘Não é o suficiente. Sou muito jovem para me acomodar com isso’.”
Steve Harris foi muito mais seco em sua explicação sobre o assunto, dizendo simplesmente que:
“Todos nós éramos meio que machos alfa e não estávamos nos comunicando direito. Acho que esse foi o problema na época.”
No entanto, o vocalista procurou sempre a polidez. Em uma antiga entrevista para a Vulture, Dickinson revelou uma perseguição contra ele. Segundo o vocalista, muitas pessoas que normalmente seriam gentis, promoveram ataques contra ele após sua saída do Maiden:
“Quando saí do Iron Maiden, eu era muito duro comigo mesmo. Pensava que aquilo me limitava, era uma gaiola de ouro confortável, que me rendia muito dinheiro e eu poderia continuar reciclando nossa identidade, mas eu não queria fazer aquilo. A única forma que eu pensava ser possível crescer como cantor era fazer algo diferente – e as pessoas só levariam isso a sério se eu saísse do Maiden.
Quando se está no Iron Maiden, todos te protegem. Assim que você sai da bolha, todos dizem: ‘sempre quis chutar as bolas daquele cara’. Temporada de caça ao ex-vocalista está aberta! Foi o que aconteceu comigo. Mas, ao mesmo tempo, eu pensava: ‘foi por isso que eu saí’. Você dá um passo para o lado daquela caixa para ver o que está por fora dela”
Recentemente, em um dos seus shows de palavras faladas, Bruce recebeu uma pergunta de um fã: “por que você saiu do Iron Maiden em 1993?”. A resposta do músico foi:
“Uau, foi há cerca de 20 anos atrás. Merda! Como o tempo voa enquanto estamos nos divertindo.
Então, bem, honestamente, eu fiquei tão surpreso quanto qualquer outra pessoa. E não acho que as pessoas acreditassem nisso na época, porque era difícil para as pessoas aceitarem. Mas você precisa ter alguma mudança em sua vida às vezes. Eu pensei que se eu ficasse no Maiden para sempre, tudo o que eu aprenderia era o que estava ao meu redor. E para aprender como era fora deste mundo, você tem que sair dele, porque a menos que você abandone esta zona ninguém levaria nada do que você fez a sério. Seria sempre algo como, ‘Deus abençoe, ele está fazendo um disco solo, não é realmente importante, deixe-o se divertir e depois voltamos ao que interessa’.
E eu odiava isso. Então eu pensei: ‘foda-se, eu vou embora’, e é claro, eu pensava, ‘o que acontece se sua carreira não der certo?’, e, bem, isso é Deus ou o destino dizendo, ‘talvez seja melhor’. Talvez seja melhor que você faça isso agora e caso não der certo você poderá fazer outra coisa da sua vida, mas é melhor do que ficar preso e mal humorado em algum mundo de fantasia.”
E aí, você já tem a sua teoria sobre os motivos que levaram Bruce Dickinson a deixar o Iron Maiden no auge de sua fama? Nos conte sua opinião usando o espaço destinado aos comentários!